Falta de heliponto interfere em operação de resgate

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A falta de um heliponto dentro do Hospital São José causou divergência entre o Samu e o 2º BAPM (Batalhão de Aviação da Polícia Militar de Santa Catarina) no sábado passado. As corporações não entraram em acordo na hora de transportar um homem do heliponto improvisado do hospital, em um terreno na esquina da avenida Getúlio Vargas com a rua Plácido Olimpio, até o pronto-socorro do São José.

Desde que a obra de ampliação começou, em 2007, o São José perdeu o heliponto, que funcionava nos fundos da unidade. Desde então, os helicópteros que chegam transportando pacientes utilizam o terreno distante cerca de 300 metros da entrada do pronto-socorro. A cada pouso, é preciso acionar uma ambulância dos bombeiros, do Samu ou dos paramédicos da PM para transportar os pacientes até o hospital, além de interromper o fluxo de veículos na Getúlio Vargas.

A confusão de sábado se deu, segundo a PM, depois que o médico regulador do Samu, Felipe Barreto, teria se recusado a disponibilizar uma ambulância para fazer o deslocamento de um paciente com traumatismo de face, provocado por faca, que era transferido de São Francisco do Sul. Diante da situação, um capitão do BAPM teria ido até à Central de Emergência, onde opera o Samu, e feito a prisão em flagrante do médico por omissão de socorro. Felipe Barreto assinou um termo circunstanciado e deverá responder judicialmente pelo fato.

Uma ambulância dos bombeiros acabou fazendo o transporte, e a vítima passa bem. “Não entendo que tenha havido erro por parte do médico. Ele não vai responder processo administrativo. Vamos sentar com o comando do BAPM e resolver esta questão conversando”, disse o coordenador do Samu, Maurício Benetton de Medeiros.

O comandante do 2º BAPM, Major Nelson Henrique Coelho, informou que este foi um caso isolado e que, desde 2007, as três corporações vêm trabalhando de forma harmoniosa. “Nesta semana, vamos nos reunir com a direção do Samu para avaliar a situação, ver ao certo o que aconteceu, aparar as arestas, para, juntos, continuarmos a atender à comunidade da melhor forma possível”, disse Coelho.

Ele também destaca que a reativação de um heliponto dentro do hospital seria a forma mais adequada e segura para a prestação de socorro.

Hospital voltará a ter heliponto

A direção do Hospital São José admite ter dificuldades no deslocamento de pacientes do heliponto improvisado até o pronto-socorro. Mas ressalta que, dependendo do paciente, é preciso deslocamento de uma ambulância equipada para urgências e emergências, além de acompanhamento médico.

O diretor do hospital, Tomio Tomita, explicou que o heliponto que existia na unidade foi desativado por questão de segurança, e que no projeto do complexo Ulysses Guimarães está programada a construção de um novo espaço para pouso e decolagem de helicópteros no sétimo pavimento.

“Estamos estudando se vamos manter este heliponto no último piso do complexo, como estava no projeto, ou se vamos anexá-lo ao estacionamento do São José, em frente ao pronto-socorro. Mas não sabemos ainda quando isso deve acontecer, porque precisamos realizar estudos técnicos para a implantação.”

Ele disse ainda que, apesar de o município contar com ambulâncias que poderiam fazer o transporte da aeronave até o pronto-socorro, elas não estão aptas para este serviço.

“Cada paciente precisa de uma ambulância especializada com os equipamentos de salvamento, emergência e tratamento adequado, como as UTI móveis e ambulâncias do Samu e bombeiros. as do município não são equipadas, elas apenas servem pra transportes básicos entre os postos de saúde e não têm médicos disponíveis para acompanhamento.”

Verba no Ministério

Um novo heliponto pode ser construído de forma emergencial no estacionamento do hospital, na frente do acesso ao pronto-socorro. Esta alternativa está sendo estudada e poderá ser colocada em prática assim que forem repassados R$ 8 milhões de emenda parlamentar da senadora Ideli Salvatti (PT).

O valor da emenda parlamentar já está liberado pelo governo federal e encontra-se no Ministério da Saúde para ser repassado ao município. Com a liberação da verba, a obra deve começar nos primeiros meses de 2011.

“Foi uma questão de protocolo”

Foi esta a justificativa do diretor clínico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência) de Joinville, Niso Eduardo Balsini, para ação do médico regulador do serviço, que teria negado atendimento a uma ocorrência do 2º BAPM (Batalhão de Aviação da Polícia Militar) no fim de semana passado. Para Balsini, o médico não teria agido de forma equivocada.

“O médico regulador seguiu o protocolo da forma correta”, avalia o diretor. “Naquele dia, estávamos com todas as ambulâncias básicas, tanto dos bombeiros quanto as do Samu, em atendimento. Tínhamos apenas a UTI móvel no Ciemer (Central Integrada de Emergência) e essa ambulância não pode ser deslocada para fazer a transferência de pacientes, isso só ocorre em casos gravíssimos”, explica Balsini.

Segundo ele, o que o médico regulador fez foi pedir para os socorristas do 2º BAPM aguardarem até a liberação de uma ambulância. “A primeira viatura de resgate que ficou disponível foi a dos bombeiros, imediatamente, o médico regulador encaminhou o veículo para o heliponto improvisado, tudo demorou cerca de cinco minutos. Aquela vítima não estava em estado gravíssimo. Infelizmente, temos que priorizar o atendimento, e eles tiveram que esperar”, afirma.

Uma reunião entre as direção do Samu, bombeiros, paramédicos da PM e BAPM foi realizada na tarde de sexta-feira (15), onde a situação foi resolvida. “Nossa parceria sempre funcionou de forma adequada e assim deve continuar. Isso tudo foi um problema pontual”, ressalta Balsini. Para ele, se o Hospital São José tivesse uma ambulância disponível para este tipo de ocorrência ou ainda um heliponto no pátio da unidade, contratempos como este não teriam ocorrido.

O Samu, a Polícia Militar e seus colaboradores trabalham em prol da comunidade para prestar um atendimento seguro e adequado à população.


Fonte1: Blog Atitudes em Palavras, por Windson Prado.

Fonte2: Blog Atitudes em Palavras, por Windson Prado.


2 COMENTÁRIOS

  1. Aqui em Fortaleza o maior hospital de emergência ainda não tem seu heliponto (em construção) e o pouso é feito numa praça próxima, onde também é necessário o mesmo aparato que o de SC, mas nunca se ouviu qualquer problema entre os órgaos, pelo ocntrário até. Muitos elogios por operarem desta forma.

  2. Senhores,

    Ao ler a matéria supra confesso que fiquei chateado.

    Fui eu quem registrou o Termo Circunstanciado contra o médico do SAMU, Felipe Barreto e registro aqui que as informações acima não estão corretas.

    O médico foi autuado por:
    – omissão de socorro (quando não quis enviar ambulância para condução da vítima GRAVE até o PS, tendo inclusive uma ambulância estacionada dentro do quartel e disponível);
    – desobediência (desobedeceu ordem legal ao não enviar a ambulância quando solicitado), e
    – prevaricação (deixou de fazer ato de ofício).

    Infelizmente essa atitude teve que ser tomada para que se começasse, por parte de alguns médicos, a pensar mais em que temos o dever de ajudar e menos no próprio ego.

    O Ministério Público já está ciente e tomando as devidas providências.

    Alessandro José Machado
    Cap PM – Cmt de Anv – 2ª/BAPM

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