EC 145 de EMS na Austrália com dificuldades para decolar

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O novo helicóptero do serviço de ambulância de New South Wales (NSW), na Austrália, parte de um contrato de US$ 21 milhões anuais, não tem potência suficiente para decolar de um dos maiores hospitais regionais de NSW.

O helicóptero EC 145, comprado para servir a região oeste do estado, não consegue decolar do heliponto do Orange Base Hospital, quando totalmente carregado, pois os motores não são fortes o suficiente para realizar a decolagem vertical necessária para evitar os edifícios ao redor.

Em duas ocasiões, o helicóptero decolou para depois ser obrigado a retornar por não ter potência suficiente para continuar a subir, disse uma fonte. O piloto foi obrigado a esperar 10 minutos até que o combustível fosse queimado o suficiente para diminuir o seu peso antes de tentar novamente a decolagem.

A situação obrigou o serviço a enviar alguns pacientes, geralmente aqueles que são mais pesados e precisam ser transportados com uma grande quantidade de equipamentos, para um heliponto a 10 minutos de distância onde o helicóptero pode decolar com deslocamento para a frente – realizando uma manobra que exige menos potência.

Mas às vezes as transferências podem levar até uma hora, colocando os pacientes em risco.

”Cada vez que efetuamos a remoção de um paciente há uma certa dose de risco, aumentando o potencial para que as coisas deem errado”, disse John Lambert, o chefe da unidade de terapia intensiva do hospital.

O problema ocorre pois a cidade de Orange fica a uma altitude de 860 metros, onde o ar é cerca de 10 por cento mais rarefeito do que ao nível do mar, reduzindo o desempenho do motor. Em dias quentes, o motor deve trabalhar ainda mais para decolar, obrigando o pessoal a retirar do helicóptero alguns equipamentos vitais para reduzir o peso.

Um paciente que precisava ser levado para Sydney, após um acidente de carro, teve que esperar por uma hora, enquanto o pessoal removia equipamentos  como “um saco de dormir, sangue, telefone via satélite e capacetes” e assim tornar possível que o helicóptero decolasse.

Na viagem de volta, o grupo foi chamado para atender um outro acidente de carro em Cowra.

”Felizmente, eles cancelaram o chamado pois o atendimento poderia ter sido seriamente comprometido pela falta de equipamentos a bordo”, disse a fonte.

Um ano atrás, o Serviço de Ambulância de NSW foi obrigado a gastar milhares de dólares em kits de hidratação, coletes térmicos e água engarrafada para seus paramédicos pois o helicóptero não têm ar condicionado. Um médico já chegou a desmaiar de estresse por calor.

”Esta é uma situação preocupante para o povo de Orange que realmente dependem deste serviço em caso de emergências”, disse o porta-voz da oposição Jillian Skinner.

”Este helicóptero simplesmente não é grande o suficiente.”

Uma porta-voz do serviço de ambulância de Orange disse que o heliponto atual é um dos mais confinados no estado, mas que isso será corrigido quando da construção do novo hospital no próximo ano.

Entretanto, o helicóptero é usado em Orange dentro de conservadores parâmetros de segurança, disse ela.


Fonte : Brisbaine Times / Dica : AvSegPub


2 COMENTÁRIOS

  1. Restrições de peso para a realização de pousos e decolagens em áreas restritas e localidades elevadas, na maioria das vezes não constituem uma deficiência da máquina e sim uma falha de planejamento na operação, principalmente tratando-se de um local conhecido pela tripulação como no caso do relato. Já tive a oportunidade de voar um EC – 145,sou piloto de um EC – 135, voamos com configuração completa aero médico(transporte avançado), com dois pilotos, médico, enfermeiro e um tripulante, além da vítima,no DF e entorno(Altitude média de 1000 mts) e nossos locais de pouso são semelhantes ao reportado na matéria, porém nunca tive que ficar queimando combustível para decolar, mesmo porque abastecemos a aeronave somente com o combustível necessário para cumprir a missão em segurança. Pra mim o EC – 145 tem uma motorização excelente e adequada a sua categoria, mas me parece que os operadores de lá querem uma aeronave maior com mais conforto e menos trabalho, isso é bom pra quem pode, mas as nossas por enquanto tem que ser multi-missão, pau para toda obra e sabemos que poucas atendem esta condição. A propósito, gostaria de parabenizar os Maranhenses pela aquisição.
    VOAR, PAIRAR, SALVAR!!!
    Esse lema nos une…
    Bons vôos a todos.

  2. A questão é que nem todos os países possuem os mesmos requisitos operacionais e nem todos os “clientes” querem a mesma coisa.
    Em muitos países existe a necessidade de se operar em classe 1 em voos de HEMS, isto é, com o paciente a bordo.
    Para além disso o peso operacional difere de “cliente” para cliente. Já tive a oportunidade de voar helicópteros do mesmo modelo em contratos distintos onde o peso operacional diferia em aproximadamente 600 lbs.
    Outra pequena diferença é que cada vez mais operadores e “clientes” de todo o mundo exigem que as suas aeronaves mantenham mínimos de combustível IFR.
    Realmente não sei qual o real motivo dos problemas com o EC-145 Australiano, se é por mau planejamento e gestão de meios ou por preferências de alguns, porém penso que as comparações diretas por vezes só confundem.
    No que diz respeito a polivalência do helicóptero em questão simplesmente não concordo.
    É mundialmente sabido que o sonho não concretizado da eurocopter é conseguir fabricar e comercializar uma aeronave de médio porte capaz de ser tão polivalente quanto a alguns modelos de outros fabricantes, como por exemplo o Bell 412 EP, que é mais barato de operar, tem mais espaço, mais potência, velocidade equivalente e melhor performance geral que o EC-145, principalmente no que diz respeito a operações classe 1, onde a performance OEI é muito importante.

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