CIOPAER/RN: Transporte aeromédico integra forças de segurança e salva vidas no Estado
24 de outubro de 2025
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O serviço é operado pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER/RN), unidade vinculada à Secretaria de Segurança Pública (Sesed), em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Secretaria de Saúde (Sesap), Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
CIOPAER/RN: logística aérea para a saúde e segurança
Com sede em Natal, o CIOPAER atua como um elo entre a saúde e a segurança pública. Suas duas aeronaves realizam missões de resgate, patrulhamento, combate a incêndios e, principalmente, transporte aeromédico e de órgãos para transplante. A unidade opera em regime de convênios com outras secretarias, o que permite seu uso multifuncional.
“Somos um centro integrado. Apesar de estarmos vinculados à Segurança Pública, colocamos nossas aeronaves à disposição da saúde e de outras demandas do Estado”, explica o tenente-coronel William, subdiretor do CIOPAER.
Segundo ele, a parceria com a Sesap é formalizada por meio de um Termo de Descentralização de Crédito Orçamentário (TDCO), que transforma uma das aeronaves em unidade aeromédica de suporte avançado, em coordenação com o SAMU.
Missões que salvam vidas e cruzam fronteiras
As missões aeromédicas realizadas no estado vão além do transporte interhospitalar. Uma das frentes mais sensíveis é o apoio à Central Estadual de Transplantes da Sesap, levando equipes médicas para captação de órgãos em hospitais potiguares e, em alguns casos, em outros estados do Nordeste.
Cidades como Recife (PE), João Pessoa e Campina Grande (PB) e Fortaleza (CE) já receberam equipes do RN por via aérea.
“Essa estrutura permite que cheguemos com rapidez a hospitais em locais remotos, salvando órgãos que têm um tempo limite para serem transplantados”, destaca Rogéria Nunes, coordenadora da Central Estadual de Transplantes.
Ela explica que o transporte de órgãos também conta com o apoio do Sistema Nacional de Transplantes e de companhias aéreas, o que garante voos comerciais gratuitos para garantir a agilidade na logística.
Equipes preparadas para agir sob pressão
O sargento Emerson, piloto do CIOPAER, reforça que a atividade exige atenção total e decisões rápidas. “Somar a complexidade do voo à responsabilidade com vidas humanas eleva o nível da missão. O tempo é determinante, especialmente nos transplantes”, afirma.
Ele lembra como uma das operações mais marcantes a recente missão de transporte de múltiplos órgãos: rins, fígado e córneas. “Transformamos uma tragédia em esperança para várias famílias. Isso é gratificante”, diz.
Dentro da aeronave, operadores aerotáticos também têm papel crucial. Eles são treinados para missões de salvamento em locais de difícil acesso, atuando em resgates aquáticos, em altura e no socorro imediato às vítimas.
“O emocional vai a mil. Recentemente resgatamos uma criança de 12 anos que caiu de nove metros. Trouxemos a mãe junto. Ver o desespero e a esperança nos olhos dela é algo que marca”, conta o sargento Muniz, operador há cinco anos.
Bombeiros preparam nova estrutura com UTI aérea
Enquanto o CIOPAER lidera as operações atuais, o Corpo de Bombeiros Militar do RN avança na criação de seu próprio Grupamento de Operações Aéreas (GOA), previsto para entrar em operação plena no primeiro semestre de 2026.
O GOA contará com aeronaves de asa fixa, modelo ideal para voos de longa distância. Entre elas, estão um Baron, doado pelos Bombeiros de Santa Catarina, e um Bandeirante, cedido pelo Gabinete Civil do Estado, que será adaptado como UTI aérea permanente.
“Vamos ter um avião configurado exclusivamente para transporte de pacientes, inclusive com capacidade de levar acompanhantes. Esse tipo de estrutura é complementar ao CIOPAER e essencial para atendimentos em regiões mais distantes”, explica o comandante-geral, coronel Monteiro.
Além de ampliar a capacidade de resposta do Estado, o novo grupamento atuará em conjunto com a Sesap e o SAMU, especialmente em áreas quentes onde há risco de incêndio ou explosões, locais em que o suporte do Corpo de Bombeiros é fundamental.
Expectativa: estrutura completa até 2026
Com a operação combinada de helicópteros (CIOPAER) e aviões (GOA), o Rio Grande do Norte caminha para ter, até 2026, uma estrutura aérea completa voltada ao atendimento emergencial e transporte aeromédico. O objetivo é garantir que nenhuma vida dependa apenas da geografia ou da distância para ter acesso ao socorro necessário.
“Muitas vezes só se percebe a importância desse serviço quando ele já existe. Mas bastaria uma única ocorrência para justificar sua existência”, finaliza o coronel Monteiro.
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