Serviço Aeropolicial busca aporte para serviço aeromédico em Criciúma

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Santa Catarina – Os benefícios trazidos pelo Serviço Aeropolicial (Saer) em cinco meses de atividades em toda região Sul foram destacados na noite do dia 23/05 pelo coordenador do Saer, delegado Gilberto Mondini, em sessão na Câmara de Vereadores de Criciúma, a convite do vereador Tita Belloli.

SAER Criciuma

Dentre as melhorias, nos mais diversos setores de atendimento, a autoridade policial ressaltou a importância de trazer o serviço aeromédico, para o transporte de pacientes. Para que isso se torne realidade, estendendo ainda mais os benefícios ocasionados pelo emprego da aeronave, há necessidade de um convênio para a disponibilização de um médico e de um enfermeiro para poderem atuar junto ao Saer.

Mondini informou que no momento a maior probabilidade para que isso ocorra está em uma parceria com o Município – ou com todos os municípios da região de abrangência do Saer -, já que, por enquanto, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) carece de efetivo. Na tribuna, os vereadores explanaram a necessidade de mobilização, porém não só de Criciúma.

“É necessário mover os outros municípios da região até para compartilhar os custos”, colocou o presidente da Câmara, vereador Júlio Colombo. Um requerimento coletivo será enviado ao Executivo local para saber se é possível a disponibilização de um médico e de um enfermeiro.

Mondini lembrou que de todas as regiões do Estado que dispõem de aeronaves, seja das polícias, do Samu ou do Corpo de Bombeiros, somente o Saer de Criciúma não conta com o resgate aeromédico.

“A unidade de Chapecó conseguiu um convênio com a Municipalidade. Estamos buscando todas as tratativas possíveis para que, ao menos durante o dia, a equipe fique na base para que possamos atender com rapidez, minimizando sequelas e o risco de morte, o que é algo impagável e somente possível com o tempo-resposta dado pela aeronave”.

O coordenador do Saer também indicou a importância de um heliponto, o que não existe no Hospital São José, por exemplo. “Já conversamos com as irmãs para tentarmos achar alguma alternativa e há alguns terrenos nos fundos que podem servir de heliponto”, comentou. Já no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) há possibilidade da construção de um, devido à amplitude no estacionamento.

“É só cercar e pintar. A direção do HMISC já sinalizou a possibilidade. Com base em outros atendimentos, cito Chapecó: 40% dos casos de resgates médicos têm como vítimas crianças. Da parte policial, de resgate e salvamento, estamos completos e bem entrosados em toda região, não somente em Criciúma, porém carecemos do atendimento aeromédico”, reforçou, reconhecendo que o momento financeiro por que passam as prefeituras não é dos melhores.

“Mas temos que mostrar para toda sociedade o quanto isso é importante e que vai além de questões políticas, porque o benefício é para a população. Toda vez que se fala no assunto, a primeira pergunta é sobre quanto que vai custar. Há um custo, porém estamos tratando de vidas, de sequelas, e temos que relevar é o custo/benefício”, enalteceu.

O secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Criciúma, João Fabris, que esteve presente na sessão, também citou a necessidade de produzir um ofício acerca do tema para a associação dos municípios da região.

“O Governo do Estado fez sua parte e trouxe esse presente, o Saer, para Criciúma e toda região. Infelizmente, quando precisamos de algo em benefício de todos, parece que todo mundo se divide. Precisamos de união”, destacou.

Foto: Daniel Búrigo.
Foto: Daniel Búrigo.

Em cinco meses, mais de 200 missões

Foram exatas 203 missões realizadas pelo Saer desde o fim do ano passado, a maioria voltada à área policial e todas em apoio. Fabris recordou a importância das empresas parceiras para agilidade na obra do heliponto, situado no Bairro Vila Macarini, no Distrito de Rio Maina.

“Esse foi o melhor equipamento, o melhor produto que Criciúma ganhou. A aeronave, com policiais armados de cima, já impõe muito respeito”, reforçou.

Para Mondini, a parte mais difícil num serviço aeropolicial é conseguir a aeronave. “E isso nós já temos. Somos 14 tripulantes operacionais, quatro comandantes e três copilotos, todos policiais. Atuamos com equipe de três e um sempre fica na base, atendendo os chamados e monitorando as ocorrências. Dois policiais ficam cada um com um fuzil, em cada lado da aeronave”, explicou.

“Nosso número de atendimentos chama atenção, pois é possível notar o quanto estamos voando e o quanto essa região era carente desse tipo de atendimento. São 225 horas de voo. Ressalto que a maioria das missões são policiais e o Saer não faz nada sozinho. Todas as atuações foram em conjunto, principalmente com as polícias”, expõe. Foram ainda 11 veículos, furtados ou roubados, recuperados e 19 armas de fogo apreendidas.

Mondini afirmou que Santa Catarina é o terceiro estado no Brasil em referência no que diz respeito à expertise na atividade aérea, perdendo somente para Rio de Janeiro e São Paulo.
“Temos uma gama de serviços e uma quantidade abrangente de órgãos que podemos auxiliar. Aqui em Criciúma já tivemos o prazer de ajudar a Prefeitura em duas situações, envolvendo eventos climáticos, com levantamento fotográfico, e a Secretaria de Planejamento na identificação de loteamentos clandestinos”, exemplificou.

Uma parceria com a SC Transplantes também viabiliza o transporte de órgãos. “Para se ter uma ideia, um coração tem ‘duração’ de quatro horas e só é possível o transporte rápido com o uso da aeronave”, observou. Mondini também citou a utilização do helicóptero nas buscas a uma embarcação, exemplificando ainda os vários tipos de resgates que os policiais do Saer estão capacitados a fazer.

“Aquático, em altura, ou seja, inúmeros tipos de resgates e salvamento nas mais diversas situações críticas. Fora o que foge à situação médica, estamos todos preparados”, afirma, apontando as ferramentas das quais o Saer dispõe, como cestos e macas, para vítimas que estão em locais de difícil acesso, como em topo de prédio em chamas, mar e região de serra.

Mondini confessa que ainda não é possível realizar voos noturnos, já que o heliponto não está homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas que as tratativas estão em andamento. “O que não impede de nos deslocarmos até o aeroporto se houver necessidade”, explana.

Diversos auxílios

O coordenador complementa que o Saer também vem auxiliando o Ministério Público nas questões ambientais e de execuções criminais e o Poder Judiciário, em razão do envio de relatórios ao Conselho Nacional de Justiça, com fotos aéreas, dentre outros tipos de mediações.

“Como também o Departamento de Administração Prisional (Deap), haja vista Criciúma ter duas unidades, uma delas de ponta, a Penitenciária Sul, onde há os ‘cabeças’ de facções criminosas. No último sábado, houve um pequeno tumulto no Presídio Santa Augusta e o diretor, Rodrigo Ferreira, nos informou que o apoio da aeronave foi fundamental”, relatou.
Além disso, dentre as polícias, Civil, Militar, Federal e as Rodoviárias, o Saer dá apoio à Defesa Civil, Samu, Corpo de Bombeiros, missões humanitárias e no transporte de órgãos.
“Que é um tipo de missão que nos deixa muito gratos, pois sabemos da importância da aeronave no tempo-resposta”, destacou. Mondini também frisou a integração entre as instituições.

“O Canil da PM já foi em duas ocorrências, uma em Araranguá e outra em Tubarão, e, em ambas, houve êxito na captura dos criminosos. Quanto antes o cão chegar, mais fácil a localização pela questão do faro”, explicou.

O policiamento tático da PM já passou por curso para atuar junto à aeronave. “Semanalmente realizamos treinamentos para que consigamos atender todas as missões”, menciona. O coordenador do Saer destacou a atuação da aeronave na desarticulação de uma quadrilha de caixeiros que atuou em São João Batista e abandou um carro, com forte armamento, em Sombrio.

Fonte: Clica Tribuna, Talise Freitas.

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