Sergipe – O Governo de Sergipe, por meio das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e da Segurança Pública (SSP), realizou no dia 17/11, uma operação integrada para captação e translado de órgãos no município de Itabaiana, no agreste sergipano. A ação foi conduzida pela Central Estadual de Transplantes (CET) e ocorreu no Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Itabaiana (HRI) Dr. Pedro Garcia Moreno Filho, após autorização da família do doador.

Foram captados rins direito e esquerdo, fígado, baço, linfonodos e córneas — este é o segundo procedimento de captação realizado no interior do estado e no HRI.

O doador, um jovem de 20 anos, teve morte encefálica após dar entrada na unidade com suspeita de intoxicação exógena. A família autorizou a doação assim que foi acolhida pela equipe de saúde.

O serviço Aeromédico, parceria entre o Samu 192 Sergipe (SES) e o Grupamento Tático Aéreo (GTA) da SSP, realizou o transporte do fígado por helicóptero até o Aeroporto Internacional de Aracaju – Santa Maria. De lá, o órgão seguiu para Brasília. Os rins, baço e linfonodos foram encaminhados para Recife, e as córneas permaneceram em Sergipe para transplantes locais.

Para o superintendente do HRI, Yuri Souza, o momento foi marcado por emoção e gratidão.
“O HRI vive, mais uma vez, um fato histórico, agora com a captação de fígado e o transporte realizado com apoio do GTA. Ficamos muito tristes pela perda de um jovem de 20 anos, mas também gratos pela atitude de amor da família, que está dando vida a outros pacientes”, afirmou.

A técnica de enfermagem do Samu 192 Sergipe, Kleide Daiany, que participou do transporte do fígado, destacou a importância da missão. “É uma satisfação enorme para a minha profissão. Sei que é um momento triste para uns, mas muito feliz para quem está recebendo o órgão. É uma experiência única e gratificante”, comentou.

Como ser doador
Para ser doador de órgãos, é fundamental informar a família sobre esse desejo, pois a autorização é sempre familiar. O processo começa com a identificação de pacientes em estado neurocrítico, com Glasgow 03, sugerindo possível morte encefálica. A Organização de Procura de Órgãos (OPO) acompanha esses casos e, após a confirmação da morte encefálica, inicia o protocolo de doação, sempre respeitando a decisão dos familiares.