Implementação do Serviço Aeromédico na PMERJ

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No mês de março de 2011 o GAM conseguiu iniciar o que há muito tempo era um sonho, a implementação do serviço aeromédico para atender o público interno, em especial policiais feridos em serviço. O serviço ainda está em caráter experimental, porém com plena capacidade de atender a ocorrências de natureza grave ocorridas com policiais militares que tenham sofrido algum tipo de trauma.

Com a recente criação do COE – Comando de Operações Especiais que reúne as principais unidades especializadas da PMERJ, incluindo o BOPE, a CIPM Cães, o GAM, o GESAR entre outras, essa missão se tornou mais factível.

Capitão PM Abouch Valenty Krinchantovsky, médico neurologista e também especializado em resgate aeromédico, é o atual comandante operacional do GESAR e ficou com a incumbência em dar andamento a essa nova tarefa.

O serviço criado, ainda em caráter experimental, possui uma equipe do GESAR diariamente baseada no GAM, com uma ambulância UTI móvel e equipamentos móveis que podem ser embarcados na aeronave, podendo convertê-la em poucos minutos para um resgate ou remoção aeromédica de algum PM que tenha sofrido algum tipo de trauma, provocado por PAF ou qualquer outro tipo de acidente em serviço.

Os tripulantes operacionais, mecânicos de voo, pilotos e paramédicos passaram por um treinamento conjunto para aprender toda a interação necessária à implementação e execução do serviço.

Os Fundamentos do Sistema de Resgate Aeromédico

O serviço tático emergencial de resgate ao combatente ferido em serviço não é uma entidade única, mas uma cadeia de serviços envolvendo pessoal e equipamentos. Sua existência data da década de 60 quando os americanos observaram, durante a guerra do Vietnã, que o resgate do ferido, com a realização do atendimento emergencial no próprio local do incidente, reduzia a mortalidade e a morbidade dos ferimentos.

Com o advento da especialidade Medicina de Desastres e Catástrofes na década de setenta, um ramo da medicina de emergência, passou-se a priorizar o início do suporte básico e avançado de vida, praticado pelo próprio pessoal de combate, para se obter taxas de mortalidade progressivamente menores ao longo das quatro últimas décadas, sobretudo em vítimas de lesões por projéteis de armas de fogo.

No entanto, o uso cada vez mais freqüente dos projéteis de alta velocidade (PAFs) nas armas de conflitos, inclusive civis, provocou um aumento da mortalidade das lesões a despeito dos esforços e do avanço da oferta de sistemas de resgate rápido e de abordagem com suporte avançado de vida a partir do momento em que ocorre o ferimento.

Mais recentemente, durante as guerras do Afeganistão e do Iraque, o corpo de saúde das forças armadas dos Estados Unidos em conjunto com autoridades militares desenvolveu artefatos mais eficientes de proteção balística sobre a cabeça, tronco, abdome e pélvis dos soldados o que resultou em lesões de menor gravidade e que atingem mais os membros superiores e inferiores.

Esse fato, em conjunto com um sistema eficaz de atendimento pré-hospitalar, de remoção aeromédica rápida e objetiva (empregando unidades voadoras de tratamento intensivo) e da sistematização dos destinos de evacuação médica para centros dotados de melhor tecnologia, promoveu uma reversão das taxas de mortalidade de 33% na segunda guerra para 2% nos dias atuais.

O lastro que embasa essa adoção de estratégias é o fato de que os pacientes criticamente feridos atendidos em um centro cirúrgico com condições mínimas de abordagem em até uma hora após o incidente traumático têm taxas de sobrevida significativamente maiores do que aqueles que não receberam tal presteza no atendimento, configurando o atendimento no chamado golden time de 60 minutos ou golden hour. Mais ainda, se o tempo de resgate em cena não ultrapassa os 10 minutos, aproveita-se também o que se denomina de platinum time reduzindo ainda mais a mortalidade e morbidade das lesões.

Levando-se em conta que no Rio de Janeiro as armas que empregam PAFs de alta velocidade são usadas pela PMERJ bem como por meliantes, que o trânsito é progressivamente mais moroso e que o emprego de aeronaves permite o atendimento em 10-17 minutos na maior parte dos casos, torna-se justificada e necessária a existência de um sistema de resgate e evacuação aeromédico para policiais militares feridos em serviço no Estado do Rio de Janeiro.


Fonte: Blog GAM- Operações Aéreas


2 COMENTÁRIOS

  1. A iniciativa é muito bem pensada e pertinente ao ambiente em que se desenvolvem as operações policiais no Rio de Janeiro. Como nas Forças Armadas no mundo inteiro, a remoção aeromédica faz parte da cadeia de evacuação de feridos em combate.
    A criação do serviço exigirá aeronave dedicada, configurada para prover atendimento intensivo ao paciente.

    CMTE AYRES – PLAH 0552.

  2. Senhores,

    Temos deixado que nossos caminhos sejam por vezes desvirtuados por iniciativas que “revestidas de ótimas intenções” acabam por descaracterizar o respeito e o espírito de cooperação mútua que deve existir entre as Corporações, passando por cima de suas prerrogativas e missões constitucionais.

    Até mesmo em uma Guerra existe ou pelo certo, deveria existir uma clara diferença entre as missões de combate e as de resgate, tratar tais assuntos de maneira genérica certamente não trará benefícios que justifiquem os prejuízos e desgastes entre instituições que tem o dever de se integrarem pelo bem comum, trabalhando com excelência naquilo que cada uma tem como prioritário para o cumprimento de seus deveres.

    Esta é a minha opinião.

    VOAR, PAIRAR, SALVAR!

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