Navegação aérea e perfis de aproximação de não precisão por equipamentos GNSS em voos VFR

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Voos em condições IFR são aqueles onde os pilotos recebem informações de instrumentos embarcados?

Se assim fosse, o simples fato de você estar checando a potência utilizada do grupo motopropulsor de sua aeronave caracterizaria o seu voo como IFR.

Voos IFR são aqueles que voam sobre regras de voo por instrumentos!

Assim, ele deve estar cumprindo alguma regra/protocolo publicada e aprovada pelo órgão competente, como um procedimento da saída (SID), de voo em rota (ENROUTE), de chegada (STAR) ou de aproximação (RNAV).

foto:reproduçao web
foto:reproduçao web

Receber informações de instrumentos de navegação embarcados sem estar cumprindo alguma regra não vai transformar o seu voo em IFR, assim como não pode ser caracterizado como uma violação operacional se utilizarmos informações satelitais (GNSS) embarcadas em voos sob condição VFR.

Equipamentos GNSS embarcados, quando certificados/homologados, são de extrema confiabilidade para operações aéreas de não precisão.

Em um voo visual (VFR) muitos fatores podem afetar a percepção da tripulação e contribuir para a degradação de uma trajetória de aproximação ou decolagem. A utilização de informações de equipamentos GNSS embarcados pode compensar adequadamente essa percepção para uma melhor avaliação da trajetória que se está seguindo em voo visual.

Isso não quer dizer que o tripulante, em um voo sob regras de voo VFR, deva estar voando “olhando para dentro” de sua aeronave todo o tempo mas, sim, usar essas informações complementares como um “cross-check” de suas avaliações visuais, ou seja, elas serão usadas como uma referência secundária.

No caso de fases de preparação e aproximação para pouso, nós conhecemos esta prática como C.D.A., do acrônimo Constant Descent Approach, a qual permite aproximações estabilizadas que diminuem sensivelmente a carga de trabalho de pilotos e, consequentemente, aumenta a segurança de voo.

Esses perfis não são desenvolvidos e publicados pelos órgãos competentes de aviação civil, porém é uma prática inteligente quando não há outra opção disponível em uma área não controlada.

Operadores aéreos podem especificar o uso de uma técnica de perfil de aproximação estabilizada fora de áreas de controle, desde que sob condições visuais e, assim, para aproximações que não sejam de precisão, com a projeção de rampas de descida continuada através de informações satelitais (GNSS).

Lembrando a frase de Richard Collins que “Nem tudo que é legal é necessariamente seguro”, podemos dizer que “Nem tudo que não é publicado é perigoso”.

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