Centro de Resgate em Montanha da Baviera utiliza cabine do BK117 para treinamento

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O Centro de Resgate nas Montanhas Bávaras em Bad Tolz, no sul da Alemanha, é um dos principais centros de treinamento de resgate de helicóptero do mundo. Conhecido como o Centro para a Segurança e o Treinamento, ele foi construído com o propósito de disponibilizar os ambientes de resgate mais desafiantes – trata-se de um centro de luxo coberto onde os treinamentos podem prosseguir qualquer dia do ano, independente de como o tempo estiver do lado de fora.

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Mas, engana-se quem pensa que este é simplesmente um centro de trabalhos práticos. Sérios trabalhos de resgate são feitos lá, incluindo o desenvolvimento e a aprimoração de diferentes técnicas e a oportunidade para diversas agências treinarem juntas. O Serviço de Resgate nas Montanhas Bávaras tem cerca de 100 anos e houve um tempo que ele forneceu os seus treinamentos exclusivamente às forças armadas. Contudo, a organização cresceu tanto ao ponto de ter agora 3.500 voluntários e mais de 100 estações de resgate, além de 200 postos avançados. Entre eles, a organização registra aproximadamente 12.000 resgates por ano.

Como o resgate nas montanhas representa uma parte significativa do desafio que a organização enfrenta, eles queriam desenvolver um centro para usos diversificados que incorporasse não só o resgate nas montanhas, mas também o resgate na água, na piscina central (com o plano de obter uma água agitada, mais para frente), o resgate em cavernas e o resgate em árvores (haverá várias árvores em uma determinada área simulando uma floresta). Os treinamentos também acontecem com especialistas em operações “helicoportadas”, incluindo unidades de Armas e Táticas Especiais (SWAT) e bombeiros.

“O treinamento é basicamente o mesmo do que fazemos do lado de fora,” disse Thomas Griesbeck, um dos instrutores da organização.

O serviço de resgate em Baviera começou a trabalhar com helicópteros há cinquenta anos.  Eram helicópteros antigos e básicos, mas com o passar dos anos veio a modernização que aumentou os recursos e melhorou o desempenho deles.  “Agora conduzimos cerca de 1.200 resgates de helicóptero por ano na nossa região,” disse Griesbeck. “Não possuímos nenhum helicóptero, mas trabalhamos com muitos parceiros como o clube de automobilismo da Alemanha e Europa ADAC [Allgemeiner Deutscher Automobil-Club], o controle de fronteiras, a polícia e as forças armadas.”

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Ele acrescentou que com o aumento do uso dos guinchos de resgate a organização começou a trabalhar com várias outras organizações, não somente com o exército, e que todos aqueles parceiros chegavam, muitas vezes, com o seu próprio conjunto de procedimentos.

“Treinar com helicópteros de verdade está cada vez mais caro, principalmente em relação aos custos com combustível e manutenção que os operadores precisam cobrir. Então, começamos a pensar como seríamos capazes de continuar a treinar, mas com um gasto mínimo. Também há a questão da segurança, pois é muito mais fácil controlar as condições dentro do nosso prédio, projetado para atender aos nossos objetivos.”

Ele tem não apenas uma cabine de helicóptero completa com simulação de mudança de direção do ar como também do barulho do rotor. Além disto, a cabine levanta, gira e faz todas das manobras esperadas durante uma operação de resgate. Quando as instalações ficarem prontas e operacionais por volta do meio do verão europeu deste ano, haverá também uma cabine nova e mais espaçosa.

A organização funciona sem fins lucrativos e é por isto que limita o treinamento às organizações que trabalham com ela regularmente. No entanto, até cães de busca já tiveram a experiência de andar de helicóptero.

Um tripulante de resgate demonstra o estabilizador fixado à maca de resgate para opor-se ao efeito de giro quando a maca está no ar. Foto: Andrew Drwiega

“Temos mais de 100 teleféricos na Baviera e observamos o que as outras organizações de resgate estavam fazendo antes de iniciarmos os nossos próprios experimentos”, disse Griesbeck. “Perguntamos ao exército se eles podiam nos dar uma cabine (para o BK117 em uso hoje em dia) e o corpo de bombeiros doou um guindaste. Por fim, decidimos que a melhor opção seria fazer um grande salão onde poderíamos conduzir todas as nossas simulações de treinamento em conjunto com uma cabine de helicóptero.”

O processo iniciou-se há aproximadamente seis anos e meio e está quase completo agora. O helicóptero pode mover-se por todas as áreas internas. “Temos até um conjunto de cabines de teleférico de montanhas e bondinhos de teleférico de estação de esqui para podermos treinar remoções sem termos que ir às montanhas propriamente ditas e causar qualquer perturbação ou preocupação àqueles usando as instalações”, disse Griesbeck.

As diferentes organizações trazem vários métodos e habilidades, até mesmo em rapel e utilização de cordas para as forças de operações especiais. Neste ano, as instalações serão estendidas e incluirão áreas de serviço, um espaço para o treinamento dos paramédicos no local e uma nova parede de escalada.

A empresa AMST preparou o design da unidade e a mecânica por trás da operação. Richard Schlüsselberger disse que a sua empresa, a AMST, preparou-se para trabalhar com outras organizações também que estivessem pensando em melhorar as suas próprias instalações de treinamento. O motivo do envolvimento da AMST é que a empresa já produz um sistema de treinamento de fuga subaquática (UWETS).

Uma das pequenas, mas importantes, descobertas que a equipe fez durante a sua investigação sobre como manejar a maca de resgate no ar foi o acréscimo de um pequeno estabilizador, parecido com uma vela de navio, à maca. A pessoa com o guincho de resgate pode usar este estabilizador no ar para opor-se à tendência da maca de girar em consequência da mudança de direção do ar desviado pelo rotor.

Fonte: Rotor & Wing/ Reportagem: Andrew Drwiega

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