Imagens mostram perseguição e caçada ao traficante Matemático no Rio

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A Corregedoria da Polícia Civil e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) apuram a conduta de policiais civis durante a operação realizada na Favela da Coreia, na Zona Oeste do Rio, para prender o traficante Márcio José Sabino Pereira, conhecido como Matemático.

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Imagens das câmeras do helicóptero da Polícia Civil obtidas pelo Fantástico mostram os agentes na aeronave atirando a uma altura entre 20 e 40 metros. Casas e prédios foram atingidos. Especialistas em segurança questionam a operação, que foi classificada pela Chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, como “desproporcional”.

As imagens são de 11 de maio de 2012. O corpo do traficante Matemático foi achado na madrugada do dia seguinte, dentro de um carro. No tiroteio, nenhum morador foi ferido.

Matemático era um dos maiores traficantes do Rio, com ficha criminal extensa: 26 inquéritos por tráfico de drogas, associação para o tráfico e homicídios. Ele comandava o tráfico em quatro favelas da Zona Oeste, uma das áreas mais populosas da cidade.

Foragido do sistema penitenciário desde 2009, quando saiu para trabalhar numa funerária e fugiu. Quando morreu, o traficante tinha 11 mandados de prisão. O corpo de Matemático foi achado na madrugada de 12 de maio de 2012, dentro de um carro, a cerca de três quilômetros, após uma operação da PM.

A pedido do Fantástico, o especialista em segurança digital Wanderson Castilho checou se as imagens do vídeo obtido não sofreram algum tipo de manipulação. De acordo com a análise, a imagem tem “alto nível de autenticidade”. “A análise sequencial das imagens, da cronologia, da sintonia entre quem está narrando com a imagem mostrou-se ter um alto nível de autenticidade”, disse Wanderson.

PF monitorava traficante

A Polícia Federal monitorava a quadrilha de Matemático havia cinco meses. Os agentes usavam a espionagem eletrônica, rastreadores e escutas telefônicas que permitiam saber a localização dos bandidos. Naquela noite, as informações foram repassadas à equipe da Polícia Civil, que estava a bordo do helicóptero. As imagens do vídeo foram gravadas pela câmera do helicóptero da Polícia Civil que fazia a operação. A câmera tem um sensor que detecta o calor de corpos e objetos.

Na perseguição a Matemático, os agentes avistam um homem que, segundo a polícia, é o traficante, saindo de uma casa. No entanto, no vídeo, a tripulação diz que o homem se parece com Matemático. Antes dos tiros, o helicóptero está a uma altitude entre 900 e 1200 metros. A aeronave desce até uma altura entre 20 e 40 metros para a ação dos atiradores.

O homem assume a direção do veículo. Assim que o carro entra numa esquina, os policiais dialogam entre si e falam “Vamos incendiar?”. Assim que o alvo é localizado, os agentes dizem: “Pega, pega, pega!” e disparam tiros em sequência em direção aos motoqueiros que cruzam a rua.

Por um momento, o carro sai do alcance da visão da câmera do helicóptero. Os agentes percebem que o carro dos traficantes bateu e que um deles, supostamente Matemático, foi baleado. Em seguida, uma roda de pessoas se forma para ver o que está acontecendo. Homens que estariam carregando fuzis correm e mais tiros são disparados pela polícia.

“Apesar de a imagem ser feita a uma distância muito longa, e à noite, mesmo assim por conta do biotipo a gente tinha certeza que aquela pessoa que saiu da casa da mulher dele era o Matemático”, explica o piloto Adonis Lopes de Oliveira, que comandava a operação no dia.

Blindado da PM quebra em operação

Adonis (clique e leia a matéria) diz ainda que o objetivo naquele dia era monitorar o traficante, para que ele fosse interceptado pela PM. Entretanto, o carro blindado da PM quebrou. “O alvo está baleado aí. Pergunto pra você: cara, a equipe da Polícia Militar está com dificuldade de chegar aí, correto? Eles tão sem blindado”, diz um trecho do vídeo.

Em nota, a Polícia Militar afirma que um grande efetivo foi mobilizado para a operação. Na entrada da Favela da Coreia houve troca de tiros, que atingiram os pneus do blindado. A nota diz ainda que mesmo sem o apoio do veículo, os PMs entraram na comunidade sob fogo pesado e cumpriram o objetivo da operação, que era impedir a fuga de matemático.

O especialista em segurança José Vicente da Silva Filho argumenta que a prisão de Matemático deveria ser feita por meio terrestre. “Se o criminoso é tão importante, o suspeito é tão importante, a prisão dele deveria ser muito importante também, e só poderia ser feito com pessoal de terra”, conclui.

O especialista Diogenes Lucca também questiona uma operação como esta ser realizada à noite. “É questionável fazer uma operação dessa natureza à noite. Já começa uma complicação adicional”, diz.

Perigo à noite

O piloto Adonis discorda e alega que o helicóptero tem equipamentos que permitem visão noturna. “Eu discordo. Até porque as operações mais importantes que nós fizemos nos últimos tempos foram feitas à noite, através de equipamentos de visão noturna”.

O comentarista de segurança da TV Globo, Rodrigo Pimentel, que já foi capitão do Bope, diz que os disparos foram arriscados e que os agentes não estavam usando equipamentos de visão noturna.

“Os atiradores não estão usando equipamentos de visão noturna (..). Estão utilizando da luz residual que existe no bairro pra efetuar esses disparos (..). É um tiro muito arriscado”, analisa Pimentel.

O especialista chama de “carnificina” a ação. “É carnificina (..) Não tinha menor sentido em atirar como atiraram (..) Um tiro sem qualidade, é um tiro sem compromisso”, diz.

Helicóptero atingido por tiros

O piloto diz que os tiros foram apenas de “advertência” e que depois atirou mais, para proteger o helicóptero, que também foi atingido por dois tiros disparados por traficantes. “Nesse dia nós não tínhamos alto-falantes, até porque o combinado era o 14º Batalhão prender o Matemático, então quando nós chegamos perto do carro dele nós fizemos

O especialista diz que piloto deveria ter feito o oposto, ou seja, recuado, e não se aproximado.”Em qualquer hipótese de um veículo estar atirando sobre o helicóptero, o helicóptero teria que fazer um recuo pra segurança dos próprios tripulantes”, fala.inicialmente tiros de advertência. Logo em seguida, a gente começou a escutar muito tiro vindo em direção da aeronave. E aí a gente também revidou pra proteger, inclusive fazer a proteção da aeronave”, diz Adonis.

Adonis relata que os tiros foram disparados por traficantes que estavam armados com fuzis no carro, onde estaria Matemático. No entanto, o capitão Rodrigo Pimentel diz que o fuzil pra fora, na posição que mostra o vídeo, não é uma ameaça à aeronave.

“Se o cano foi usado recentemente, o cano tá quente. Então o visor térmico consegue localizar, sim, um fuzil dentro do carro. No entanto esse fuzil pra fora do carro, nessa posição que ele está, não é uma ameaça à aeronave, não. Lembrando que ainda que fosse uma ameaça à aeronave, nada iria justificar a quantidade de tiros disparados nesse bairro residencial”, comenta Pimentel.

Prédio e casas atingidos

Prédios e casas são atingidas pelos tiros. O piloto Adonis alega que o local é freqüentado por traficantes. “Aquela rua era frequentada a maioria por traficantes, conhecemos bem aquilo ali, tanto é que não houve nenhum tipo de reclamação e não houve nenhum morador baleado naquele dia”.

Um ano depois do registro das cenas, o prédio continua com as marcas de tiro. O deputado Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, criticou a ação dos policiais.

“Os recursos da Polícia Civil, os recursos da secretaria de segurança, os investimentos em tecnologia não podem estar a serviço desse tipo de ação”, pontuou.

Em nota, o secretário de segurança José Mariano Beltrame afirma que “o setor especializado nessas ações tem que dar uma resposta à sociedade, e quem teve a responsabilidade de agir, tem que ter a responsabilidade de arcar com as consequências”, diz o texto.

Críticas

A Chefe de Polícia Martha Rocha afirma que o papel da polícia é prender. “Essa imagem nos leva a admitir a possibilidade de que tenha havido uma ação desproporcional. Exatamente, por isso, que a corregedoria há quinze dias já vem investigando essa ação como um todo. Eu acho que o papel da polícia é prender. A morte ela é em último caso”, fala a delegada.

Apesar das críticas, Adonis diz que o objetivo foi alcançado, sem ocorrer morte de inocentes. “A gente entende que foi uma operação legítima, onde um traficante foi morto, um traficante perigoso, ninguém foi baleado, nenhum morador foi baleado, e o objetivo foi alcançado”, enfatiza.

Para Rodrigo Pimentel, a polícia não efetuaria a série de disparos que fez se a operação fosse em um bairro de classe média.

“Se essa perseguição não fosse numa comunidade carente do Rio de Janeiro, se essa perseguição fosse num bairro residencial, de classe média, ou no centro da cidade, será que a polícia efetuaria essa quantidade de disparos? Certamente não. Essa é uma prática da polícia em comunidades carentes ainda dominadas pelo tráfico”, conclui.

Fonte: Fantástico – G1.

20 COMENTÁRIOS

  1. Parabens para a ação do Piloto e da tripulação do helicóptero na caçada deste lixo da sociedade. Esta delegada que disse ser desproporcional a ação dos policiais, deve estar sonhando com o a Alice no país das maravilhas. Por ela, a policia vai perguntar pro bandido que arma que ele tem e buscar uma do mesmo nível pra fazer a perseguição? Tinha é que metralhar com .50 pra detonar mesmo. Lugar de criminoso é como dizia um reporter policial aqui do Paraná – Lugar de bandido é sentado no colo do capeta. E outra coisa, esse negocio de reclamar de bala perdida é só movimento pra esconder criminoso.Se tem traficante desfilando com arma na comunidade, é porque os moradores estão dando cobertura ou sendo beneficiados de alguma forma por esse lixo, então, não podem reclamar de bala perdida. Não existe pessoa meio honesta, assim como não existe meio ladrão ou meio assassino. Quem rouba um banco ou rouba um palito de fosforo é ladrão do mesmo geito. Outra coisa dá uma bicicleta e um estilingue pra este senhor Rodrigo Pimentel ir lá e prender o traficante.

  2. Impressionante como um material como esse vai parar nas mãos da mídia. Não consigo pensar em outra coisa que não sabotagem. Sabotaram a “PC-RJ” e eles caíram como patinhos. Vão servir de boi de piranha e infelizmente pagarão um preço altíssimo. Sem querer criar pânico ou qualquer tipo de desordem, mas esse foi só o primeiro caso de muitos que estão por vir. Não se esqueçam que essas câmeras estarão instaladas e muitas aeronaves do Brasil. Sem entrar no mérito da aplicação ou não da força policial no caso em tela, mas imagens como estas são um prato cheio para derrubar qualquer um.

    As aeronaves de asas rotativas deveriam ser empregadas em operações policiais apenas como plataforma de observação e, em alguns casos, meio de inserção rápido de tropas. Basicamente, como prevê a Subparte K do RBAC 91, que em momento algum autoriza outro tipo de operação em seu corpo. O emprego delas no confronto direto com os marginais está refutado. Primeiro, por questões éticas e morais, o emprego da força é totalmente desproporcional. Segundo, não há garantia da segurança para a população na troca de tiros. Terceiro, tais operações não preservam a incolumidade das pessoas e do patrimônio público (aeronave, policiais, construções e outros). Quarto, os fins não justificam os meios. Por fim, mesmo que uma guerra civil esteja declarada em qualquer lugar do Brasil, as polícias não são as forças responsáveis para combatê-las. Por tudo isso, não há como concordar com o emprego de uma arma de guerra contra uma população, principalmente se ela não for comunicada previamente do seu emprego.

    Mudando para um assunto recorrente neste site, ainda existem aqueles que defendem a instalação de armamento fixo nas aeronaves policiais?

    • É o caso do Piloto (PARTICIPANTE DESTA OPERAÇÃO) o Sr. Adonis – ele é o maior defensor de se colocar uma metralhadora .30 minimi de alto poder de fogo nos helicópteros, propostas essa vetada e refutada pelo Comando do Exército Brasileiro.
      Imaginemos hipoteticamente que eles tivessem usado essa arma de guerra, com a emoção demostrada no vídeo.

      • É muito fácil fazer avaliações e julgamentos, principalmente para alguns “ex-especialistas” de plantão, “altamente capacitados”. Mas, somente os que estiveram efetivamente na ação é que sabem como realmente foram os fatos. A realidade é que ocorreram erros, ou sabotagens, porque um vídeo como este deve ser preservado, faz parte de material confidencial e que jamais deve ser apresentado publicamente. Provavelmente o SAER e seus integrantes devem ter sido sabotados ou mesmo sofrido alguma ação de vingança, por diversas motivações, as quais não nos cabe citar e avaliar o mérito, ao menos neste momento.

        No entanto, cabe ressaltar que tanto essa quanto diversas outras ações dessa respeitada unidade, foram inquestionáveis em termos de precisão, atingiram o objetivo e não causaram nenhuma baixa de civis. Foi demonstrada uma atuação com certa emoção momentânea, mas muito precisa e mesmo com possível excesso de disparos realizados, não ocorreram danos colaterais graves. Sabe-se também que o criminoso abatido jamais se entregaria e, provavelmente, em conjunto com seus colaboradores, travaria um duro combate com as forças de segurança. Nesse caso, se houvessem baixas de Policiais ou Civis, certamente já seria algo passado e não estaria gerando esse “tumulto” atual.

        O Brasil está mergulhado na violência, a sociedade está cada vez mais acuada. São recorrentes as ações criminosas que demonstram uma grande covardia dos criminosos que matam pessoas inocentes por simples prazer. A opinião púbica, da sociedade de bem que paga pela sua segurança, não é levada em conta. Façamos uma pesquisa e avaliemos o que a sociedade quer, uma policia efetiva ou omissa. Deixando de lado a questão de abusos, excessos e corrupção que realmente ocorrem, temos a certeza de que grande percentual da população apoia as ações ocorridas no Estado do Rio de Janeiro.

        Quanto a algumas opiniões que vem sendo levantadas, como de uso dos Helicópteros apenas para ações de observação nesses casos, é algo que chega a ser hilário. É comprovado que esse tipo de ação, armada, tem trazido resultados e, na maioria das ocasiões, é o principal obstáculo encontrado por grupos criminosos. O Helicóptero é o que tem condições de dar a primeira, além de mais rápida, resposta aos crimes ocorridos, chegam rapidamente onde veículos não podem chegar. A efetividade e legitimidade dessas ações são inquestionáveis, salvo alguns erros e possíveis abusos, que devem ser minimizados pelas corporações, através de capacitação, avanços em capacidades tecnológicas, padronização operacional, dentre outras práticas.

        Quanto à instalação de armamento fixo nas aeronaves, é algo que deve ser avaliado tecnicamente, sem interesses “extras”. A fim de verificar se poderia ser algo que contribuiria com a maior precisão e segurança nesse tipo de operação. Somente assim seria possível chegar a um consenso. O Exército tem vetado, mas será mesmo por questões de segurança, ou seria por pura vaidade, pensamento retrógrado, ou porque eles não têm de realizar esse tipo de ação, sem uso dessa opção de armamento. Tudo deveria ser avaliado pensando-se apenas na segurança e precisão operacional, objetivando resultados efetivos para a segurança e anseios da sociedade. Esta que paga pelo trabalho e efetividade de todos os funcionários públicos, incluindo os Militares. A mesma merece ações independentes de qualquer interesse que não seja o seu melhor bem estar.

        As questões éticas e morais devem ser sempre avaliadas, mas não só nessas ações, também nos casos ocorridos em relação à violência que criminosos tem praticado contra a população. Sabemos que isso é um assunto muito mais amplo que a questão elencada neste tema (matéria do site), mas não se podem usar as palavras ética e moral sem prever, antes de tudo, a opinião e segurança da sociedade “de bem”. Deve-se excluir pensamentos e opiniões de grupos ou pessoas com interesses empresariais (como empresas fabricantes de helicópteros, um pouco ressentidas), vaidade e disputa de corporações, mesmo dos defensores dos direitos humanos, que “na maioria”, são defensores apenas dos criminosos, não se movem em casos de crimes contra a sociedade justa e correta. Sejamos sérios e imparciais.

    • Nós não podemos pré-julgar ninguém, as ações ali desencadeadas podem ser de certa forma agressivas e passíveis de um estudo de caso quanto a validade do risco. A realidade do Rio de Janeiro é singular, assim como a realidade dos outros estados da Federação. Recentemente o Estado de Goiás, assim como o Estado do Mato Grosso, e outros da região Norte e Nordeste do nosso país, sofreram e ainda sofrem com as ações dos grupos criminosos que assaltam bancos ao estilo Novo Cangaço. Geralmente as quadrilhas escolhem cidades afastadas dos grandes centros urbanos, que sem recursos policiais, ficam a merce de suas ações, e quando ocorrem essas ações, pelo menos no meu estado, Goiás, o primeiro apoio que chega é o aéreo, através do GRAER, e a nossa atuação é de extrema importância, e poderia aqui citar vários casos onde a nossa intervenção armada garantiu o tão sagrado direito a vida de vários policiais e de cidadãos de bem. As nossas aeronaves nada mais são que uma viatura especial, colocadas primeiramente a serviço do nosso público interno, e nós utilizamos as mesmas como plataforma de observação, como aeronave de resgate, e também, se necessário for, como ” plataforma de tiro embarcado “. Não podemos, ficar “observando ” enquanto os nossos companheiros são alvo de disparos, vamos continuar atuando nesse tipo de situação, e talvez, quem sabe um dia, nós poderemos nos dar ao luxo de não ser necessário empregar as nossas aeronaves nesse tipo de situação, mas por enquanto a necessidade de intervir é clara, necessária e justa. O Risco é inerente a nossa profissão, e não podemos admitir que a nossa aeronave seja empregada apenas como plataforma de observação, a nossa interferência tem que ocorrer de forma responsável, clara, objetiva e segura acima de tudo, e se necessário for………Dá…Dá…..Dá……Dá………..GRAER – PMGO

    • É muito fácil fazer avaliações e julgamentos, principalmente para alguns “ex-especialistas” de plantão, “altamente capacitados”. Mas, somente os que estiveram efetivamente na ação é que sabem como realmente foram os fatos. A realidade é que ocorreram erros, ou sabotagens, porque um vídeo como este deve ser preservado, faz parte de material confidencial e que jamais deve ser apresentado publicamente. Provavelmente o SAER e seus integrantes devem ter sido sabotados ou mesmo sofrido alguma ação de vingança, por diversas motivações, as quais não nos cabe citar e avaliar o mérito, ao menos neste momento.

      No entanto, cabe ressaltar que tanto essa quanto diversas outras ações dessa respeitada unidade, foram inquestionáveis em termos de precisão, atingiram o objetivo e não causaram nenhuma baixa de civis. Foi demonstrada uma atuação com certa emoção momentânea, mas muito precisa e mesmo com possível excesso de disparos realizados, não ocorreram danos colaterais graves. Sabe-se também que o criminoso abatido jamais se entregaria e, provavelmente, em conjunto com seus colaboradores, travaria um duro combate com as forças de segurança. Nesse caso, se houvessem baixas de Policiais ou Civis, certamente já seria algo passado e não estaria gerando esse “tumulto” atual.

      O Brasil está mergulhado na violência, a sociedade está cada vez mais acuada. São recorrentes as ações criminosas que demonstram uma grande covardia dos criminosos que matam pessoas inocentes por simples prazer. A opinião púbica, da sociedade de bem que paga pela sua segurança, não é levada em conta. Façamos uma pesquisa e avaliemos o que a sociedade quer, uma policia efetiva ou omissa. Deixando de lado a questão de abusos, excessos e corrupção que realmente ocorrem, temos a certeza de que grande percentual da população apoia as ações ocorridas no Estado do Rio de Janeiro.

      Quanto a algumas opiniões que vem sendo levantadas, como de uso dos Helicópteros apenas para ações de observação nesses casos, é algo que chega a ser hilário. É comprovado que esse tipo de ação, armada, tem trazido resultados e, na maioria das ocasiões, é o principal obstáculo encontrado por grupos criminosos. O Helicóptero é o que tem condições de dar a primeira, além de mais rápida, resposta aos crimes ocorridos, chegam rapidamente onde veículos não podem chegar. A efetividade e legitimidade dessas ações são inquestionáveis, salvo alguns erros e possíveis abusos, que devem ser minimizados pelas corporações, através de capacitação, avanços em capacidades tecnológicas, padronização operacional, dentre outras práticas.

      Quanto à instalação de armamento fixo nas aeronaves, é algo que deve ser avaliado tecnicamente, sem interesses “extras”. A fim de verificar se poderia ser algo que contribuiria com a maior precisão e segurança nesse tipo de operação. Somente assim seria possível chegar a um consenso. O Exército tem vetado, mas será mesmo por questões de segurança, ou seria por pura vaidade, pensamento retrógrado, ou porque eles não têm de realizar esse tipo de ação, sem uso dessa opção de armamento. Tudo deveria ser avaliado pensando-se apenas na segurança e precisão operacional, objetivando resultados efetivos para a segurança e anseios da sociedade. Esta que paga pelo trabalho e efetividade de todos os funcionários públicos, incluindo os Militares. A mesma merece ações independentes de qualquer interesse que não seja o seu melhor bem estar.

      As questões éticas e morais devem ser sempre avaliadas, mas não só nessas ações, também nos casos ocorridos em relação à violência que criminosos tem praticado contra a população. Sabemos que isso é um assunto muito mais amplo que a questão elencada neste tema (matéria do site), mas não se podem usar as palavras ética e moral sem prever, antes de tudo, a opinião e segurança da sociedade “de bem”. Deve-se excluir pensamentos e opiniões de grupos ou pessoas com interesses empresariais (como empresas fabricantes de helicópteros, um pouco ressentidas), vaidade e disputa de corporações, mesmo dos defensores dos direitos humanos, que “na maioria”, são defensores apenas dos criminosos, não se movem em casos de crimes contra a sociedade justa e correta. Sejamos sérios e imparciais.

  3. O certo mesmo é deixar o pobrezinho a vontade, perguntar se ele quer se entregar e ficar esperando ele descarregar a arma em cima da guarniçao…a final policial tem de montao e nao vai fazer falta, mas estudante, trabalhador, adolescente esses devem ser preservados!

  4. Gostaria de saber a qualificação dos especialistas em operações aéreas apresentados pela reportagem. Fácil para os famosos ex-policiais, agora sentados em salas com ar condicionado e poltronas confortáveis, analisarem as ações de policiais nas ruas. Não precisam mais estar no dia-a-dia da árdua missão de segurança pública, sabem que não mais precisarão se socorrer de análise e julgamento em frações de segundos e não correrão o risco de serem julgados na televisão por “especialistas”. Deixemos o mérito da ação para o Judiciário, somente não podemos aceitar o teatro promovido por “especialistas” que não possuem comprometimento com a segurança pública e sim com a segurança privada. Os”especialistas” nunca são pessoas que estão na ativa, acredito eu, pelo simples fato, destes viverem a realidade atual da segurança pública e não se prestarem a ser levianos em analises descomprometidas. Quem melhor do que os policiais da aviação do Rio de Janeiro, pra falar como trabalhar na aviação de segurança pública do Rio de Janeiro. Bem vindos a mais uma temporada de caça as bruxas na polícia brasileira.

  5. […] A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (6) que decidiu afastar das funções o piloto Adonis Lopes de Oliveira, que pilotava o helicóptero usado para capturar o traficante conhecido como Matemático, em maio de 2012. O caso foi arquivado em novembro, mas ganhou novos rumos depois da exibição, no último domingo (5), pelo Fantástico, da caçada da polícia ao traficante, como mostrou o RJTV. (Clique e leia a matéria) […]

  6. Estou PASMO com os seguintes comentários.
    Aonde vai parar o bom senso?? quer dizer que os Policiais com um helicóptero e fuzis, PODEM TUDO??
    Não precisa se reporta a ninguém, nenhum comando.
    Nos EUA a Polícia vai atrás dos bandidos até chegar a exaustão, só atira em último caso e para se defender, e olha que os bandidos de lá não são esses “pé raspado” daqui.
    Ainda vou além, se fosse realmente numa missão de guerra, com certeza eles teriam sido abatidos, porque são ruins de mira.

  7. Depois de tantos devaneios e desvios, a raça humana acaba de descobrir que ninguém é mais “bonzinho” do que Deus. Se Deus manda matar o homicida, é porque não existe nada melhor a ser feito com ele. Do contrário, me provem que é justo um mesmo homicida matar, 1, 2, 3, 100 pessoas. Matar um homicida, além de ser uma obrigação daqueles que amam a Deus, é um ATO DE AMOR em relação às vidas de inocentes que serão poupadas, Quando um homicida é morto, vidas serão poupadas, Deus é obedecido, o dinheiro gasto em presídios e aparato policial, serão revertidos na educação e alimentação do povo. A saúde passa a receber muitos recursos que são desperdiçados com a manuteção daqueles que não deveriam estar vivos, diminuindo a qualidade de vida dos inocentes. Lev 24:17 Quem matar a alguém, certamente será morto;

    • Concordo em grau, gênero e numero com a sua postura e pensamento Ministro. Lugar de criminoso é isolado da sociedade e de preferencia a sete palmos abaixo do chão.

  8. Os Pilotos e Tripulantes do GRAER PMGO, de Goiás, vem a publico declarar apoio irrestrito aos Companheiros e heróis do Grupamento Aéreo da Policia Civil do Rio de Janeiro….Ficamos tristes, com comentários de pessoas que vivem em um mundo de Alice no País das Maravilhas”’$$$””….O Brasil é um País único e com legislação única, porem é bastante eclético em seus costumes e também o será em suas Doutrinas Operacionais, se em seu Estado ou Região o uso de Aeronave desenvolve uma Doutrina de Plataforma de observação, parabéns e felicidades pois ainda não chegou o momento de Vossas Senhorias interferir na ocorrência, e espera se que o dia que isso for necessário seu Grupamento esteja preparado para isso. Por isso não venha me falar em Conduta insegura, pois o simples fato de voar em Segurança Publica já foge uma serie de princípios, caso contrario não necessita de aeronave, ou simplesmente vamos fazer táxi aéreo do Governador e de autoridades. Quanto a proporcionalidade, da ação quem decide é o agente de segurança e quem julga e o judiciário/tribunal do Júri. Arma de Guerra usada contra População??? Onde??? Subpart K, rbac91, proíbe uso de ACFT de Seg. Publica em outra situação que não seja plataforma de observação???? Pelo que sei em nossas Legislações se não ta escrito, não é proibido. Questões Éticas e Morais???Talvez esta equipe do Grupamento Aéreo da Policia Civil do Rio de Janeiro, nesta operação tenha salvo mais vidas do que todas as Aeronaves utilizadas, quando do tragédia em Santa Catarina, não que aquela missão não seja muito nobre também. Quanto aos ”’se”’…..a operação foi um sucesso…..E como diz meu Comandante : ”’ Se minha mãe tivesse 6 peitos, eu era um leitão”’.
    Capitão Alessandro Arantes GRAER GOIÁS BRASIL.

  9. OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS !!!!
    AÇÕES DE POLÍCIA DEVEM SEMPRE SER PAUTADAS NA SEGURANÇA, TANTO DOS POLICIAIS QUANTO DOS CIDADÃOS.
    ACREDITO QUE A VONTADE EM “EXTERMINAR” O MATEMÁTICO, FOI MAIOR DO QUE A SEGURANÇA OPERACIONAL (A EMOÇÃO FOI MAIOR QUE A RAZÃO !!!)
    A FALTA DE DOUTRINA ACERCA DO ASSUNTO, É NOS LEVA A DEVANEAR E ACHAR QUE AS CENAS QUE VIMOS NA TELEVISÃO SÃO NORMAIS, POIS AO MEU VER, MAIS PARECIAM SAÍDAS DO FILME “LOUCADEMIA DE POLÍCIA”.
    ME DESCULPEM OS MAIS EXPERIENTES, MAS COM 23 ANOS DE POLÍCIA VIVIDOS NA OPERACIONALIDADE, ESSA É MINHA OPINIÃO !!!

  10. Questionar a legalidade,oportunidade e proporcionalidade e mesmo a questão do armamento utilizado,apenas observando parte das imagens é muito complicado.O que sei é que somente quem já esteve por terra nas favelas do RJ e contou com o apoio do SAER/PCRJ sabe do profissionalismo e capacidade desse grupo.Aos amigos que fazem diversos questionamentos,espero sinceramente que nunca fiquem encurralados por traficantes fortemente armados numa favela do RJ,pois certamente mudariam seu ponto de vista,quanto ao emprego de aeronaves na atividade policial.
    Cap Onildo-GTA/MA

  11. Engraçado esses especialistas de seguraça… só ficam no escritório criticando os outros… A polícia não pode atirar, mas os marginais podem matar a vontade… tenha paciência… por isso que está da maneira que está no Brasil… Não basta somente o cara te assaltar, ele te assalta e mata só pelo prazer e sabendo da impunidade…Cadê vários especialistas pra falarem dos crimes cometidos contra trabalhadores que são assassinados…???

  12. O Sr matematico ja era umestorvo para a sociedade os meios justificam a acao pois o dito matematico nao tinha nenhum escrupulo para com seu proximo pena que se gastou ainda grana para eliminaro dai da para ser perceber o grau de perigo deste lixo, parabens que continue.

  13. parabéns deviam ganhar um premio por tirar esse tipo de monstro das ruas,o que a globo quer mesmo é esse tipo de monstro na rua
    para ter noticia para por na mídia e ter ibope com mortes de inocentes……

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