Naik, de menino pobre da Sobral a orgulho da Aviação na Segurança Pública do Acre

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Acre – Em 1997, ele era somente um adolescente de 16 anos de idade trabalhando jornada exaustiva durante o dia como office-boy para sustenta a mãe, recém separada, e a irmã caçula.

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À noite ele estudava na rede pública de ensino do Estado do Acre, sonhando um dia se tornar piloto de caça e poder dá uma vida melhor para a família.

Hoje, 22 anos depois, Naik Trindade de Sousa já é um dos pilotos mais conceituados da Aviação de Segurança Pública do Estado do Acre, e ainda almeja chegar à força Aérea Brasileira (FAB). Pilotar um avião de combate é o maior objetivo dele.

Sua história é marcada pela superação. Naik precisava mudar, constantemente, de endereço por não ter dinheiro para pagar o aluguel e muitas vezes não tinha nem o que comer. Jamais abandonou mãe e irmã.

“Eu lembro que a gente pagava o primeiro mês de aluguel, aí atrasávamos o mês seguinte e o proprietário já mandava a gente desocupar o quarto”, diz.

Aos 22 anos de idade ele passou no concurso público para policial civil do Estado do Acre e foi um dos primeiros colocados na academia preparatória para ingresso na corporação.

Naquela mesma época ele havia sido aprovado em outros dois concursos públicos: um na polícia militar do Acre e o outro em uma instituição bancária.

A informação de que o governo do Estado pretendia montar um grupamento de operações aéreas lhe reacendeu a esperança de realizar o sonho de criança e o levou a optar pela Polícia Civil, descartando a convocação para assinatura de contrato nos outros dois concursos nos quais havia sido aprovado.

Mas o desejo de se tornar aviador ainda estava muito longe de ser alcançado por falta de indicação superior para a função dentro do grupamento que estava sendo formado com integrantes da PM, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.

“Lembro que as vagas para o curso de piloto, bancado pelo governo na época, eram destinadas, em sua maioria, a oficiais da PM e Bombeiros”, diz.

Naik Trindade não teve outra opção a não ser enfrentar um certame (concurso interno) para uma vaga de tripulante operacional do helicóptero que o governo estava adquirindo para a secretaria de segurança pública.

Ele foi um dos alunos com melhor nota no curso de formação de tripulantes na Acadêmia da Força Nacional em Brasília, e passou a fazer parte da primeira turma do CIOPAER do Acre. (comando integrado de operações polícias aéreas).

Enquanto permanecia como apenas tripulante operacional da aeronave, ele fez por conta própria, pagando do próprio salário o curso teórico para piloto de helicóptero em uma escola de Aviação de São Paulo.

Tempos depois abriram novas vagas para piloto e ele passou no certame para preenchimento da vaga destinada à Polícia Civil.

Na época, em 2015, ele chegou a ser um dos pilotos mais jovens da Aviação de Segurança Pública no Brasil.

Ao longo desses últimos dez anos Naik tem pilotado o Harpia 1 da secretaria estadual de segurança nas mais diferentes situações de combate à criminalidade, deslocamento de tropa, auxílio às campanhas de vacinações e resgate de pacientes em locais isolados.

“Teve um caso de resgate de um casal de idosos perdidos na floresta que a gente localizou eles por sinal de fumaça emitido pelo senhor que estava pedido. Um tripulante desceu por uma corda e abriu uma clareira de 17 metros para pousamos com a aeronave e resgata-los”, lembra.

Mas o caso que mais emocionou o jovem piloto, até hoje, ocorreu na véspera do Natal do ano passado quando ele e sua equipe se deslocaram para buscar uma criança doente na zona rural do Município de Manoel Urbano.

“Quando chegamos ao local o tempo não oferecia boas condições para pouso e decolagem, mas tivermos que concluir o procedimento de resgate. Sabíamos que aquela criança estava em parada cardíaca, nos braços da mãe, e iria morrer se não fosse socorrida naquele momento.”

Naik Trindade tem um filho: Ádrian Trindade, com a mesma idade do garoto resgatado por ele e sua equipe.

“Isso me deixou mais emocionado com aquela situação de resgate no meio daquela floresta onde só a gente, de helicóptero, era capaz de chegar naquele momento”.

Ao 38 anos de idade, o piloto Naik Trindade ainda mantém o ritmo preparatório para a oportunidade de um dia ainda se tornar piloto de um avião de caça da Força Aérea Brasileira.

E para os jovens apaixonados pela aviação, seja civil ou militar, assim como ele, Naik Trindade deixa uma mensagem:

“O primeiro passo para a realização de um sonho é você acreditar que é possível alcançar aquele objetivo e ter confiança no seu próprio potencial”.

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