Impacto dos ambientes interno e externo nas OASP

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Cap PM Marcus Vinicius BARACHO de Sousa
Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP

É um erro de gestão o entendimento de que as Organizações Aéreas de Segurança Pública – OASP são independentes e fechadas em seu universo.

A afirmação deve-se pelo fato de que o ambiente interno e externo, são impactantes no processo decisório e uma análise superficial, vai levar à grandes dificuldades.

Notícias que recebemos, quase que diariamente, sobre aeronaves públicas sem manutenção, OASP sem hangar, problemas de documentação, falta de estrutura e logística, se avaliados, revelarão que em algum momento, não se considerou aspectos internos ou externos e que passam a se revelar, contrários ao que se esperava.

Podemos entender como ambiente interno de uma OASP, tudo que se refere a sua capacidade de ser forte (forças) ou fraca (fraquezas), diante dos desafios que há de enfrentar. Tais características podem estar presentes na força de trabalho, nos processos produtivos, nos serviços prestados, na logística que possui, na sua estrutura organizacional e outros.

Por exemplo, a falta de padronização de procedimentos, pode comprometer a segurança operacional, que por sua vez, compromete a qualidade do serviço. Aqui, teríamos então, uma fraqueza, a qual está vinculada ao ambiente interno da OASP.

Sugere-se que o Gestor entenda as forças e fraquezas de sua OASP, reconhecendo principalmente, os pontos frágeis da Organização, procurando formas de aprimora-los.

A reflexão em torno do ambiente externo considera a capacidade que a OASP tem de aproveitar oportunidades e identificar ameaças, que de alguma forma possam afetar as estratégias definidas. Essa avaliação está focada para fora da OASP, considerando decisões governamentais, parcerias com outros Órgãos Públicos e Privados, relação com a sociedade, situação econômica atual e outras questões.

A grande dificuldade é descobrir o que realmente é oportunidade ou ameaça para a OASP, pois nem sempre é claro.

Como exemplo a se destacar, aeronaves que são oferecidas em doação para nossas Organizações. Inicialmente se apresentam como solução, mas logo chegam os problemas, quando se percebe os elevados custos de manutenção para faze-las voltar à operação, formação complexa de mão de obra técnica e dificuldade de inclusão desse tipo de equipamento na realidade operacional da OASP. O que parecia oportunidade acaba se apresentando como ameaça, seja para os recursos alocados ou para a imagem institucional.

Não é cabível posturas isoladas, é importante entender que as OASP são integradas aos ambientes interno e externo, cabendo aos gestores o estudo situacional, para só depois, construir estratégias.

Sem esse convencimento, continuaremos a experimentar derrotas em nossas empreitadas.

Bons voos, com boa gestão!

2 COMENTÁRIOS

  1. Talvez a maior “fraqueza” seja a quebra de paradigmas. Principalmente no que tange à gestão, essa é uma mudança comportamental relativamente recente e depende diretamente dos gestores. Hoje é condição” sine qua non” o Planejamento Estratégico “em todos os seus níveis”, adaptando de forma eficaz a doutrina da iniciativa privada à nossa realidade. Mas isso custa tempo e vontade do servidor público, além do comprometimento com a res pública.

  2. Boa observação, não creio que todas as práticas da iniciativa privada possam ser aplicada no setor público, mas com certeza, muitas servem. Claro que as OASP, enquanto instituições públicas não têm como objetivo gerar lucro, mas sim, valorizar cada recurso investido, fazendo o melhor e oferecendo serviços de alto padrão.

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