Rio de Janeiro – A Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro consolidou, nos últimos anos, um modelo operacional robusto e tecnicamente orientado para o transporte aeromédico neonatal e pediátrico, em parceria com o SAMU-RJ. Este artigo apresenta os fundamentos técnicos, logísticos e estratégicos dessa integração, destacando os ganhos em segurança operacional, eficiência em resposta e modernização dos meios aeromédicos utilizados no estado.

Fotos: Raphael Barbosa/SESRJ 

O transporte aeromédico de recém-nascidos e crianças em estado crítico exige protocolos rigorosos, equipamentos específicos, tripulações altamente capacitadas e integração estreita entre equipes médicas e aviadores. No Estado do Rio de Janeiro, essa demanda é atendida pela articulação entre o SAMU-RJ e a Superintendência de Operações Aéreas (SOAer), unidade responsável pela execução de missões aéreas de saúde pública.

Com a consolidação dessa parceria, o estado ampliou significativamente a capacidade de resposta a eventos de alta complexidade clínica, incorporando tecnologia embarcada e aprimorando processos de interoperabilidade.

Estrutura Operacional da SOAer

A SOAer mantém uma frota otimizada para transporte aeromédico, com destaque para helicópteros configurados para missões de saúde, como o Saúde 02 (H130), aeronave de desempenho compatível com voos rápidos e seguros, com capacidade para acomodação de incubadoras portáteis, ventiladores e monitores multiparamétricos.

O aumento no transporte neonatal foi reforçado após a entrada em operação da aeronave Saúde 02,  que complementa a frota da SOAer, que já opera com excelência o modelo biturbina AS355NP Esquilo (Saúde 01).

Hoje, o serviço aéreo conta com três incubadoras BabyPods, que são UTIs neonatais móveis, e possuem monitor de transporte, ventilador mecânico e bomba infusora. Esses equipamentos possibilitam a monitoração contínua dos bebês, com controle da respiração e infusão controlada e segura dos medicamentos durante o voo.

Características operacionais relevantes:

  • Baixo tempo de acionamento para emergências inter-hospitalares.
  • Alta capacidade de manobra em áreas urbanas densas.
  • Cabine ampliada, permitindo operação simultânea da equipe médica durante o voo.
  • Adequação para missões diurnas e noturnas, conforme condições meteorológicas e plano de voo.

A Tecnologia BabyPod como Marco no Transporte Neonatal

Um dos avanços mais significativos proporcionados pela atuação conjunta SOAer–SAMU foi a adoção das incubadoras ultraleves BabyPod para transporte de recém-nascidos em estado crítico.

Características técnicas do BabyPod:

  • Peso aproximado: 9 kg, contra cerca de 115 kg das incubadoras tradicionais.
  • Estrutura em compósito aeronáutico, resistente a impacto.
  • Sistema de contenção térmica e acústica.
  • Compatibilidade com suportes de incubadora e macas aeronáuticas.
  • Permite integração com:
    • ventilador mecânico neonatal,
    • monitores multiparamétricos,
    • bombas de infusão,
    • oxigenoterapia controlada.

A significativa redução de peso libera capacidade para combustível, aumenta o alcance operacional e facilita a distribuição da carga, fator crítico em operações aéreas.

Capacitação Técnica das Equipes Médicas e Aeronáuticas

Para garantir a segurança e a padronização das missões, a SOAer coordenou treinamentos específicos destinados a médicos e enfermeiros do SAMU-RJ, envolvendo:

  • Fisiologia de voo aplicada ao paciente crítico
  • Gestão de via aérea em ambiente aéreo restrito
  • Protocolos de TIH (Transporte Inter-Hospitalar)
  • Segurança de cabine e procedimentos de emergência
  • Escape de aeronave submersa (HUET)
  • Operações noturnas e leitura de instrumentos

A formação envolveu apoio técnico de instituições como Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira e Polícia Militar do Rio de Janeiro, reforçando a interdisciplinaridade do modelo.

Resultados Operacionais

Dados da Secretaria de Estado de Saúde indicam que, somente em 2025, foram realizados 2.709 transportes neonatal e pediátrico, somando operações terrestres e aéreas. A parceria com a Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) firmada em 2021 foi determinante em casos em que a velocidade do transporte fez diferença estratégica na sobrevida, possibilitanto o transporte de mais de 584 pequenos pacientes, a maioria recém-nascidos prematuros extremos, que teriam baixas chances de sobrevivência se não fosse pela rapidez da aeronave e da equipe de socorristas do SAMU-RJ

Impactos diretos observados:

  • Redução do tempo-resposta em deslocamentos entre unidades hospitalares especializadas.
  • Ampliação da acessibilidade a UTIs neonatais de referência.
  • Integração plena entre equipes médicas e aeronáuticas, reduzindo a fragmentação de procedimentos.
  • Padronização de protocolos, garantindo uniformidade no atendimento.

Trajetos que levariam mais de 3 horas por via terrestre são frequentemente cumpridos em menos de 70 minutos com apoio da aeronave da SOAer.

Já a parceria com a Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) firmada em 2021 possibilitou o transporte de mais de 584 pequenos pacientes, a maioria recém-nascidos prematuros extremos, que teriam baixas chances de sobrevivência se não fosse pela rapidez da aeronave e da equipe de socorristas do SAMU-RJ,  ambos gerenciados pela SES-RJ.  Em apenas 70  minutos de voo é possível chegar à Itaperuna, no Norte Fluminense, a partir da capital.  

O aumento no transporte neonatal foi reforçado após a entrada em operação da aeronave Saúde 02,  que complementa a frota da SOAer, que já opera com excelência o modelo biturbina AS355NP Esquilo (Saúde 01). Configurado para missões aeromédicas, o Saúde 02 é um modelo H130, que permite uma resposta rápida e eficiente em situações de emergência, com a assistência inter-hospitalar voltada aos pacientes neonatal,  além do transporte de insumos, órgãos e tecidos humanos. 

Conclusão

A parceria entre a SOAer e o SAMU-RJ representa um avanço estruturante para a saúde pública fluminense. Combinando tecnologia de ponta, aeronaves adequadas, equipes especializadas e protocolos rigorosos, o modelo demonstra que a aviação estatal, quando integrada ao sistema de saúde, é capaz de transformar cenários críticos em oportunidades de salvar vidas.

A SOAer se consolida, assim, como protagonista em um ecossistema de alta especialização, onde a aviação e a medicina intensiva convergem para oferecer o mais elevado padrão de cuidado em situações emergenciais.