Parceria entre SAMU/RJ e SOAer fortalece o resgate aeromédico neonatal no Rio
25 de novembro de 2025
5min de leitura
Rio de Janeiro – A Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro consolidou, nos últimos anos, um modelo operacional robusto e tecnicamente orientado para o transporte aeromédico neonatal e pediátrico, em parceria com o SAMU-RJ. Este artigo apresenta os fundamentos técnicos, logísticos e estratégicos dessa integração, destacando os ganhos em segurança operacional, eficiência em resposta e modernização dos meios aeromédicos utilizados no estado.
Fotos: Raphael Barbosa/SESRJ
O transporte aeromédico de recém-nascidos e crianças em estado crítico exige protocolos rigorosos, equipamentos específicos, tripulações altamente capacitadas e integração estreita entre equipes médicas e aviadores. No Estado do Rio de Janeiro, essa demanda é atendida pela articulação entre o SAMU-RJ e a Superintendência de Operações Aéreas (SOAer), unidade responsável pela execução de missões aéreas de saúde pública.
Com a consolidação dessa parceria, o estado ampliou significativamente a capacidade de resposta a eventos de alta complexidade clínica, incorporando tecnologia embarcada e aprimorando processos de interoperabilidade.
Estrutura Operacional da SOAer
A SOAer mantém uma frota otimizada para transporte aeromédico, com destaque para helicópteros configurados para missões de saúde, como o Saúde 02 (H130), aeronave de desempenho compatível com voos rápidos e seguros, com capacidade para acomodação de incubadoras portáteis, ventiladores e monitores multiparamétricos.
O aumento no transporte neonatal foi reforçado após a entrada em operação da aeronave Saúde 02, que complementa a frota da SOAer, que já opera com excelência o modelo biturbina AS355NP Esquilo (Saúde 01).
Hoje, o serviço aéreo conta com três incubadoras BabyPods, que são UTIs neonatais móveis, e possuem monitor de transporte, ventilador mecânico e bomba infusora. Esses equipamentos possibilitam a monitoração contínua dos bebês, com controle da respiração e infusão controlada e segura dos medicamentos durante o voo.
Características operacionais relevantes:
Baixo tempo de acionamento para emergências inter-hospitalares.
Alta capacidade de manobra em áreas urbanas densas.
Cabine ampliada, permitindo operação simultânea da equipe médica durante o voo.
Adequação para missões diurnas e noturnas, conforme condições meteorológicas e plano de voo.
A Tecnologia BabyPod como Marco no Transporte Neonatal
Um dos avanços mais significativos proporcionados pela atuação conjunta SOAer–SAMU foi a adoção das incubadoras ultraleves BabyPod para transporte de recém-nascidos em estado crítico.
Características técnicas do BabyPod:
Peso aproximado: 9 kg, contra cerca de 115 kg das incubadoras tradicionais.
Estrutura em compósito aeronáutico, resistente a impacto.
Sistema de contenção térmica e acústica.
Compatibilidade com suportes de incubadora e macas aeronáuticas.
Permite integração com:
ventilador mecânico neonatal,
monitores multiparamétricos,
bombas de infusão,
oxigenoterapia controlada.
A significativa redução de peso libera capacidade para combustível, aumenta o alcance operacional e facilita a distribuição da carga, fator crítico em operações aéreas.
Capacitação Técnica das Equipes Médicas e Aeronáuticas
Para garantir a segurança e a padronização das missões, a SOAer coordenou treinamentos específicos destinados a médicos e enfermeiros do SAMU-RJ, envolvendo:
Fisiologia de voo aplicada ao paciente crítico
Gestão de via aérea em ambiente aéreo restrito
Protocolos de TIH (Transporte Inter-Hospitalar)
Segurança de cabine e procedimentos de emergência
Escape de aeronave submersa (HUET)
Operações noturnas e leitura de instrumentos
A formação envolveu apoio técnico de instituições como Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira e Polícia Militar do Rio de Janeiro, reforçando a interdisciplinaridade do modelo.
Resultados Operacionais
Dados da Secretaria de Estado de Saúde indicam que, somente em 2025, foram realizados 2.709 transportes neonatal e pediátrico, somando operações terrestres e aéreas. A parceria com a Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) firmada em 2021 foi determinante em casos em que a velocidade do transporte fez diferença estratégica na sobrevida, possibilitanto o transporte de mais de 584 pequenos pacientes, a maioria recém-nascidos prematuros extremos, que teriam baixas chances de sobrevivência se não fosse pela rapidez da aeronave e da equipe de socorristas do SAMU-RJ
Impactos diretos observados:
Redução do tempo-resposta em deslocamentos entre unidades hospitalares especializadas.
Ampliação da acessibilidade a UTIs neonatais de referência.
Integração plena entre equipes médicas e aeronáuticas, reduzindo a fragmentação de procedimentos.
Padronização de protocolos, garantindo uniformidade no atendimento.
Trajetos que levariam mais de 3 horas por via terrestre são frequentemente cumpridos em menos de 70 minutos com apoio da aeronave da SOAer.
Já a parceria com a Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) firmada em 2021 possibilitou o transporte de mais de 584 pequenos pacientes, a maioria recém-nascidos prematuros extremos, que teriam baixas chances de sobrevivência se não fosse pela rapidez da aeronave e da equipe de socorristas do SAMU-RJ, ambos gerenciados pela SES-RJ. Em apenas 70 minutos de voo é possível chegar à Itaperuna, no Norte Fluminense, a partir da capital.
O aumento no transporte neonatal foi reforçado após a entrada em operação da aeronave Saúde 02, que complementa a frota da SOAer, que já opera com excelência o modelo biturbina AS355NP Esquilo (Saúde 01). Configurado para missões aeromédicas, o Saúde 02 é um modelo H130, que permite uma resposta rápida e eficiente em situações de emergência, com a assistência inter-hospitalar voltada aos pacientes neonatal, além do transporte de insumos, órgãos e tecidos humanos.
Conclusão
A parceria entre a SOAer e o SAMU-RJ representa um avanço estruturante para a saúde pública fluminense. Combinando tecnologia de ponta, aeronaves adequadas, equipes especializadas e protocolos rigorosos, o modelo demonstra que a aviação estatal, quando integrada ao sistema de saúde, é capaz de transformar cenários críticos em oportunidades de salvar vidas.
A SOAer se consolida, assim, como protagonista em um ecossistema de alta especialização, onde a aviação e a medicina intensiva convergem para oferecer o mais elevado padrão de cuidado em situações emergenciais.
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