Minas Gerais cria Comando de Aviação do Estado na PM e centraliza gestão das aeronaves públicas

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Nova estrutura de coordenação e gestão das aeronaves estaduais vai estabelecer a utilização integrada da frota, expandir a capacidade de resposta e iniciar a formação de uma malha aérea para MG.

Minas Gerais – O Governo de Minas Gerais oficializou, nesta terça-feira (9/5), a criação do Comando de Aviação do Estado (Comave) da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Instituído a partir da publicação do Decreto nº 47.182 de 08 de maio de 2017, o Comave vai assumir, em todo o território, a gestão das aeronaves do Executivo estadual e, com isso, contribuir para ampliar os atendimentos aéreos a todas as regiões mineiras.

A aeronave da Polícia Civil ficou de fora desse novo comando. Na prática houve uma integração na gestão das aeronaves operadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar.

Leia também: Corpo de Bombeiros de Minas repudia decreto que criou o Comando de Aviação do Estado

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Imagem das aeronaves da segurança do Estado na Operação Previncendio. O helicóptero da Policial Civil ficou de fora desse novo comando. Sua gestão continua sendo realizada pela Polícia Civil.

Além de reduzir despesas, como explica o comandante do Comave, coronel Rodrigo Sousa, a criação do comando está alinhada às estratégias do Governo do Estado, de atuar cada vez mais perto das pessoas e das regiões do estado. Com isso, o governo estadual vai, ao mesmo tempo, reduzir gastos e aumentar a capacidade de realização de serviços com as aeronaves para toda a população, como atividades médicas e transporte de órgãos vitais, ocorrências policiais e de prestação de socorro, entre outros.

“Atende a uma necessidade de tornar possível avançar mais com o serviço de aeronaves”, observa o comandante. “Inicialmente, a proposta é integrar os serviços, com maior controle e coordenação, para, a partir daí, expandir a atuação para todas regiões e, também, paulatinamente, consolidar a formação de uma malha da aviação para atendimento a todas as demandas de Minas Gerais”, explica.

Redistribuição

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Um dos resultados previstos com a coordenação única é, segundo o coronel, ampliar o atendimento, a partir da redistribuição de uso das aeronaves e criação de bases desconcentradas, no modelo multimissão (com capacidade para realização de diversos serviços, como resgate, fiscalização, policiamento, etc.). A vinculação da frota ao Comave, com a estratégia de integração, inclusive, terá papel fundamental no aumento da cobertura geográfica, da quantidade de atendimentos e na otimização dos recursos.

Até então, lembra o comandante, os órgãos atuavam de forma segmentada, o que interferia na capacidade de resposta a todas as regiões de Minas Gerais. Com o Comave, a ideia é que se reduza o tempo de atendimento e de resposta em até uma hora e meia para qualquer ponto do território mineiro.

tab3_-_asa_fixa“Imagine, por exemplo, se temos, na região de Belo Horizonte, duas aeronaves de um órgão, duas de outro e outras duas da PMMG. Com logísticas e atendimentos separados, dificilmente algum deles deixaria de manter pelo menos uma de suas aeronaves na capital, onde realmente a demanda é maior”, exemplifica o coronel. “No entanto, com a atuação integrada, torna-se possível organizar essa utilização e remanejar parte desta frota para atendimentos em outras regiões”, vislumbra. “Ainda que duas ou três permanecessem na capital, outras três poderiam ser empenhadas em outras missões. O desenho é esse”, complementa.

Na linha de rever os processos, a proposta é aglutinar atividades comuns e manter os serviços de socorro, defesa civil, policiamento, entre outros. “Importante é observar que o portfólio de serviços não vai diminuir, mas sim aumentar, com a ampliação da cobertura e a garantia de que os serviços serão levados àquelas regiões que estavam, de certa forma, mais desprovidas, descobertas, mais distantes e com maior carência”.

Descentralização

O Comando de Aviação do Estado (Comave) inicia suas atividades, neste momento, com 10 (dez) helicópteros e 5 (cinco) aviões. Um deles, inclusive, modelo King Air 300, foi disponibilizado pelo Gabinete Militar do Governador (GMG) para fortalecer as atividades multimissão.

Veja, abaixo, lista de aeronaves e veículos agora relacionados ao Comave:

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A articulação por meio da estratégia de descentralização permitirá, também, a breve criação de uma base desconcentrada na região leste do estado (Vale do Aço, Rio Doce, Alto São Francisco e Vale do Mucuri), dentro do conceito multimissão. Isso sem contar a expectativa de criação de outras bases desconcentradas no território mineiro.

“Hoje, no estado, já temos três bases desconcentradas – em Uberlândia, Montes Claros e Juiz de Fora -, além de uma do Corpo de Bombeiros, em Varginha”, contextualiza o coronel Rodrigo.

A PMMG sinaliza também que, baseado em diagnósticos realizados sobre operações e custos das atividades aéreas em Minas Gerais, o decreto fomentará a melhoria da qualidade do gasto público, entre outros ganhos.

“É também mais uma questão de logística, de gestão. A coordenação única terá a possibilidade de estabelecer um serviço de referência para todos os órgãos, de forma integrada, seja em logística, seja em compras, em todos os aspectos”, aponta o comandante.

Confira, a seguir, alguns dos ganhos trazidos pela criação do Comave:

tab2_-_basesa) redução das despesas na ordem de 30 a 40%, face a centralização nas aquisições específicas da aviação e prestação de serviços pelo Comave, a exemplo de manutenção e contratação de seguros de aeronaves;

b) aumento da coordenação e controle com a comunicação prévia dos voos, racionalizando o uso compartilhado das aeronaves;

c) desconcentração das bases para as macrorregiões estratégicas do Estado, com a transferência das aeronaves vinculadas ao Comave, mediante o uso compartilhado entre a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais;

d) as aeronaves vinculadas ao Comave (dez helicópteros e cinco aviões) serão distribuídas e redirecionadas para um eficiente atendimento às regiões mais distantes, diminuindo o tempo de resposta em todo estado.

7 COMENTÁRIOS

  1. Na verdade o famigerado Decreto é imoral, ilegal e afronta a Constituição Estadual.
    Demonstra ainda enorme desrespeito para com a Instituição: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, corporação legalmente autônoma, que teve seus bens subtraídos e passa a ter uma de suas Unidades comandadas por um oficial da Polícia Militar de Minas Gerais.
    É um estranho que entra na sua casa e dá ordens à sua esposa, seus filhos, seu cachorro, usa seu chinelo, mexe na sua geladeira, bebe sua cerveja…
    É simplesmente inaceitável!!!

  2. concordo com a ação. a nota do comando do bombeiro só está assim tão preocupada porque atinje uma “elite” de oficiais pilotos. se fosse um decreto que prejudicasse diretamente a vida dos praças da corporação, tenho certeza, nenhuma medida seria tomada. tenho 8 mil horas de voo e nao posso pilotar porque sou praça… enfim, mas, claro, foi políticamente incorreto como foi feito. mas que é necessario ter comandos centralizados isso é necessario.

  3. Quem é contra a criação do comave, só esta olhando para o próprio umbigo, e esquece que a finalidade das aeronaves é atender o interesse público.

    • O COMAVE é inconstitucional pois as atribuições de busca, salvamento, resgate, defesa civil, combate a incêndio e prevenção são atribuições constitucionais do Corpo de Bombeiro Militar previstas na Constituição Estadual . A gestão e o bom uso do dinheiro público pode ser atingido sem a usurpação da atividade operacional BM por outra instituição. Da mesma forma que o bombeiro-militar não pode fazer policiamento, outro órgão não pode fazer as atividades inerentes ao CBM. Mas tenho algumas perguntas: Por que o COMAVE tem que ser da PM? Por que a PMMG tem que assumir toda a aviação? Por que o CBM não pode? Por que não criaram um Comando Compartilhado (Integrado)? Por que no decreto não tem a participação da Polícia Civil? Alguém da PMMG pode me responder? Conheço os praças e oficiais do BOA/MG e tenho a convicção que o povo mineiro tem a excelência no atendimento aeromédico, são verdadeiros ARCANJOS! (Será que alguém da PM irá me responder?)

  4. Acredito que PMMG e Bomb MG, duas Instituições sólidas e importantes no Estado, trabalharão juntas para gerenciar esse processo de mudanças que se apresenta. Nesse momento que não deve ser fácil para ambas, a integração de fato, com base no interesse público e na máxima de preservar vidas, poderá fortalece-las e levar a uma gestão vitoriosa.

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