178 segundos…

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Existem alguns textos que de tão virais, acabam perdendo o vínculo com a fonte e adquirindo vida própria.

Há exatos 6 anos atrás, esse artigo foi publicado (06 de setembro de 2009) no site Piloto Policial e agora republicamos com um vídeo feito em cooperação entre o Norte Verdadeiro, a 7600 Comunicação, a Divisão de Segurança de Voo do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar de São Paulo e a Bravio Avionics.

Esse é um deles, e que deve ser sempre lido, relido, repassado e divulgado sempre que possível, para assim nos mantermos atentos a esse fator que tantos colegas já levou.

O Texto:

Se algum dia você for tentado a decolar com tempo duvidoso e não tiver sido treinado a voar por instrumentos leia este artigo antes de sair. Se apesar de tudo você decidir ir e perder o contato visual comece a contar regressivamente a partir de 178 segundos.

Quanto tempo um piloto sem IFR pode esperar viver, depois que entra em condições adversas e perde o contato visual? Pesquisadores da Universidade de Illinois encontraram a resposta a essa pergunta. 20 estudantes “cobaias” simularam um vôo em tempo adverso e todos entraram em atitude anormal.

O resultado era diferente em um aspecto: o tempo que se passava até a perda do controle. Esse intervalo variava 20 a 480 segundos. O tempo médio era de 178 segundos, ou seja, faltando 2 segundos para completar 3 minutos.

Eis o cenário fatal…

O céu está muito nublado e a visibilidade é restrita. A visibilidade de 5 Km do Boletim Meteorológico parecem ser inferior a 2Km, e você em vôo, não consegue avaliar a base da camada. Seu altímetro acusa 3.500 pés. Seu mapa diz que a topografia local atinge pontos com até 2.900 pés. Pode até haver linhas de transmissão por perto, porque você não sabe com certeza o quanto está fora do curso. Mas, você já voou em tempo pior que este, então continua.

Inconscientemente, você começa a diminuir um pouco a atenção nos instrumentos de controle para tentar enxergar mais claramente essas linhas de transmissão. De repente você está nas nuvens. Você se esforça para enxergar na neblina, tão branca, que seus olhos começam a doer. Você luta contra uma sensação no seu estômago. Você engole, só para descobrir que sua boca está seca. Agora você percebe que deveria ter esperado o tempo melhorar. Seu compromisso era importante, mas não tanto assim. Em algum lugar uma voz fala: “É isso aí – tudo passou”.

Agora você tem mais 178 segundos de vida. Você sente sua aeronave como em equilíbrio mas sua bússola gira devagar. Você comanda levemente a direção para cessar o desvio, mas isso parece ser artificial, e assim você volta os comandos a sua posição anterior. Isso dá uma sensação melhor mas sua bússola agora vira mais rapidamente e a velocidade está aumentando.

Você esquadrinha seu painel para receber ajuda, mas o que você vê de uma maneira ou outra não lhe parece familiar. Você tem certeza que só se trata de uma situação ruim. Em poucos minutos você sairá dela.

Agora você tem mais 100 segundos de vida. Você olha para seu altímetro e se assusta. Você já está a 2.800 pés. Instintivamente você aplica potência no motor mas o altímetro insiste em acusar um climb negativo. O motor trabalha a toda força e a velocidade está quase no máximo.

Você tem mais 45 segundos de vida. Agora você transpira e treme. Alguma coisa deve estar errada com os comandos; diminuir a potência só faz o indicador de velocidade entrar mais ainda no vermelho. Você escuta o vento puxar a aeronave.

Você tem apenas mais 10 segundos de vida. De repente, vê o chão. As árvores se aproximam rapidamente. Se virar sua cabeça o suficiente verá o horizonte, mas ele está num ângulo incomum. Você está de cabeça para baixo.

Você abre sua boca para gritar, mas não resta mais tempo…..

O Vídeo:


Fonte: Aviation Safety Programs Transport Canadá.


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