NOTAER/ES: há quase 29 anos voando pela vida e segurança dos capixabas

Em uma reportagem fantástica trazemos uma abordagem sobre o Núcleo de Operações e Transporte Aéreo e como ele tem impactado de forma positiva a vida dos cidadãos espírito-santenses a cada dia

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Espírito Santo – Talvez você já tenha visto um helicóptero cuja as cores predominantes sejam o branco, azul e rosa cruzar os céus do Espírito Santo, e muitos ainda não sabem que essas aeronaves estão em serviço da população capixaba por meio das operações do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAER/ES), vinculado à Secretaria da Casa Militar, que é integrado entre as forças estaduais de segurança pública e defesa civil, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar.

Foto: Divulgação/NOTAER
Foto: Divulgação/NOTAER

Com essa integração, vem também o fortalecimento do caráter multimissão do NOTAER, que executa todas as atividades relacionadas a esses órgãos, além de apoio ao SAMU, ao IEMA, ao DETRAN.

“O NOTAER/ES é fundamental em nossas operações, sejam na área de segurança pública ou na área médica. Profissionais bem preparados que se doam ao máximo e que, mesmo enfrentando adversidades, seguem prontos para o combate incessantemente”, disse o Governador do Estado, Renato Casagrande

“O NOTAER/ES possui em seu efetivo homens e mulheres abnegados, que se dedicam,diariamente, para atender a sociedade capixaba com excelência. São profissionais que têm orgulho do que fazem. Tenho 28 anos de PMES e lhes digo com muita tranquilidade que são servidores públicos do mais alto nível. São bem preparados física, técnica e mentalmente”, afirmou o Coronel PM Jocarly Martins de Aguiar Júnior, Secretário Chefe da Casa Militar.

Conversamos com o Capitão Pablo Angely Marques Coimbra, 42 anos, piloto do NOTAER/ES, Chefe da Seção de Comunicação e está na aviação desde 2009. Ele nos relatou fatos relevantes e explanou um pouco sobre a história deste grupamento e sua importância para a população do Espírito Santo.

Capitão Pablo, piloto do NOTAER e Chefe da Seção de Comunicação. Foto: Divulgação/NOTAER
Capitão Pablo, piloto do NOTAER e Chefe da Seção de Comunicação. Foto: Divulgação/NOTAER

O INÍCIO DE UMA HISTÓRIA

A sua história começou com o nome Grupamento de Rádiopatrulhamento Aéreo (GRAer) em 1992, vinculado a Polícia Militar, e por conta disso, até hoje muitas pessoas confundem e acham que o atual grupamento pertence a Polícia Militar, mas em 2003, um decreto alterou o nome do GRAer para Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAER), ao todo são quase 29 anos de missões.

O NOTAER é um Núcleo da Casa Militar, atuando de maneira integrada, ou seja, não é vinculado nem a Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiro Militar e nem a Secretaria de Saúde, ele pertence a Secretaria da Casa Militar, que é quem, cuida entre outras coisas, da segurança da residência oficial, dos palácios oficias do Governo, da Segurança do Governo do Estado.

VOOS PELA VIDA E SEGURANÇA

Atualmente o NOTAER é a única Unidade Aérea Pública do Espírito Santo, ou seja, todas as atividades aéreas públicas do estado são realizadas por eles. Com uma  integração entre a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar, conseguem atender a todas as demandas em que o recurso (helicóptero) possa ter utilidade.

Para dar um exemplo da eficiência dos serviços prestados para a população, da sua base em Vitória, o grupamento consegue atingir qualquer extremo do Espírito Santo (Norte, Sul, Leste ou Oeste) em no máximo 1 hora de voo em relação a capital. E é de conhecimento, principalmente na medicina, que esse tempo é chamado de “Hora de Ouro”, a hora crucial para o salvamento de uma vida, principalmente em caso de acidentes. Para o Capitão Pablo, “é um recurso que o Espírito Santo não consegue mais abrir mão”.

AS AERONAVES

Hoje o NOTAER possui 5 aeronaves versáteis que são utilizadas nas mais diversas missões, sendo 1 do modelo Schweizer 300 CBI, usado desde ao treinamento de pilotos, monitoramento de trânsito, fotografia aérea; 3 Esquilos, que são aeronaves versáteis utilizadas em todas as missões e por fim um EC145C2, um helicóptero bimotor, que pode ser empregado em todas as missões, mas que vem sendo utilizado para alguns tipos de resgates ou voo governamental.

Foto: Divulgação/NOTAER
Foto: Divulgação/NOTAER

HARPIAS

Existe uma tradição na aviação que vem de muitos e muitos anos, que é a de dar nome as aeronaves, principalmente as aeronaves militares, os nomes comuns são de animais, são nomes designativos. Quando o grupamento foi criado, pensou-se em um nome, o Águia, atualmente utilizado principalmente pelo grupamento de São Paulo, já era um nome muito comum, incluindo outros estados que já usavam esse nome, foi quando surgiu o nome Harpia, que é a mais pesada ave de rapina do mundo, e é uma das maiores aves de rapina do mundo, então, além de ser uma referência a um ser da mitologia grega, ela tem um porte físico muito expressivo, e imponente, excelente opção para uma aeronave que se destina a fazer missões públicas dos mais diversos tipos. No Espírito Santo são designadas Harpia 2, Harpia 4, Harpia 6, Harpia 7 e Harpia 8.

Foto: Divulgação/NOTAER
Foto: Divulgação/NOTAER

AS PEÇAS FUNDAMENTAIS

O NOTAER possui um corpo administrativo robusto, pois não é só voar, para que haja voos seguros, muita coisa antes precisa ser feita. “Temos uma seção de administração que cuida de toda nossa papelada, temos uma seção de instrução, que cuida do treinamento e instrução de todos os servidores, tem a seção de manutenção que é ‘quem faz voar’, nós brincamos que antes de voar, tem que fazer voar, então são os caras que cuidam das nossas aeronaves, dos nossos equipamentos e tem todo esse efetivo. Internamente nós somos divididos em 7 setores, e existem as pessoas que vão no voo”, conta o Capitão Pablo Angely Marques Coimbra.

“Todo dia nós temos uma aeronave para atender as missões de Policiais, Bombeiros, e essa aeronave vai ter 2 pilotos, e 2 operadores aerotáticos (que são aqueles servidores que vão na parte de trás da aeronave, que são as pessoas que vão armadas, com arma longa, ou se for uma missão de resgate, são as pessoas que descem no rapel, que fazem o socorro das vítimas)”.

“Além disso temos uma segunda equipe todo dia que faz o voo aeromédico, onde vai 1 piloto e 1 operador aerotático do NOTAER e a equipe do SAMU, que é a equipe fundamental para essa missão de resgate, que são as pessoas técnicas na área da saúde, onde vai um médico e um enfermeiro, e não tem o segundo piloto nessa configuração, porque o banco dele é sacado para que a gente possa posicionar a maca que vai vir o paciente. Em algumas emergências muito rápidas e cujo descolamento seja pequeno, próximo, aí nós podemos voar com mais um piloto e a maca vem numa posição em cima do banco traseiro”, conclui Pablo.

Foto: Instagram/NOTAER
Foto: Instagram/NOTAER

SALVANDO VIDAS

A atuação entre o NOTAER e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) já é antigo, e para o Capitão Pablo, a gratidão é imensurável. “É um sentimento de recompensa, eu que estou na seção de comunicação, sempre faço os posts nas redes sociais, e especificamente nesses posts dos salvamentos, muitas vezes o familiar de uma vítima, vem nos agradecer, além de pessoas em geral valorizando esse tipo de serviço, então nós ficamos com um sentimento de dever cumprido”, conta.

“As vezes decolamos para um voo “arriscado”, muitas vezes vamos no limite de tempo, de horário, de mal tempo, se arriscando por uma pessoa que não nos conhece, e também não conhecemos, as vezes recebemos notícias de pessoas que se recuperaram, que vem no Hangar para agradecer, e imagino que os colegas do SAMU sintam a mesma coisa, isso faz parte do dia a dia deles, porque a gente aqui tem essa faceta do salvamento, do resgate, mas também temos a faceta da repressão quando precisa, mas é muito bacana”, completa.

SEMPRE A DISPOSIÇÃO

Capitão Pablo explica que o NOTAER está sempre a disposição da população nas ocasiões em que a aeronave pode ser útil. Para isso, a equipe sempre realiza treinamentos para a Polícia Militar, Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército, sempre explicando quando a aeronave pode ter utilidade. “Acompanhamento aéreo, veículos em fuga, varredura de mata, fuga de sistema prisional, em condições diversas, monitoramento de trânsito, resgate de pessoas em locais de difícil acesso, transporte de pessoas e equipamentos para locais de difícil acesso, como foi o caso da carga externa feita em Vila Valério, busca de pessoas desaparecidas em alto mar, policiamento ambiental, monitoramento com defesa civil, de encostas, o resgate aeromédico propriamente dito, tanto no transporte inter hospitalar, onde pegamos uma pessoa que está num hospital de um município e levamos para outro, quanto no atendimento pré-hospitalar, de pousar no local do acidente, resgatar a pessoa e levar para o hospital, enfim, e outras missões que eu possa estar esquecendo, tudo isso ai cabe ao NOTAER”, afirma.

OPERAÇÕES MARCANTES

O Chefe da Seção de Comunicação do NOTAER cita algumas das muitas operações marcantes vivenciadas, em sua opinião, as chuvas de 2013, águas que castigaram o Espírito Santo, episódio que virou o livro “Anjos Audazes”, produzido por Marcelo Vieira Hollanda.

“Acredito que a missão das chuvas de 2013 foi a mais marcante. Mas temos outros exemplos como os grandes incêndios em Sooretama, no início dos anos 1998-1999 mais ou menos; muitos anos depois em 2015 mais ou menos, teve um outro grande incêndio na reserva de Sooretama, ficamos vários dias atuando lá, o grande incêndio que teve em Itaúnas; os incêndios no parque estadual da Pedra Azul”, afirma.

“Tivemos ainda os resgates em 2020 por causa da chuva na região de Iconha, Alfredo Chaves, temos muitas missões, e outras missões policiais que eu poderia citar são os salvamentos, tivemos o caso de um Sargento do Exército que estava com o filho dele na moto na BR 262 e uma carreta os atropelou, nós pousamos na BR e conseguimos salvar os dois, são muitas ocorrências, mas eu imagino que, para mim, as chuvas de 2013, pois tive a oportunidade de voar pelo Grupamento”, completou.

AERONAVES NO INTERIOR – MISSÕES

Aproveitamos o momento e relembramos um marco importante, principalmente para os valerienses. Em 2019 uma equipe do NOTAER esteve em Vila Valério para contribuir com a reconstrução do Cruzeiro de Vila Valério, que em fevereiro de 2019 foi destruído após ventos fortes passarem pela região, a equipe auxiliou no transporte de peças. Momentos como esse entram para a história das cidades e para quem participa é um incentivo e um “salário moral”.

“Na missão de Vila Valério, não estava lá, eram outros colegas, mas já fui em missões parecidas, e é muito bacana, estar nesses locais, as vezes não sabemos como fica depois, certamente neste caso da Reconstrução do Cruzeiro de Vila Valério, a equipe teve um feedback na hora, nós acreditamos e imaginamos que fica esse sentimento de gratidão principalmente dessas missões de ajuda humanitária, missão de resgate, e isso para gente é um incentivo, é aquele chamado “salário moral”, isso não vai tornar ninguém famoso ou rico, mas tem um valor que nada disso paga, que é o reconhecimento, de quem nunca nos viu na vida, e você vê que é um agradecimento sincero, e isso é uma das melhores, se não a melhor recompensa que a gente tem na nossa profissão”, disse Capitão Pablo.

HARPIA EM SÃO GABRIEL DA PALHA

Na Grande Vitória o NOTAER já realizou exposições de aeronaves em shoppings, em 2019, foi realizado o evento “Portões Abertos”, um evento comum na aviação mundial, onde a população pode ir conhecer, ver o hangar e obviamente ver as aeronaves, tirar fotos.

Aliás, chegar perto de uma aeronave e poder conhecer o novo é o sonho de muitos, seja crianças, jovens, adultos e até os mais idosos. Segundo Capitão Pablo, apesar de não ser o chefe do NOTAER não descarta a exposição de um Harpia na cidade, e afirma que seria algo bacana, e uma ideia muito boa. Portanto, para as crianças que sonham em ver uma aeronave de perto, a ideia não é descartada.

Exposição de aeronave em um shopping. Foto: Instagram/NOTAER
Exposição de aeronave em um shopping. Foto: Instagram/NOTAER

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