Revista Conexão SIPAER: O Precedente Conhecido

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JOSÉ MATTOS DE SOUZA
Coronel Aviador Reformado

Este texto defende a importância da divulgação de toda situação de risco ou incidente, para a segurança de voo. Partindo do pressuposto de que todo incidente é um acidente em potencial, e que os fatores contribuintes se repetem, a troca de experiências garante a preservação de recursos humanos e materiais. O precedente histórico ou precedente conhecido é o incidente que precisa ser levado ao conhecimento de todos para que não ocorram casos iguais (ou piores) com personagens diferentes.

O Precedente Conhecido, ou Precedente Histórico, é um desses princípios básicos que nunca deve ser esquecido em qualquer Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. Deve ser enfatizado, principalmente, quando pesquisamos incidentes e situações de perigo em potencial, por meio de relatórios apropriados.

Sabemos que o incidente, em última análise, é o acidente que não chegou a ocorrer, porque faltou um “ingrediente”, um fator contribuinte. Por isso, existe uma riqueza de ensinamentos no incidente, o qual deve ser muito bem estudado e divulgado.

Pelo fato de um acidente aeronáutico estar sempre relacionado ao precedente conhecido, surge a chave do problema: como conhecer, como saber o que acontece com os outros se eles não divulgarem? Pode ser que este seja um problema nosso também.

Estamos divulgando nossas experiências, nossos erros?

Uma publicação canadense sobre Segurança de Voo (Aviation Safety Letter) traz em sua folha de rosto um lema interessante: “Aprenda com os erros dos outros porque você não viverá o tempo bastante para cometer todos eles.” Aí está implícito que os outros também devem aprender com os nossos erros. É um chamamento ao desprendimento de cada um, visando sempre à troca de experiências. E como trocar essas experiências? Em todo o mundo, as publicações dedicadas à prevenção de acidentes abrem espaços para essas matérias.

A Revista Conexão SIPAER é um exemplo: são publicados artigos científicos, estudos de caso, e também editoriais como este, de caráter opinativo, que abordam assuntos de segurança de voo, de extrema importância para toda a comunidade aeronáutica.


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[1] O Coronel Aviador Reformado José de Mattos Souza foi chefe do CENIPA em dois períodos: de 20 de junho de 1979 a 11 de abril de 1980, quando ainda ocupava o posto de Tenente Coronel, e de 20 de junho de 1986  a 31 de janeiro de 1990, como Coronel. Ele cursou o VII Estágio Básico de Prevenção de Acidentes (EBPA), em 1974.

[2] Artigo escrito em 1988, adaptado pelo autor e republicado como Editorial Comemorativo dos 40 anos do CENIPA na Revista Conexão SIPAER.

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