Iniciado processo para aquisição de aeronave blindada para o GAM/RJ

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A SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA, em razão da necessidade imediata, baseado em estudo técnico realizado, dentro da realidade do cenário da aviação policial no Estado, iniciará o processo de aquisição de um helicóptero de porte médio, com blindagem, adequado às características próprias das operações aéreas policiais desempenhadas pelo Grupamento Aéreo e Marítimo da Policia Militar.

A aeronave deverá apresentar capacidade para a garantia da segurança da tripulação, do equipamento e das pessoas envolvidas, possuindo características e equipamentos que garantam sua survivability em combate, consubstanciada na capacidade de resistir ou suportar um ambiente hostil, consoante adiante discriminado:

Características Gerais da Aeronave:

1. Monomotor com motor a reação de porte médio;
2. Homologado pata vôo VFR diurno e noturno;
3.Capacidade para 2 pilotos mais 11 tripulantes/passageiros (2+11);
4. Capacidade de transportar 1.900kg de carga útil interna;
5. Possuir portas deslizantes (slide) de fácil remoção em ambos os lados da cabine de passageiros, que possam ser abertas e fechadas durante o vôo, com dimensões mínimas de 1,50m de largura e 1,00m de altura;
6. Possuir sistema corta-cabos inferior e superior;
7. Sistema de filtro anti-areia ou separador de partículas;
8. Possuir trem de pouso do tipo esqui.

Características de Performance:

As características de performance devem ser consideradas nas condições ISA (atmosfera padrão internacional) e com o Peso Máximo de Decolagem (PMD / MGW) com carga interna.

1. Velocidade mínima de cruzeiro de 110kt / 203 km/h;
2. Alcance mínimo de vôo de 245nm / 450km sem tanques auxiliares;
3. Autonomia mínima de vôo de 2 horas e 30 minutos sem tanques auxiliares;
4. Teto operacional acima de 15.000ft (quinze mil pés) de altitude pressão;
5. Teto de vôo pairado dentro do efeito solo (IGE) de no mínimo 10.000ft de altitude pressão;
6. Teto de vôo pairado fora do efeito solo (OGE) de no mínimo 5000ft de altitude pressão.

Dimensões:

1.Altura mínima do rotor principal em relação ao solo, quando girando, de 2,50m;
2. Comprimento máximo com os rotores girando de 20 metros;
3. Diâmetro máximo do rotor principal de 16 metros.

Características Especiais e de Blindagem:

Todas as blindagens a que se referem os itens abaixo devem ser, obrigatoriamente, de nível IV / NIJ.

1.Assentos para ambos os pilotos blindados nas laterais, parte inferior (assento), parte posterior (encosto), com lateral externa retrátil ou rebatível para permitir o acesso e saída do posto de pilotagem;
2.Possibilidade de instalação de placas balísticas removíveis no piso da cabine de pilotagem e de passageiros; área frontal (nariz da aeronave); laterais nas portas dos pilotos; nas laterais da cabine de passageiros rebatíveis para fora de forma a possibilitar o embarque e desembarque da tripulação; parte posterior da cabine (parede traseira da cabine de passageiros); no tanque de combustível em sua parte inferior, laterais e dianteira e traseira; no motor, em sua parte inferior e nas laterais;
3.Tanques de combustível auto-obturantes (self sealing);
4.Sistema de combustível com célula(s) resistentes à ruptura em caso de acidentes;
5.Previsão para sistema de tanque auxiliar de combustível;
6.Possibilidade de instalação removível de no mínimo 03 macas para resgate aeromédico;
7. Possuir pontos de fixação de cabos para realização de rapel em ambos os lados da aeronave;
8. Os assentos da tripulação deverão ser do tipo militar operacional, em quantidade correspondente à capacidade máxima de passageiros da aeronave, revestido em nylon ou material similar e que permita, de forma rápida, sua remoção ou mudanças de configuração e com cintos de segurança individuais;
9. Possuir provisões (parte fixa e removível) para lançamento de tropa com aeronave em vôo pelo método “fast rope”;
D.10. Possuir sistema de guincho de salvamento, de velocidade variável, com capacidade mínima de 250kg e cabo com comprimento mínimo de 45 m;
11. Possuir gancho para carga externa com capacidade mínima para transportar 1600kg de carga;
12. Equipamento para combate a incêndio do tipo “bambi bucket” de no mínimo 500 litros, podendo transportar água ou líquido com reagentes químicos para combate a incêndio e que tenha sistema de alijamento.

Assim, os fabricantes e/ou fornecedores que tenham interesse em participar de procedimento legal de aquisição, devem entrar em contato, no prazo de 15 (quinze) dias a contar desta publicação, com a Subsecretaria de Gestão Estratégica, da Secretaria de Estado de Segurança, para apresentação de proposta e termo de referência de aeronave que atende na íntegra, as especificações e características supra mencionadas, por meio do e-mail [email protected], fone (21) 2334-9383 e fax (21) 2334-9384.


Fonte: Diário Oficial do Rio de Janeiro (Nº-068, Parte I, Poder Executivo Rio de Janeiro, 15 de abril de 2010, pg 19)


7 COMENTÁRIOS

  1. Considero a incorporação da filosofia de survivability um avanço na Aviação de Segurança Pública. Decolar da Base, cumprir a missão e retornar em condições seguras, lastreados pela capacidade de evitar (susceptibilidade) e resistir (vulnerabilidade) a uma grave ameaça em ambiente hostil são pressupostos importantes a serem cumpridos pelo equipamento.

    Não importa se é aeronave de polícia, de bombeiro ou até de canal de televisão (uma aeronave de uma emissora foi atingida por disparos de calibre 5.56, em dezembro de 2006, quando sobrevoava, nivelada a 1500ft, a comunidade da Rocinha) o importante é estar protegido para realizar o seu mister, sem o qual não existiria.

    Fazendo uma alusão com o mercado automobilístico, quando profissionais como advogados, empresários, médicos e outros aplicam blindagem balística em seus veículos, não significa dizer que foram voluntários a participar de um conflito armado, melhor seria entender que esta é a forma encontrada por esses profissionais para exercerem as suas atividades primárias, com capacidade de se defenderem das ameaças da sociedade que estão inseridos, já que outros profissionais poderão não necessitar destes mesmos recursos, em outras regiões deste imenso país.

    Como tantos outros avanços trazidos para a sociedade, a survivability também foi erigida do ambiente de guerra (como o GPS, freqüência VHF, tecnologia radar, celular via satélite, etc). No ano de 1971, a Joint Technical Coordinating Group on Aircraft Survivability (JTCG/AS) foi criada com foco voltado na inserção da survivability como disciplina formal no projeto de aeronaves, voltadas a sobreviver em ambiente de guerra.

    A partir do final desse mesmo ano, baseada nas perdas de aeronaves ocorridas no conflito do sudeste asiático, tomou corpo uma revolução nos projetos de aeronaves militares, com o início do programa de aeronaves stealthy. O helicóptero do Exército UH-60A Blackhawk é um exemplo de projeto que incorporou a survivability nos seus pressupostos, baseado nas lições aprendidas nos campos de batalha, desde o final dos anos 60.

    Nos Estados Unidos, após o evento do 11 de setembro, as aeronaves policiais passaram a, além do Law enforcement, raciocinar alinhado com o homeland security, o que confere uma capacidade de responder ao aumento da atividade terrorista no país e não simplesmente desistir de prover segurança, com apoio aéreo à sua população, face ao aumento e diversificação das ameaças.

    O que as forcas públicas chamam de missão o setor privado chama de negócio. A indústria petrolífera instalada no Mar do Norte enfrenta uma série de dificuldades para tocar o negócio. O ambiente é deveras hostil, concentra elevada incidência de raios (o que já derrubou vários helicópteros e encerrou muitas vidas), alta salinidade (que desafia diariamente a vida útil dos componentes do helicópteros, interferindo na sua confiabilidade e disponibilidade de emprego), além de problemas de manutenção ainda não elucidados, coma ocorrência de fraturas na gearbox de helicópteros que operam por lá.

    Mas para enfrentar esses desafios, a indústria petrolífera não desistiu de explorar a bacia do Mar do Norte, por razões obvias. Ela se organizou para enfrentar as suas dificuldades. Primeiro, reuniu-se em torno da Oil & Gas Producers (OGP) para canalizar e amplificar a representatividade da sua atividade, o que facilita o processo de conversação com o governo, com demais setores da indústria e a sociedade em geral, que enxergarão melhor as suas necessidades.

    Depois, fomentou o estudo, em ambiente de pesquisa científica, e a discussão de temas relacionados às suas dificuldades, contando também com o apoio estatal. Além de outras posturas, a OGP focou no seu business e, a cada dia, implementa ações pensadas que ajudam no desenvolvimento da sua atividade.

    Voltando ao assunto da Segurança Pública, certamente a filosofia da survivability não se voltará, ainda, para contramedidas eletrônicas. Não será necessário, no atual cenário, a utilização de Flare e de Chaff, que seriam mais adequados para as Forças Armadas. O cenário da Segurança Pública é customizado, é preciso pensar helicópteros que sejam mais recomendados para ambientes, que, por vezes, enfrentam conflitos assimétricos, além de toda a sorte de condições de vento, salinidade, poeira, raios, etc.

    As aeronaves devem ser mais friendly na operação, facilitando a pilotagem e o acesso aos equipamentos da cabine, sem as dores costumeira de alguns tripulantes, face à operação prolongada em determinada posição em seu posto de trabalho. Características de crashworthiness são sempre bem vindas, mesmo porque se deseja que essas mesmas tripulações possam, inicialmente, trabalhar tranquilamente, mas caso sejam colhidas por uma grave agressão, que para nos pode ser um projétil ou uma ave de grande porte, possam sobreviver em caso de complicações na realização de um procedimento de emergência e a inevitável colisão com o terreno.

    Parabenizo o GAM pela iniciativa pioneira na incorporação da filosofia de survivability na aquisição de helicópteros para o cumprimento de suas missões. Da mesma forma, alerto que cuidados especiais com a certificação da aeronave a ser adquirida devem ser adotados. Problemas com certificados de homologação de tipo e autorizações normais para o voo podem surgir, no decorrer do processo. Um passo importante é ter um equipamento que seja certificado. A presença de autorizações temporárias de voo e isenções deve ser analisado, pois podem significar problemas amanhã. Aeronaves experimentais trazem limitações legais que devem ser conhecidas. Com a suspensão de autorizações de voo, pode-se inviabilizar o cumprimento da missão no futuro e trazer dores de cabeça pela cobrança de um investimento realizado com dinheiro público.

  2. Herlón, trouxeste um ponto de vista extremamente curioso e que virou moda entre as rodas que envolvem as operações de segurança pública no Brasil: a survivability das aeronaves. Entretanto, acredito que o tema tem sido pouco explorado no Brasil e uma iniciativa como essa (a do GAM em agregar proteções balísticas na aeronave) não deve ser vista como resultado positivo e, sim, uma aposta que deverá ser avaliada a posteriori.

    Sabemos que da mesma forma que a aeronave solicitada apresentará proteções balísticas, a aeronave será de médio porte. Se comparada com o Esquilo (alvejado por criminosos do Rio de Janeiro) apresentará uma série de características como peso, agilidade, operacionalidade, ruído, tamanho (em todos os sentidos), que não a favorece. Tais características aumentam consideravelmente a exposição da aeronave bem como dos pilotos e tripulantes em operação. E, mais, se esta aeronave vier a ser abatida não estarão apenas quatro tripulantes (incluindo os pilotos) a bordo da aeronave, poderão ter mais, até 13 policiais. Diante do cenário em que o Rio de Janeiro se encontra, com todo o tráfico de armas na região, “expor” 13 policiais capacitados dentro de uma aeronave para realizar uma missão policial, na minha opinião, por mais impostergável que seja, é desnecessária. O GAM assumiu um risco acima do comum e vai ter que arcar com possíveis consequências.

    Portanto, não quer dizer que o fato de o GAM ter tido essa atitude pioneira significa que tenha acertado. Quer dizer que: arriscaram e agora passarão pela comprovação quanto ao emprego eficiente da aeronave. (Quando digo eficiente, quero dizer eficiente no sentido de que a aeronave deverá fazer mais operações, como o mínimo necessário e a um baixo custo).

    Como um bom pesquisador que é, sabes que devemos aguardar e verificar os resultados desta iniciativa ao longo do tempo para podermos afirmar se algo correspondeu às expectativas, ou não.

    Na minnha, opinião a inclusão de tais itens trará uma GRANDE dor de cabeça para o GAM. Todavia, espero que esteja errado. A PM do Rio não merece passar por essa exposição desnecessária, caso o investimento não dê certo. Não, em véspera de eventos internacionais como os que virão nos próximos anos.

  3. Prezado,

    Inicialmente, agradeço pela participação nesse tópico, vejo que tem muito a contribuir. Embora minhas opiniões reflitam um pensamento particular, a atividade agradece as contribuições que tem propiciado.

    Na verdade o programa de survivability é bem mais amplo e não se resume, apenas, na diminuição da vulnerabilidade, através da aplicação de proteção balística num helicóptero. Ele passa pelo desenvolvimento de um programa estruturado, consistente, o que não significa dizer que, a partir da incorporação deste item, haverá, como em um “passe de mágica”, a anulação de todas as ameaças que nos cercam.

    Vejo pela primeira vez, formalmente, a relação do requisito [proteção balística] atrelado à filosofia que está por traz dela e é isso é o que parabenizo. Saúdo a possibilidade de se estudar, tentar compreender e discutir a nossa atividade, que é mais complexa do que se pode imaginar.

    Por força desta mesma ameaça que nos faz aplicar proteção balística em um helicóptero, Imagino a dificuldade enfrentada por uma aeronave de resgate no Rio, ao tentar replicar, na linha vermelha, aquilo que o Águia [GRPAe] faz, diuturnamente, nas vias do Estado de São Paulo, atendendo a população e ampliando o paradigma de cidadania.

    O que comemoro é o plantio de sementes, independente de modismos, as coisas não podem mudar do dia para noite, eu sei disso, mas não deixo de acreditar. Antes de uma aeronave de Segurança Pública ir cumprir a sua missão, existe a análise do risco que precede seu despacho, ou, pelo menos, deveria preceder. Os níveis aceitáveis na nossa planilha de gerenciamento de risco não podem ser iguais aos do taxi aéreo, mas devem existir.

    Certamente, a decisão não será tomada após riscar uma lousa, numa sala ampla e refrigerada, a matriz é preenchida, mentalmente, do toque da sirene até o caminho do spot. Para tomar uma decisão acertada nessa matriz é preciso muito mais do que “pé e mão”. Neste exercício de tomada de decisão, isso é o que menos importa.

    Primariamente, existe um risco natural atrelado à atividade de Segurança Pública, vale lembrar que as ameaças estão ativas [até aeronave dentro do hangar é vítima de disparos], embora não as percebamos, seja aqui ou em qualquer outra parte do mundo, da Suécia à África do Sul, conforme resumo abaixo:
    _______________________________________________

    ITEM FATO LOCAL ANO

    1 Disparo contra Aeronave da Polícia Columbus, USA 2006
    RESUMO

    Ladrões de banco dispararam tiros contra o helicóptero da Columbus Police Helicopter. A aeronave pousou para não ser atingida e as equipes de terra deram resposta de fogo.

    FONTE:ALEA

    ITEM FATO LOCAL ANO

    2 Disparo contra Aeronave da Polícia Gothenburg, Suécia 2007
    RESUMO

    Quatro helicópteros EC 135 da polícia foram atingidos por disparos de arma de fogo, durante a noite.

    FONTE: ALEA

    ITEM FATO LOCAL ANO

    3 Disparo contra Aeronave da Polícia Yuma, USA 2007
    RESUMO

    Um helicóptero EC120B da U.S. Custom Border Patrol (CBP) foi atingido dentro do Hangar.

    FONTE: ALEA

    ITEM FATO LOCAL ANO

    4 Disparo contra Aeronave da Polícia Rio Colorado, USA 2007
    RESUMO

    Foram disparados tiros contra equipe da CBP, durante fuga de traficantes, na fronteira com o México.

    FONTE: ALEA

    ITEM FATO LOCAL ANO

    5 Disparo contra Aeronave da Polícia Johannesburg, África do Sul 2008
    RESUMO

    No distrito de Soweto, foram disparados tiros contra o helicóptero da polícia, a aeronave colidiu com fios e foi ao chão.

    FONTE: DEUTSCHE PRESSE-AGENTUR

    ITEM FATO LOCAL ANO

    6 Disparo contra Aeronave da Polícia Los Angeles, USA 2008

    RESUMO

    Quando atendia uma ocorrência de roubo, um homem atirou contra o helicóptero da Los Angeles County Sheriff. Os disparos atingiram a barriga e a cauda da aeronave, levando o piloto a realizar pouso.

    FONTE: ALEA

    ITEM FATO LOCAL ANO

    7 Disparo contra Aeronave da Polícia Lenásia, África do Sul 2009

    RESUMO

    Ladrões de carro dispararam dois tiros contra o helicóptero da polícia, atingindo o piloto.

    FONTE: POLICE HELICOPTER PILOT

    ITEM FATO LOCAL ANO

    8 Disparo contra Aeronave da Polícia Rio de Janeiro, Brasil 2009
    RESUMO

    Um helicóptero da PM foi atingido por diversos disparos, o que o fez realizar pouso forçado. Três tripulantes faleceram.

    FONTE: AGÊNCIA O GLOBO

    ITEM FATO LOCAL ANO

    9 Disparo contra Aeronave da Polícia Central Virginia, USA 2010

    RESUMO

    Após sobrevoar uma área de vegetação, em um cerco policial, o helicóptero foi atingido por 7 tiros. Os disparos atingiram o tanque de combustível, induzindo um pouso forçado. FONTE:ALEA

    ATUALIZADO: HER – 04 novembro 2009

    _______________________________________________

    Mas foi bom que você tocou nesse ponto, reforça a minha posição de que o processo deve ser amplo e discutido em bases sólidas, para o crescimento sustentável da atividade Aérea de Segurança Pública, pois é o que a sociedade precisa.

    Esclareço também que fiquei contente em ver, pela primeira vez, a referência à filosofia de survivability na Aviação de Segurança Pública, independente dos resultados que o experimento venha trazer no futuro, pois acredito na sua implementação gradual.

    Sem jogar confetes, mas sendo justo, o investimento que a SENASP fez e continua fazendo na atividade de Segurança Pública mudou o cenário e a auto-estima do setor. Praticamente, todos os Estados têm o vetor aéreo.

    Alguns passaram a ter, outros ampliaram a sua frota e muitos estão por estrear ou “voltar a campo”, sem falar o investimento em capacitação – para mostrar que não basta comprar aeronave, é preciso raciocinar adequadamente, para melhor usar o novo instrumento -, num cenário em que – nos Estados Unidos, por exemplo – muitas unidades de Segurança Pública estão fechando as portas, por falta de recursos.

    O Fórum Nacional de Aviação de Segurança [FNAVSEG]é um laboratório muito interessante, a metodologia não é a do maniqueísmo do certo contra o errado, os assuntos são discutidos numa plataforma inteligente, mas que nem por isso deixa de ter seus pontos de divergência, isso é bom deixar claro.

    É por estas e outras razões mais que eu vibro, proativamente, para que outras ações sejam implementadas e que a atividade, em conjunto, tenha um futuro mais alvissareiro. Não é um lado racional, cartesiano…é a esperança de que a chama não se apague e que um futuro melhor, como cidadão que sou, esteja por vir. É como a possibilidade de estarmos neste magnífico espaço, em pleno domingo, discutindo aviação…rsrsrsrsrs!

    Cordial abraço,

    HER

  4. Acrescenta à conta, aí: “At least 13 Americans killed as US Apache helicopter shot down in Farah: Taliban” – ontém, 25 de abril de 2010.

    Detalhe: Um APACHE! A Aeronave que mais investimentos recebeu nos últimos anos em relação ao survivability em combate.

    Minha maior preocupação quanto ao emprego desta filosofia, é o emprego inadequado, ou, pouco eficiente da mesma, Herlon. Tenho certeza que o tema merece a devida atenção, porém, temo que seja utilizada para outros fins que não o emprego seguro e eficiente da aeronave.

    Como o assunto ainda não é do conhecimento geral, ou seja, poucos se dedicaram/dedicam ao estudo aprofundado e preciso deste objeto receio que seja empregada para subsidiar outros interesses. Infelizmente, se essa corrente influenciar as decisões que vierem a ser tomadas, a aviação de segurança pública enfrentará sérios problemas, pois nada se sustenta por muito tempo sobre o que não estiver sobre uma base sólida e rígida.

    Vamos continuar o debate, Herlon. Parabéns pelas palavras, muito sábias, por sinal.

    Aproveito para trazer o conceito de SURVIVABILITY o qual me refiro.

    “Segundo Ramos (2009), helicopter survivability é a capacidade de uma aeronave de asas rotativas para evitar ou para suportar um ambiente hostil, produzido por fenômenos naturais ou ação do homem. Esta capacidade pode ser dividida em duas grandes probabilidades, suscetibilidade e vulnerabilidade.

    A suscetibilidade é a probabilidade de o helicóptero ser atingido por um mecanismo capaz de causar danos a ele (rajada de vento forte, projéteis, ação de radar, etc.). A vulnerabilidade é a probabilidade desta ameaça/mecanismo de dano “matar” o helicóptero, uma vez que este tenha sido atingido.”

    SURVIVABILITY NAS OPERAÇÕES EM HELIPONTOS ELEVADOS NA CIDADE DE SÃO PAULOConexão SIPAER, Vol. 1, No. 2, Mar/2010, também publicado no site Piloto Policial.

  5. Apenas para tranquilizá-lo, em relação à filosofia em apreço, reafirmo que ela não prega o confronto direto com emprego da aeronave, passa ao largo, não entrando nesse mérito. Mesmo porque, muito do ambiente hostil se processará pelas forças da própria natureza. Outra coisa é que Segurança Pública não se resume a ações típicas de polícia, ela envolve organizações como o Corpo de Bombeiros, por exemplo [ Art. 144, CFB].

    A survivability não tem nada a ver com Fatores Humanos, é a tal coisa: a abordagem é de segurança, agora se será usada da forma mais recomendada é outro papo. Como disciplina relativamente nova, carece de adequações. A realidade da Segurança Pública deve ser customizada. A partir daí, segue a lei do livre arbítrio da humanidade.

    HER

  6. Olá aos colegas, entusiastas e estudiosos da Aviação Aplica a Segurança Pública.

    O debate é extremamente interessante mas não devíamos voltar ao cerne do problema?

    Qual finalidade, a missão, que a aeronave deve cumprir?

    Prover apoio de fogo aproximado? Colher imagens para a produção de intel? Executar resgate aeromédico? Aeropatrulhamento? Ser Multimissão?

    Na minha humilde opinião de entusiasta, creio que as forças de segurança poderiam variar mais os vetores utilizados. Helicópteros (do Esquilo e Huey2 ao R-77), aviões, UAVs, etc.

    Expôr equipamento e policiais desnecessariamente é um crime!

    Uma variedade maior de vetores e a integração tecnológica dos vários atores que atuam no cenário da segurança pública direta (PMs, PCs, PF, PRF, FNSP) e indiretamente (RFB, IBAMA, FEEMA, CBMs, GMs, etc) num sistema C4I levaria a uma economia de maios e uma maior qualidade no serviço prestado.

    Guto Grangeiro

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