Exílio Profissional

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DENNYS GOMES DALLA

Algumas pessoas gostam de pensar em voz alta, outras caminhar de um lado para o outro em busca da concatenação de suas idéias. Gostaria, pretensiosamente, usar o recurso dos poetas exilados para bradar o que passa por minha mente. E assim, fazer uma indagação que por dever tem sido a razão de meu viver dos últimos anos: “O que faz um grupamento aéreo ser uma referência”.

A partir desse questionamento, surge outro, o que é uma referência. Nós seres sociais observamos os outros como sendo espelho de nossa imagem, daquilo que fazemos ou não.

Portanto, o comportamento dos outros são nossas referências. Nossos pais são exemplo de tudo, e após algum tempo, aprendemos a analisar o que queremos seguir. Nossos ídolos são guias dos valores que adotamos, seja do UFC, futebol, novela, queira ou não “BBB”, e quero usar como escopo o policial técnico.

Profissionais dos quais admiramos por seus títulos (cursos), resultados, comportamento, postura, abnegação e pelo pouco que vivi, alguns se tornam, em minha opinião, e com certo exagero, uma Lenda. Aquelas pessoas que por saber que estão vivas, nos faz indagar se não estamos mortos.

Mas voltando a proposição inicial, o que faz um grupamento aéreo ser uma referência, a qual é minha obrigação legal descobrir, haja vista a cooperação técnica do Estado do Tocantins com o Mato Grosso, do qual nos propomos adquirir horas de vôo e absorver a cultura organizacional da unidade aérea deste Estado.

Será a quantidade de aeronaves que possui? E conseqüentemente a capacidade de resposta que a população necessita e paga por isso. Será a quantidade de horas voadas por uma freqüência de tempo? Ou ainda, a quantidade de homens, recursos, tecnologia disponível na unidade?

Tenho certeza que haverá várias respostas, e quero pedir, modestamente, para manifestar a minha.

Como qualquer família, o grupamento aéreo, tem seus “leões” para ser vencidos diariamente. Eles são as demandas de seguro, combustível, manutenção de aeronaves, além das ordinárias de viaturas, EPIs, armamento, munições, e principalmente de operacionalizar tudo isso visando o resultado que justifique seu gasto.

Como exposto, as variáveis são diversas e exige planejamento com foco naquilo que se pretende atingir, além de controlar freqüentemente a execução das ações. Mas quero destacar o que de mais importante percebi no grupamento aéreo: policiais profissionalmente imbuídos de sua causa.

Isso provoca o comprometimento desses servidores com as atribuições que lhes são inerentes ao cargo ou função e, por conseguinte o esmero de suas ações faz com que a Instituição obtenha o resultado proposto.

Assim, quando digo imbuído, não pensemos em ações super fantásticas ou que se busque atingir algo acima de tudo e nem por meio do improviso. Mas vejo oficiais e praças, delegados e agentes, aprimoradores da doutrina aérea.

Aquele conjunto de ações praticadas por todos operadores desta sublime atividade. Ramo ao qual escolhemos atuar, e potencialmente não teremos o direito de nos arrepender de um erro cometido, contradizendo o paradoxo humano, em que o deslize é pedagógico.

Contudo, digo a gloriosa policia militar, do meu amado Tocantins, são esses os pilares daquele que sonha tornar-se grande neste esplendor azul, mesmo que não seja em quantidade, mas na qualidade de seus atendimentos e na capacidade de servir aquele que carece.

E o presente monólogo não tem a pretensão de ser a imposição de um manual perfeito, mas uma sementinha obtida em um grupamento aéreo plenamente respeitado perante aos órgãos de Segurança Pública e que detém a confiança da população mato-grossense.


Autor: Dennys é primeiro tenente da Polícia Militar de Tocantins e, a serviço de seu estado, realiza estágio no CIOPAer do Mato Grosso.


8 COMENTÁRIOS

  1. Não conhecia esse lado poético-filosófico do meu amigo e ex-aluno TEN Dalla… kkkk

    Parabéns, amigo!

    Tenho certeza que, muito em breve, a unidade Aerea do Tocantins será uma REFERENCIA nacional pois bons exemplos não estão faltando pra vocês, seja no CIOPAer/MT, seja no BAVOp/PMDF, seja no GRPAE/SP… Não se esqueçam também do nosso GAM/PMERJ que passou a teoria para vocês.

    Bons voos a todos vocês! Sucesso sempre!

    Cmte Rodrigo Duton – MAJ PMERJ

  2. CARO TEN DALLA,

    GOSTEI MUITO DE LER ESSE TEXTO, PRINCIPALMENTE ESSA PARTE:

    “… o que faz um grupamento aéreo ser uma referência?… Será a quantidade de aeronaves que possui? E conseqüentemente a capacidade de resposta que a população necessita e paga por isso. Será a quantidade de horas voadas por uma freqüência de tempo? Ou ainda, a quantidade de homens, recursos, tecnologia disponível na unidade?”

    ESSAS PERGUNTAS QUE VC FEZ, NA MINHA OPINIÃO, É O QUE ESTAMOS TENTANDO RESPONDER A TODO MOMENTO.

    TALVEZ FOSSE IMPORTANTE PERGUNTAR TAMBEM: É NECESSÁRIO QUE TODOS SEJAM UMA REFERENCIA?

    AS VEZES NÃO PODEREMOS SER UMA REFERENCIA, MAS NÃO SEREMOS MENOS IMPORTANTES POR ISSO…

    NO MEU ENTENDER TAMBÉM, DEVEMOS FAZER O MELHOR QUE PODEMOS, SEMPRE COM PROFICIONALISMO E SEGURANÇA, NO INTUITO DE PROPORCIONAR O MELHOR SERVIÇO AÉREO À POPULAÇAO DE CADA ESTADO.

    DE UMA FORMA OU DE OUTRA TODOS SOMOS UMA REFERENCIA, SEJA BOA OU RUIM. TODOS SERVIMOS DE PARAMETROS PARA A CONSTRUÇAO DE UM MODELO DE AVIAÇAO DE ESTADO OU DE SEGURANÇA PÚBLICA, COMO PREFERIR.

    O MAIS IMPORTANTE É VER VC COMEÇANDO E JÁ PREOCUPADO COM ISSO.

    QUANDO VEJO VC FALANDO DISSO, ME SINDO FELIZ E VEJO QUE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO, TUDO VAI MELHORAR, POIS OS NOSSOS ERROS E ACERTOS DE HOJE, ESTAO SENDO ESTUDADOS E SE DEUS QUISER, SERÃO APERFEIÇOADOS PELOS QUE ESTAO VINDO.

    UM ABRAÇO E OBRIGADO PELO TEXTO.

    MAJOR VALENTE
    BAVOP / PMDF

  3. Excente texto TEN Dalla, é muito bom saber o respeito que o senhor tem pelo CIOPAer-MT, e pôde tudo isso, como o senhor sempre dizia que o importante não era só voar mas sim conhecer todo o sistema para que as nossas aeronaves pudessem alçar seus voôs, fosse para ocorrências policiais ou de resgate. O estado do Tocantins tem o previlégio de ter um oficial e piloto como o senhor, pelo profissionalismo e principalmente pela tua humildade em querer ensinar e aprender, o senhor pode conhecer tanto o lado bom como o lado obscuro de um grupamento integrado mas não vou entrar nesse mérito, felicidades e que o senhor consiga realizar teus projetos. UM abraço!

  4. Parabéns pelas assertivas, caro companheiro!

    A abordagem nos leva a pensar o quanto queremos nos espelhar nos melhores, apesar de estarmos começando, pretendemos começar bem. Com os melhores!

    Desde GAM/PMERJ ao CIOPAER/MT, BAVOP/DF, temos muita bagagem a levar ao CIOAPER/TO. Exemplos práticos e éticos de como operar um Grupamento de aviação em Segurança Pública.

    Abs.

    TEN Aldo – PCH

  5. Dalla,

    Li seu texto, e confesso que fiquei alguns minutos tb divagando… “o que faz um grupamento ser referência?”…

    Como flashes, várias lembranças passaram por minha mente, dos estudos no GAM, da visita ao GRPAE, ao GRAER/ GO, etc etc…

    Cada um com suas particularidades, que por muitas vezes são até semelhantes, pois as dificuldades são as mesmas – manter as aeronaves voando, continuar capacitando e o “velho” marketing interno e externo… – seja de uma frota ou uma única aeronave, concluo que a grande diferença, e fator motivador, é a paixão pelo que fazemos, são as pessoas aqui dentro. A satisfação do alçar voo, a busca pela máxima eficiência, a dedicação integral (muitas vezes)… é isso que faz a diferença… somos nós, pilotos, tripulantes, mecânicos, que amamos o que fazemos, e por isso a cada dia queremos fazer melhor, que fazemos a diferença… tornar-se referência é consequência, suponho.

    E é como vc disse, quem quer tornar-se grande, tem que pensar grande, sonhar alto, e trabalhar como “gente grande”.

    Fico feliz em auxiliar no que posso, pois tb estamos buscando o aprimoramento, mas temos certeza que cada semente lançada alcançará solo fértil, no belo Estado do Tocantins.

    Bons Voos.

    Jussara Novacki – CAP PMMT
    Piloto Comandante
    CIOPAER/ MT

  6. Daleta, meu irmão, deixo aqui um grande abraço e meus sinceros parabéns pelas palavras que discutiremos num próximo papo. Ah e ao meu irmão Aldo, esqueceu de citar o GRPAe como mais um grupamento que também irá contribuir com bagagem para o CIOPAER/TO. Abraço irmão rs.

  7. Dalla pelo esforço que você possui, logo será um exemplo para outros oficiais do Tocantins ingressarem nessa missão difícil, mas gratificante.

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