Associação de empresas inicia operação de R-AFIS em São Paulo

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Solução começa com Serviços Remotos de Informações de Voos de Aeródromos (R-AFIS), mas grupo espera expandir suas operações com serviços de gerenciamento de tráfego aéreo à distância.

São Paulo – Desde 29 de junho passado está em funcionamento no Allta Heliport, situado em Aldeia da Serra, região metropolitana de São Paulo, a estação remota de Serviços de Informações de Voos de Aeródromos (R-AFIS).

A solução não é uma novidade no país, já que a Força Aérea Brasileira iniciou atividade semelhante em Fernando de Noronha em dezembro do ano passado. Entretanto, trata-se da primeira iniciativa privada em toda a América do Sul.

O AFIS fornece para os pilotos informações meteorológicas completas, desde a sua decolagem, ao longo do seu percurso até a sua chegada no destino final. Esse serviço inclui possíveis desvios de rota por conta de mau tempo ou até mesmo indicar um aeródromo alternativo para o pouso, sendo todas essas informações fornecidas por controladores aéreos em torres ou centros de controle.

Helicópteros pousados no Allta Heliport. Foto: Milsa, Bembras.
Helicópteros pousados no Allta Heliport que participaram da simulação do R-AFIS. Foto: Milsa, Bembras.

Essa solução remota foi viabilizada através de uma parceria fechada entre o Allta Heliport, que possui brigada de incêndio, helipontos balizados, abastecimento, hangaragem e manutenção; a Bembras Group, grupo brasileiro com representação exclusiva do Grupo Airbus Defense&Space com uma equipe de técnicos e engenheiros qualificados em sistemas de radiodifusão e de imagem para a aviação, telecomunicações e Engenharia de Tecnologia da Informação (TI); e a PAIM&BETEL, no ramo de navegação aérea há mais de 10 anos e com equipe especializada contando com operadores AIS para funcionamento de EPTA nas categorias A, B, C e Especial.

A junção dessas empresas nasceu a Allta BBP, que utiliza a tecnologia do grupo austríaco Frequentis especializado no segmento de controle de tráfego aéreo desde 1955.

O secretário de Aviação Civil, Dario Rais Lopes, reforçou a importância da iniciativa para que demais aeroportos reduzam seus custos e modernizem a sua operação trazendo eficiência e segurança. Foto: João Paulo Moralez.
O secretário de Aviação Civil, Dario Rais Lopes, reforçou a importância da iniciativa para que demais aeroportos reduzam seus custos e modernizem a sua operação trazendo eficiência e segurança. Foto: João Paulo Moralez.

“A Secretaria Nacional de Aviação Civil, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e a Agência nacional de Aviação Civil (ANAC) estão trabalhando no sentido de modernizar a legislação para permitir a redução de custos operacionais. O Brasil tinha em torno de 650 aeroportos cadastrados e hoje temos 592. Isso acontece porque os estados não têm como manter os custos da operação. O uso de tecnologias superadas torna mais cara toda a manutenção. No aeroporto de Bragança Paulista, que registra em média 38 mil movimentações por ano, o governo gasta anualmente R$ 1,5 milhão com a operação, sendo que desses R$ 720 mil são para manter a Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA)”, explicou Dario Rais Lopes, secretário de Aviação Civil.

Atualmente a legislação permite apenas o serviço AFIS de maneira remota. Entretanto, com o início da operação do empreendimento o objetivo é conversar com as autoridades para que a legislação seja ampliada permitindo outros procedimentos no futuro.

Uma EPTA provém, entre outros serviços, os de Controle de Tráfego Aéreo, Informação de Voo (FIS) e AFIS. Em geral os aeroportos possuem movimentações e picos específicos ao longo do dia e da semana, concentrando o maior volume de trabalhos em curtos períodos e deixando o restante do tempo aquela estrutura ociosa.

Numa estação de trabalho como esta será possível para a Allta BBP controlar, no futuro, até três aeroportos. Foto: João Paulo Moralez.
Em uma estação de trabalho como esta será possível para a Allta BBP controlar, no futuro, até três aeroportos. Foto: João Paulo Moralez.

Com um custo de implantação alto, aliado ainda aos elevados valores para manter a operação, muitos aeródromos acabam se tornando onerosos e deficitários para a máquina pública, quando o esperado é justamente o contrário.

Com o sistema da Allta BBP, utilizando o controle de maneira remota, estima-se que a economia de recursos seja, no mínimo, na ordem de 30%. Aliado a isso, alguns aeroportos não possuem uma torre de controle que trabalha nas 24 horas do dia, acarretando na perda de receita de aeronaves que pousam e decolam fora do seu horário de funcionamento.

Christian Herrera, diretor Comercial da Frequentis, que forneceu vários exemplos das operações remotas ao redor do mundo utilizando o sistema da Frequentis. Foto: João Paulo Moralez.
Christian Herrera, diretor Comercial da Frequentis, forneceu vários exemplos das operações remotas ao redor do mundo utilizando o sistema da Frequentis. Foto: João Paulo Moralez.

A solução da Allta BBP permitirá ao aeródromo ampliar a sua renda com as movimentações que antes eram feitas fora dos horários controlados e monitorados.
Numa estrutura remota como a inaugurada na Allta BBP, cada estação poderá controlar até três aeroportos que possuem características e rotinas distintas entre si, incluindo picos de operação que não coincidem um com o outro. No total, o empreendimento suportará a operação de até 24 aeroportos divididos entre oito estações.

O modelo será semelhante ao que é visto na Suécia, Japão e Alemanha. Neste último, uma estação controla os aeroportos de Saarbrücken, Dresden e Erfut, que possuem movimentos anuais de 15 mil, 30 mil e 10 mil, respectivamente. Entretanto, os horários de maior movimentação não coincidem entre si.

Com 1/3 do que é investido hoje para implantar o AFIS num aeródromo é possível ter o serviço prestado pelo empreendimento. “Nesse primeiro momento nossa meta é estabelecer um cenário de negócio para a nossa solução no controle AFIS. Posteriormente é de ampliar a capacidade técnica que nós já possuímos, como a de controlar um balizamento à distância ou de fazer o plano de voo. Por fim, é trazer uma torre de controle completa para a operação no Brasil, entretanto atuando de maneira remota”, disse Christian Herrera, diretor Comercial da Frequentis.

André Veronese, CEO da iHome (esquerda); José Olinto de Toledo, diretor da Bembras (centro) e Leonardo Nunes, CEO da Allta BBP. Foto: João Paulo Moralez.
André Veronese, CEO da iHome (esquerda); José Olinto de Toledo, diretor da Bembras (centro) e Leonardo Nunes, CEO da Allta BBP. Foto: João Paulo Moralez.
A partir da esquerda está Marcelo Madruga, diretor Comercial da Safran; Milton Nunes, Diretor da Servape; Leonardo Nunes, André Veronese e José Olinto de Toledo. Foto: João Paulo Moralez.
A partir da esquerda está Marcelo Madruga, diretor Comercial da Safran; Milton Nunes, Diretor da Servape; Leonardo Nunes, Kleber Coelho, CEO Bembras Group e José Olinto de Toledo. Foto: João Paulo Moralez.

Saiba mais:

Se quiser saber mais, Allan Sereni e Christian Herrera da ALLTA BBP explicaram no AeroNews sobre esta novidade lançada em São Paulo.

Piloto Policial, por João Paulo Moralez.

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