Origens históricas dos Águias de São Paulo

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RICARDO DELLA ROSA

A aviação paulista tem suas origens no início do Século passado quando o Presidente do Estado de São Paulo Francisco de Paula Rodrigues Alves, sancionou em 17 de dezembro de 1913, a Lei No 1395-A que criava a Escola de Aviação da Força Pública de São Paulo, no Campo do Guapira na Zona Norte da cidade de São Paulo, sendo responsáveis pelo curso os aviadores Edú Chaves e Cícero Marques, brevetados na França.

Após o ímpeto inicial, a escola de aviação enfrentava enormes dificuldades técnicas e os aparelhos ficavam no solo por falta de manutenção e equipamentos agravada ainda mais por conta da 1a Guerra Mundial.

Enfim em 1920 a escola foi transferida para o Campo de Marte também na Zona Norte e lá com uma infra-estrutura adequada e sob a instrução de Orton William Hoover a aviação militar paulista entrava em uma nova fase.

Em 1927 a história ganhou uma célebre página com o vôo do hidroavião Jahú que marcou a terceira travessia aérea do Atlântico Sul, a primeira da história sem escalas.

A tripulação do Jahú era composta por João Ribeiro de Barros (piloto civil), 1º Tenente Aviador João Negrão (Força Pública de São Paulo), Capitão Newton Braga (piloto observador do Exército) e Vasco Cinquini (piloto-mecânico civil).

Extinta após a Revolução de 1930, quando São Paulo foi sistematicamente desarmado, as asas paulistas voltaram a se abrir em 1932, quando o Governador Pedro de Toledo cria através do Decreto No 5590 de 15 de Julho de 1932GMAP – Grupo Misto de Aviação da Força Pública.

Durante os poucos meses de luta o GMAP efetuou inúmeras missões de reconhecimento e ataque em praticamente todos os setores da luta.

Cinquenta e dois anos depois surge novamente em 1984 o Grupamento de Radiopatrulha Aérea para auxiliar a Polícia Militar no combate ao crime em grande ascenção no estado.

Em 1995, a unidade passa a chamar Grupamento de Radiopatrulha Aérea “João Negrão”, em uma justa homenagem ao aviador.

Atualmente o GRPAe é a maior unidade do gênero na América Latina e uma das maiores do planeta. Maior do que muitos Esquadrões de Asas Rotativas da própria Força Aérea Brasileira.

São dez bases de radiopatrulha aérea espalhadas por todo o Estado operando em missões diárias de resgate e apoio aéreo no combate ao crime, monitoração de áreas de desmatamento, além de transportes especiais como órgãos para transplante e transporte de autoridades.


Fonte: Tudo por São Paulo 1932


2 COMENTÁRIOS

  1. O legal de tudo isso é poder dizer que de alguma forma fiz parte dessa historia. É muito bom!
    Servi no PAMASP no Campo de Marte, servi no GRPAe, onde algumas
    vezes, pelo menos limpei o JAHU e onde me aposentei, frequentei e trabalhei no clube GUAPIRA, morei no Parque Edu Chaves.
    Até hoje frequento e trabalho no Campo de Marte.
    É muito bom.

  2. Ótima resenha histórica!
    Importante também registrar que a aviação da Força Pública de São Paulo participou da perseguição à Coluna Prestes/Miguel Costa em 1926, pelos sertões de Goiás, quando então o piloto Orton Willian Hoover acidentou-se com um Sikorsky S-13 no prado da fazenda modelo do então distrito de Urutay, do município de Ipameri (GO).
    Fez um pouso forçado à noite no meio do cerrado e, contudo, a tripulação teve apenas algumas escoriações, sendo socorrida por uma turma de manutenção da estrada de ferro.
    O avião, cuja fuselagem e asas eram de madeira e tela, foi colocado posteriormente colocado sobre um vagão de trem, e logo depois incendiou-se com as fagulhas advindas da chaminé da locomotiva.
    Ou seja, o primeiro avião a pousar em Goiás, foi da Força Pública do Estado de São Paulo, e foi pouso noturno e pouso forçado e em missão de guerra.

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