Médico do GRAU apresenta estudo inédito sobre atendimentos aeromédicos

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O médico Ricardo Galesso Cardoso, membro da SBAIT (Sociedade Brasileira de atendimento Integrado ao Traumatizado) e gerente de Treinamento do GRAU (Grupo de Resgate e Atenção a Urgências e Emergências) da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, desenvolveu um estudo inédito sobre os atendimentos aeromédicos da região de Campinas, que começaram a ser feitos em 30 de junho de 2010. Os resultados se transformaram em sua tese de Mestrado, apresentada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), dia 24 de julho de 2014.

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O objetivo do estudo, denominado “Resgate Aeromédico a Traumatizados na Região Metropolitana de Campinas”, era analisar o perfil dos doentes atendidos pelo sistema de resgate aeromédico da RMC (Região Metropolitana de Campinas), levando em consideração critérios de triagem e acionamento, tempo de resposta, tempo de atendimento e de transporte, procedimentos invasivos realizados no Atendimento Pré-Hospitalar, gravidade dos doentes, morbidade e mortalidade.

Para isso, foram analisados prontuários e fichas médicas de 220 pacientes, que foram levados ao HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp, entre julho de 2010 e dezembro de 2012. Os números apontam que 78,6% (173) das vítimas eram do sexo masculino, com idade média de 32 anos. Em 207 casos, ou seja 94,1% dos atendimentos, houve traumas contusos, causados, em sua maioria, por acidentes de trânsito, sendo 30% com motocicletas (30%) e 23,2% com automóveis.

O estudo apontou, ainda, que o tempo médio de resposta foi de seis a dez minutos. Em média, o tempo de atendimento na cena foi de 21 minutos. De forma geral, entre o acionamento da equipe de resgate e a chegada ao hospital, foram levados 42 minutos. “Nós percebemos que quanto mais grave, maior a demora na cena”, explica Galesso.

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De todos os casos, 36,8% eram de pacientes em estado grave. Os demais eram casos mais leves. “Precisamos considerar, também, que muitos pacientes são jovens e ainda não demonstravam, durante o resgate, a gravidade das lesões que tinham”, pondera Galesso. Em torno de 19,5% dos casos, houve uma supertriagem, ou seja, não havia necessidade do acionamento do resgate aéreo.  Ele considera este índice alto e disse que é necessário melhorar os critérios, no entanto, ressaltou que, muitas vezes, a avaliação é subjetiva e é preciso tomar cuidado para que não haja uma subtriagem, o que poderia colocar vidas em risco.

Levando em consideração a evolução dos casos, o estudo aponta que 84,1% tiveram alta, sendo 14,1% em menos de 12 horas e 23,7% em menos de 24 horas. Em torno de 53,3% passaram por cirurgia. Os números apontam, ainda, que 15,9% das pessoas resgatadas morreram.

De acordo com Galesso, os resultados da região de Campinas são muito semelhantes aos encontrados na literatura mundial. Durante sua apresentação, ele fez uma explanação sobre a evolução do transporte médico aéreo e explicou que, no Brasil, o Resgate Aeromédico é realizado apenas pela Aviação Militar e de Segurança Pública, já que tem regras diferenciadas, como, por exemplo, poder pousar no meio de uma avenida para fazer um resgate, o que não é permitido a empresas particulares.

Contribuíram com o estudo a aluna da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Carina Fontana Francischini, o diretor do GRAU Jorge Michel Ribera, o gerente do GRAU Ricardo Vanzetto e o presidente da SBAIT e coordenador da Disciplina Cirurgia do Trauma da Unicamp, Gustavo P. Fraga, que também foi o orientador de Galesso. Fraga destacou a importância deste estudo. “Ele é único. Se daqui a 40 anos, alguém fizer um estudo sobre o atendimento aeromédico no Brasil, avaliando a gravidade e evolção dos doentes, terá de citar o seu, que é o primeiro”, diz.

Além de Fraga, que presidiu a banca, também avaliaram o trabalho de Galesso, Antônio Luís Eiras Falcão, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, e Maria Cecília de Toledo Damasceno, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Como suplentes da banca, estavam Elcio Shiyoiti Hirano, também da FCM da Unicamp, e José Gustavo Parreira, da FCM da Santa Casa de São Paulo.

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Fonte: SBAIT

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