Tripulação credita sobrevivência à acidente graças ao treinamento de escape de aeronave submersa

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Austrália – Uma equipe de helicópteros creditou a sobrevivência a queda da aeronave em uma represa às habilidades aprendidas e praticadas como parte do Treinamento de Escape de Aeronave Submersa (HUET – Helicopter Underwater Escape Training).

O acidente ocorreu em 28 de janeiro de 2019 , quando um helicóptero Sikorsky S-64E Skycrane, registro N173AC, realizava operações de combate a incêndio no Parque Nacional Yarra Ranges, em Victoria/Austrália. Todos os três tripulantes eram altamente experientes e utilizavam a represa de Wood Creek, nas proximidades, para encher o tanque de água do helicóptero, com o uso do snorkel da aeronave.

Uma equipe de helicópteros Sikorsky S-64E sobreviveu a uma colisão com a água graças às habilidades que eles aprenderam e praticaram durante o treinamento de fuga subaquática de helicóptero. Foto de ATSB
Uma equipe de helicópteros Sikorsky S-64E sobreviveu a uma colisão com a água graças às habilidades que eles aprenderam e praticaram durante o treinamento de fuga subaquática de helicóptero. Foto de ATSB

No terceiro reabastecimento do dia, enquanto descia para a altitude ideal, a cauda do helicóptero atingiu a água e resultou no descolamento do rotor de cauda. O helicóptero girou rapidamente, as pás do rotor principal quebraram com o choque com a água, a porta direita da cabine soltou da fuselagem e o helicóptero adernou no lado esquerdo, submergindo a cabine.

A equipe lembrou que não era possível ver nada debaixo d’água e que na água havia contaminação por combustível de aviação. Cada um deles lembrou os exercícios realizados em seu treinamento de escape de aeronaves submersas e identificou a fivela do cinto de segurança e a saída de emergência mais próxima para se orientar no interior da aeronave. Todos esperaram até o último momento para respirar e não se soltaram ou tentaram sair do helicóptero até que o movimento cessasse.

Um membro da equipe sofreu uma lesão no joelho enquanto os outros dois não sofreram ferimentos. Os três tripulantes deixaram a aeronave com sucesso, inflaram seus coletes salva-vidas e nadaram até a costa. A aeronave ficou substancialmente danificada.

“O ATSB já havia enfatizado a importância do Treinamento de Escape de Aeronave Submersa”, disse Stuart Macleod, diretor de segurança de transporte da ATSB. “De fato, após um acidente anterior, infelizmente fatal, o ATSB lançou um Aviso de Segurança, destacando a importância do treinamento regular do HUET. Este acidente demonstra o valor desse treinamento para salvar vidas. ”

Macleod observou que o acidente destacou outra consideração acerca de sobrevivência, pois nenhum piloto desconectou o capacete ao sair da aeronave. No entanto, os cabos de extensão da aeronave para o plugue do capacete permitiram que o plugue se soltasse, impedindo que os capacetes prendessem os tripulantes.

“Após um acidente, é comum a tripulação ignorar a necessidade de primeiramente desconectar o capacete ao efetuar o escape da aeronave”, disse ele. “O uso de um cabo de extensão de boa qualidade que mantenha a integridade das comunicações e a liberação sob tensão no cabo em caso de emergência também pode salvar vidas”.

A investigação da ATSB sobre o acidente estabeleceu que, ao longo da operação do dia, a rampa de aproximação do helicóptero à represa foi incrementalmente reduzida. A razão de descida da rampa final foi consideravelmente maior do que as rampas anteriores.

Os investigadores da ATSB determinaram que era provável que a razão de descida estivesse nas margens superiores da velocidade e ângulo permitidos pela aeronave. Isso provavelmente resultaria no rápido início do estado do anel do vórtice.

Saiba mais:

“Ao executar trabalhos aéreos, é fácil aceitar alterações incrementais que reduzem gradualmente as margens. Embora essas mudanças geralmente aumentem a eficiência da operação, vale a pena verificar quanto uma sequência se desvia dos padrões anteriores e reavaliar os fatores se parecerem menos seguros”, afirmou Macleod.

“Os helicópteros se destacam em operações em áreas confinadas, mas são vulneráveis ao operar dentro delas. Nesse caso, o formato da barragem e a área circundante reduziram a oportunidade de recuperação do controle da aeronave. A reavaliação periódica de áreas confinadas e os perfis das rampas de aproximação e saída devem ser feitos durante toda a duração de uma operação”.

Fonte: Artigo originalmente publicado na verticalmag, em tradução livre do site Piloto Policial.

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