Os heróis existem – O incêndio do Edifício Andraus

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EDUARDO ALEXANDRE BENI
Coronel da Polícia Militar de São Paulo

INTRODUÇÃO

Antes de iniciar esse artigo agradeço a oportunidade de ter conhecido a pessoa que possibilitou escrever essa história – Comandante Cláudio Finatti. Foram muitas conversas e longas pesquisas. Finatti mantém um arquivo pessoal invejável e que possibilitou escrever esse artigo. (Leia também: O incêndio do Edifício Andraus pelo Comandante Sayão)

Faço uma ressalva quanto ao número de pessoas salvas e sequências dos fatos, pois, apesar de ler muito sobre o assunto, muitos anos se passaram e existem muitas versões. Tentei seguir aquilo que foi publicado na mídia à época dos fatos. Faço aqui um breve resumo.

Passados mais de 40 anos dessa tragédia, vimos que esses pioneiros reescreveram a história do salvamento aéreo no Brasil e no mundo e esses pilotos foram os desbravadores e os grande motivadores do uso de helicópteros nas operações de segurança pública e de defesa civil, que nesta época era apenas um sonho.

Muitos deles eram pilotos civis e outros eram oriundos das Forças Armadas e que trabalhavam na Aviação Civil. Como fato histórico, a Polícia Militar, bem como a Polícia Civil de São Paulo, somente receberiam seus helicópteros 12 anos depois dessa tragédia.

Cláudio Finatti da Anhembi Aviação estava no Campo de Marte na hora do incêndio, pilotando o helicóptero PT-HCB, um Enstron F28-A. Foto: Agência Estado.
Cláudio Finatti da Anhembi Aviação estava no Campo de Marte na hora do incêndio, pilotando o helicóptero PT-HCB, um Enstron F28-A. Foto: Agência Estado.

O mais incrível é que, mesmo nos dias de hoje, muitas pessoas ainda não entendem a importância do helicóptero no resgate, no salvamento e no policiamento.

Existem Estados no Brasil que iniciaram seus serviços de Aviação de Segurança Pública há poucos anos e outros tentam iniciar, encontrando muitas barreiras políticas, econômicas e, por incrível que pareça, até jurídicas.

Antigamente, o helicóptero era visto pelas pessoas como um aparelho sensacional e de muita utilidade, hoje, muito embora, não seja a maioria, vêem o helicóptero como um equipamento barulhento e que incomoda o dia-a-dia das grandes capitais.

Em São Paulo, por exemplo, o helicóptero é um grande problema para a “Aviação Regular” (Serviço Aéreo Público), pois o Aeroporto de Congonhas está localizado entre centenas de arranha-céus repletos de helipontos elevados.

Assim, inicio esse artigo relembrando as pessoas da importância do helicóptero no desenvolvimento da Aviação e, principalmente na Segurança Pública e Defesa Civil e, consequentemente, encontraremos algumas respostas para as perguntas que são feitas nos dias de hoje. “Relembrar é viver”.

Antoine de Saint-Exupery, escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, disse, de forma magistral, que: “O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído, e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino.”

O INCÊNDIO DO EDIFÍCIO ANDRAUS – OS FATOS

Às 16:20h de 24 de fevereiro de 1972 a população paulistana assistiu estarrecida ao incêndio que destruiu o edifício Andraus, resultando em uma tragédia sem precedentes.

O edifício Andraus, de 30 andares, na Av. São João em chamas. Foto: Agência Estado.
O edifício Andraus, de 30 andares, na Av. São João em chamas. Foto: Agência Estado.

O edifício, de 30 andares, na Av. São João, era referência para a época, possuía escritórios da Petrobras, Shell, dez companhias de seguros, entre elas a The Tokio and Fire, além das Casas Pirani, uma das mais populares lojas de departamento de São Paulo, que ocupava os quatro primeiros andares do prédio.

Em determinado momento, ocorreu uma súbita escuridão e em poucos minutos mais de mil pessoas se deram conta de um incêndio que tomava todo o edifício. Neste momento começou a corrida pela sobrevivência. A população solidária iniciava uma operação de salvamento, a Polícia Militar utilizava homens e equipamentos para resgatar as vidas em desespero, surgem, então, os heróis, aqueles que lutaram até o último suspiro de força, de coragem, de ternura e desprendimento.

Segundo relatos, o vento nesse dia era forte, 30 km/h, alimentando o fogo, mas esse vento foi a salvação de mais de 700 pessoas, metade no heliponto do edifício e a outra metade na escada interna do edifício, pois, batendo nos fundos do prédio, na direção norte, o vento levava o fogo e a fumaça para a fachada do prédio e para a lateral na Rua Aurora.

Muitas pessoas, fugindo da morte, com esperança de sobrevivência, buscavam saídas, muitas vezes para a morte, outras para a vida. As chamas devastavam o prédio rapidamente e uma saída foi encontrada, um dos poucos helipontos elevados existentes na Cidade, local que salvou mais de 700 pessoas, com a ajuda de helicópteros.

Com a repercussão dada pelo rádio e pela necessidade, os pilotos, um a um, foram voluntariando-se, buscando seus helicópteros e iniciando os salvamentos. Esse fato foi inédito e, além de nem todos terem experiência nesse tipo de operação, foram obrigados a operar à noite, exigindo esforço e coragem dos pilotos e policiais militares que tripularam as aeronaves.

QUEM ERAM OS PILOTOS

Através de material publicado no Jornal Folha de São Paulo, Caderno 2, de 05 de março de 1972, pelos repórteres: Isabel Dias de Aguiar, Julio Moreno, Luís Carlos Ventura e Renato Russo e por outras diversas publicações e fotos, guardadas carinhosamente pelo Comandante Finatti, foi possível resgatar essa memória esquecida para alguns e marcada na carne para outros.

Dentre eles existiam pilotos experientes, com mais de 3.000 horas de voo em helicópteros e aqueles com pouco mais de 350 horas, como o Comandante Finatti, sem falar dos helicópteros utilizados: Bell 204 e 206, Hughes, Hiller e Enstron. Um feito memorável e que reescreveu a história do salvamento aéreo no Brasil e no mundo.

OS PILOTOS – OS HERÓIS

Alguns desses pilotos ainda voam pelos céus do Brasil e do Mundo. Outros, o destino obrigou-os a alçarem voos mais altos, de onde nos protegem e nos ensinam com suas histórias. Conheçam os pioneiros:

O SALVAMENTO

O pânico era o único sentimento que prevalecia e as pessoas tentavam encontrar forças para sobreviverem. As aeronaves iniciaram uma operação inédita e perigosa, tentavam pousar no heliponto do prédio (encontrava-se interditado), porém a fumaça, o calor, o desespero das vítimas e as antenas impediram, momentaneamente, o salvamento por via aérea, restando somente o lançando de leite às vítimas, que ora bebiam, ora resfriavam o corpo. As pessoas, encurraladas entre a morte certa e a esperança de viver, arrancavam desesperadamente as antenas, tentando facilitar a chegada dos helicópteros.

O Comandante Olendino Francisco de Souza, piloto do Governo do Estado de São Paulo, sabia que enfrentaria três perigos: a fumaça, a laje instável e o pânico das pessoas, entretanto, achou de deveria ser o primeiro a pousar, pois como pilotava o maior helicóptero (Bell 204), se pousasse, os demais poderiam seguir o mesmo caminho. Foi o que aconteceu.

Olendino Francisco de Souza, piloto do Governo do Estado de São Paulo, soube do incêndio por uma estação de rádio. Pilotou o helicóptero PP-ENC, um Bel 204B. Foto: Agência Estado.
Olendino Francisco de Souza, piloto do Governo do Estado de São Paulo, soube do incêndio por uma estação de rádio. Pilotou o helicóptero PP-ENC, um Bel 204B. Foto: Agência Estado.

Segundo entrevista dada pelo Comandante Picolli ao JT no dia do incêndio, disse: “o Comandante Sayão foi o segundo a pousar no prédio, o primeiro a ver o incêndio e dar o alarme. Pousou na avenida São João, entre jatos d’água, entulhos, fios de alta tensão e outros obstáculos. Quase morreu em um momento. A fumaça invadiu o motor do helicóptero. Faltou oxigênio e ele teve que “se jogar” sobre a praça da república até conseguir sustentação de novo para o aparelho.

Assim, no helicóptero, PT-EES, um Hiller FH-1100, o Comandante Sayão (Leia o artigo) embarcou o então Ten PM Duxferri Gomes de Oliveira do Corpo de Bombeiros, o 3º Sgt PM Milton Serafim da Silva e o 2º Sgt PM Augusto Cazzaniga, ambos do COE (o Sgt Serafim era piloto privado) e, após várias tentativas de outras aeronaves, conseguiu lançá-los no heliponto, que mediante atitudes enérgicas, conseguiram heroicamente, coordenar o salvamento, controlar o incontrolável e salvar essas pessoas que estavam a beira do colapso.

Na sequência surge outra aeronave, comandada por Zanini e auxiliado pelo Eng. de Bellegard, lançando, em duas viagens, outros quatro policiais militares sobre o heliponto, o Cap PM Helio Barbosa Caldas e o 3º Sgt PM Wisnton Oscar Boldi da Silva, ambos do Corpo de Bombeiros e o 3º Sgt PM Djalma Evangelista, do COE. Diante deste quadro tétrico surgem os pilotos, heróis anônimos, que ultrapassando todos os limites operacionais e exigindo o que não se pode exigir de uma aeronave, retiraram todas as vítimas do heliponto.

Vale lembrar que o COE era ainda uma Companhia de Operações Especiais e pertencia ao 1º BPM “Tobias de Aguiar”. Essa subunidade teve participação decisiva na operação de salvamento ao lado do Corpo de Bombeiros. Conta o então 2º Sgt PM Newton Ferreira da Silva do COE, que estava no teto do edifício Palladium (fica ao lado do edifício Andraus), e após retirar 8 pessoas com uma corda amarrada entre os prédios, atravessou o vão entre eles por uma escada. A extremidade da escada, apoiada no edifício Andraus, era segurada pelo Ten Duxferri e Sgt Cassaniga. Feita a travessia auxiliou a retirada de 26 pessoas, sendo 13 pela escada “magirus” e 13 pelas escadas do prédio até o térreo.

Cláudio Finatti da Anhembi Aviação estava no Campo de Marte na hora do incêndio, pilotando o helicóptero PT-HCB, um Enstron F28-A. Foto: Agência Estado.
Cláudio Finatti da Anhembi Aviação estava no Campo de Marte na hora do incêndio, pilotando o helicóptero PT-HCB, um Enstron F28-A. Foto: Agência Estado.

Alguns pilotos conduziram suas máquinas sem ao menos possuírem rádios. O ar rarefeito reduzia a potência dos motores dos helicópteros, o que exigia enorme esforço dos pilotos para controlar os aparelhos. O teto baixo, a névoa úmida misturada à fumaça, tudo contribuiu para tornar a missão demasiadamente perigosa.

Os pilotos abasteciam as aeronaves no Aeroporto Campo de Marte e retornavam ao local do incêndio, alguns tinham que manter somente 50% de combustível, a fim de terem mais disponibilidade de potência e consequentemente, poderem embarcar mais pessoas. As vítimas embarcadas nas aeronaves eram conduzidas ao Campo de Marte, Praça Princesa Isabel (centro) e de lá levadas de ambulância aos hospitais, bem como ao Hospital Geral do Exército no Cambuci e ao Hospital das Clínicas.

O heliponto era para 2.400 quilos, mas, como numa sinfonia, utilizaram áreas restritas para os pousos, aproximações arriscadas, mas estavam predestinados a salvarem aquelas pessoas, pois para elas era a única saída, e, cinco horas depois, o heliponto estava completamente vazio, a missão estava cumprida.

Às 22 horas, os helicópteros retiram mais de 700 pessoas das cerca de 1.200 pessoas que estavam no Edifício em chamas. Foram realizados mais de 150 pousos no heliponto interditado do Edifício Andraus e faleceram 16 pessoas.

AS CONDIÇÕES ADVERSAS PARA O VOO

Segundo artigo publicado na Revista Pirelli, Ano XXIII, N 118, de dezembro de 1978, pg 24, 10 anos no Ar, escrita pelo Engo Carlo de Bellegarde de Saint Lary e corroborada pelo Comandante Zanini, relatou, de forma primorosa, o seguinte:

Carlos Henrique de Campos Zanini, piloto da Pirelli, e o Eng. Carlo de Bellegarde de Saint Lary, a bardo da aeronave, resgataram 53 pessoas do Edifício Andraus em 19 viagens com o helicóptero PP-HBN, um Bell Jet Ranger 206A. Foto: Agência Estado.
Carlos Henrique de Campos Zanini, piloto da Pirelli, e o Eng. Carlo de Bellegarde de Saint Lary, a bardo da aeronave, resgataram 53 pessoas do Edifício Andraus em 19 viagens com o helicóptero PP-HBN, um Bell Jet Ranger 206A. Foto: Agência Estado.

“Para dar a dimensão do risco ao qual estiveram expostas as equipagens e máquinas é suficiente considerar os seguintes fatores técnicos, todos conflitantes com as regras normais de segurança de voo, e que foram, por nós, experimentadas e vividas durante a operação:

  • As aterrissagens com visibilidade “zero” quando os helicópteros atravessavam a densa fumaça para colocar-se sobre o terraço;
  • Antenas de televisão invisíveis da fumaça e que se encontravam na trajetória da descida;
  • Turbulência provocada pelas chamas inferiores, com conseqüente dificuldade do controle das aeronaves;
  • Temperatura elevadíssima quando da decolagem, provocando superaquecimento da turbina, que alcançou temperaturas ao redor de 900oC, quando o máximo permitido é de 843oC, durante seis segundo no máximo (helicóptero da Pirelli, PT-HBN, um Bell Jet Ranger 206A);
  • Perda de potência no motor e insuficiente rotação do rotor, devido à temperatura e ao ar rarefeito e, em conseqüência, o helicóptero, logo após a decolagem, não voava, mas caía fora do edifício, em direção à Praça da República, onde, por felicidade nossa, era possível recuperar-se contra o vento e com ar fresco;
  • Quase todos os helicópteros, devido às proibitivas condições de voo, sofreram anomalias de funcionamento de um ou mais componentes. Por exemplo, o helicóptero da Pirelli (PP-HBN, um Bell Jet Ranger 206A) voou durante muito tempo com panes intermitentes de uma das bombas de combustível;
  • Durante as aterrissagens noturnas sobre o Andraus, a fumaça e a garoa que se formavam ao redor do edifício refletiam a luz dos holofotes de aterrissagem, tornando nula a visibilidade externa.”

Esse relato, dado pelos pilotos e publicada pela revista, está repleto de informações técnicas e de valor inestimável. É, inquestionavelmente, um marco histórico para o salvamento aéreo, pois algo muito semelhante aconteceu no incêndio da favela de Heliópolis no dia 17 de junho de 1996 (Heliópolis – O voo a beira dos limites), 24 anos depois. Nesse episódio, lembram os pilotos, do aquecimento acima do normal da turbina e das perdas momentâneas de sustentação da aeronave.

AS HOMENAGENS

Em função desse feito heróico, todos os pilotos, policiais militares, bombeiros, etc que participaram dos salvamentos foram exaustivamente homenageados e não era para menos. Assim, foram oferecidas algumas homenagens a esses heróis, embora não se limitem somente a essas:

  • Troféu “Mercimento Rotario”, outorgado pelo Rotary Club de São Paulo em 08 de março de 1972, a 18 heróis que participaram no salvamento do Edifício Andraus;
  • Láurea máxima oferecida pela Flight Safety Fundation, com sede em Washington aos pilotos, entre os dias 16 e 18 de outubro de 1972;
  • Prêmio oferecido pela Helicopter Association of America em Las Vegas, EUA, em 1973;
  • Medalha de Mérito Santos Dumont, entregue em 20 de Julho de 1972, em solenidade na Base Área de São Paulo, em Cumbica;
  • Homenagem na Semana da Asa em Santos, 19 de outubro de 1981: o Comandante Cláudio Finatti recebeu um cartão de prata pelo feito no Edifício Andraus e Joelma;
  • Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo entregue em 26 de outubro de 1972, pela Câmara municipal de São Paulo, etc.
  • Medalha de Bravura da Cidade de São Paulo entregue no dia 30 de Janeiro de 1973 no Museu de Arte de São Paulo, Assis Chateaubriand, com a presença do Governador de Estado Laudo Natel e do Prefeito Figueiredo Ferraz;
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Homenagem recebida na Prefeitura de São Paulo. Foto Agência Estado.

Em 2002 o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar de São Paulo homenageou os heróis que participaram do incêndio do Edifício Andraus. Nesse evento estavam presentes pilotos e bombeiros que também atuaram no incêndio do Edifício Joelma, com a participação ilustre do primeiro piloto de helicóptero do Brasil, Comandante Carlos Alberto (Conheça sua história). Na época ele era piloto da Pirelli e, na companhia do Eng. Carlo de Bellegarde de Saint Lary, participaram do trágico incêndio do Joelma.

Comandante Finatti, Cel PM Caldas, Comandante Carlos Alberto, Cel PM Eduardo Alexandre Beni. Foto: Rivaldo dos Santos.
Comandante Finatti, Cel PM Caldas, Comandante Carlos Alberto, Cel PM Eduardo Alexandre Beni. Foto: Rivaldo dos Santos.

UM DETALHE CURIOSO

O Comandante Portugal Motta, que pilotava um Bell 206 e que salvou 100 pessoas no incêndio, quando era Oficial da FAB, havia interditado o heliponto em meados de 1969, pois haviam instalado nele muitas antenas de televisão e outros aparelhos e retiravam a segurança do heliponto.

A administração do prédio não se interessou em reabrir o heliponto e então ficou válida a sua interdição. O detalhe que esse era, segundo informações da época, o único heliponto registrado de São Paulo e aquele que interditou foi um dos heróis que participou do salvamento.

AS DISCUSSÕES PROMOVIDAS APÓS A TRAGÉDIA

Na época, do incêndio, muitos questionamentos surgiram sobre o, então, Código de Obras de São Paulo, principalmente sobre a segurança desses edifícios e, assim, o Jornal Folha de São Paulo, Caderno 1, de 05 de março de 1972, levantou vários problemas, fazendo um paralelo com o Código de Obras de Nova York. A seguir, alguns pontos discutidos na época:

  • Melhor dimensionamento dos sistemas de escoamento dos edifícios, “halls”, áreas comuns, escadarias, etc;
  • Estanqueidade, continuidade e incombustibilidade das caixas de escada, proposta seguramente mais significativa que qualquer exigência de escadaria externa;
  • Inclusão de portas corta-fogo, em determinados casos e posições estratégicas, proposição que assume grande importância, sobretudo para escolas, teatros, cinemas e locais de reunião pública em geral;
  • Sistemas de indicações precisas sobre a possibilidade de aberturas em paredes divisórias, para atingir áreas de saída e edificações vizinhas; sinalização adequada, nos grandes edifícios, sobre os meios de escoamento de emergências disponíveis;
  • Criação de dispositivo permanente de fiscalização e vistoria, capaz de assegurar o razoável cumprimento das disposições básicas de segurança, e
  • Construção de helipontos elevados em Edifícios, a fim de possibilitar o pouso de helicópteros;

Vimos nessas questões discutidas na época muitas realidades de hoje, uma delas é a enorme quantidade de helipontos elevados nos edifícios paulistas.

Evidente que sua utilização hoje se deve pela disseminação do uso do helicóptero no transporte de pessoas, principalmente de autoridades e executivos, entretanto, podemos afirmar que a inclusão de helipontos nos projetos de construção dos prédios na cidade de São Paulo foi decorrente dessa tragédia, mas, mais especificamente, por conta do incêndio do Edifício Joelma em 1974 (será tema de outro artigo), pois ele não possuía heliponto e, por isso, muitas pessoas morreram no teto do prédio, mostrando na carne a importância do heliponto.

A PREVISÃO

Não querendo ser injusto com pessoas que lutaram pela utilização e disseminação do helicóptero no Brasil, farei uma menção honrosa ao Comandante Judimar Piccoli, que foi o idealizador da Escola de Pilotagem Anhembi e um dos pilotos que mais defendeu o uso do helicóptero no Brasil e foi um ícone na Aviação, além de excelente piloto:

Em matéria publicada no Jornal O Estado de São Paulo, de 11 de janeiro de 1973, o Comandante Piccoli disse, quase de forma premonitória, o seguinte:

“O incêndio do Andraus serviu para dar o impulso inicial, embora algumas poucas pessoas já soubessem como podem ser eficientes os serviços prestados pelo helicóptero. Mas parece que tudo foi esquecido. O Órgão responsável pelo trânsito da Capital, a Polícia, os grandes hospitais – todos podiam estar utilizando o helicóptero como uma das formas mais eficientes de colher informações de toda a cidade em poucos minutos e também de prestar assistência à população. No Brasil, não se aprendeu ainda a aproveitar a modalidade e a rapidez desse aparelho. Quem sabe num outro incêndio…(grifo nosso)

Antes de continuar a leitura, peço um minuto de silêncio…Quando estudamos os fatos e relembramos a história nos damos conta de fatos estarrecedores como esse.

Assim, temos que fazer, nesse momento, uma alusão ao incêndio do Edifício Joelma, ocorrido no dia 1° de Fevereiro de 1974, dois anos depois do incêndio do Andraus e um ano depois do que disse o Comandante Piccoli. Pode parecer pura coincidência, mas quem conhecia o Comandante e sua vasta experiência, sabia que isso realmente poderia acontecer. O resultado desta tragédia foi cerca de 345 feridos e mais de 180 mortos.

OS RESULTADOS

Considerando ainda o incêndio do Edifício Joelma, ocorrido em 1 de fevereiro de 1974, dois anos depois do incêndio do Andraus, vimos hoje, que essas duas tragédias foram as precursoras de várias providências que surgiram nas décadas seguintes.

Um dos pontos mais importantes de toda essa discussão iniciada, por conta dessas duas tragédias, foi a necessidade do Estado aparelhar suas Polícias e Corpos de Bombeiros com helicópteros e a necessidade constante de modernizar seus equipamentos e técnicas de salvamento.

A proliferação dos helipontos elevados em São Paulo, inclusive em hospitais e o aumento da segurança nos projetos dos novos edifícios foi, certamente, resultado dessas tragédias. As pessoas hoje se esquecem disso, reclamando do barulho dos helicópteros, problemas para os aeroportos, como ocorre em São Paulo, o excesso de exigências nos projetos de combate a incêndio, etc. Isso é falta de memória. Por isso, vamos relembrar.

Importante frisar que nessa época o Hospital das Clínicas de São Paulo não possuía heliponto elevado, hoje possui dois e com toda infra-estrutura para o desembarque de enfermos. O Grupamento Aéreo da Policia Militar de São Paulo é o seu maior usuário.

No campo legislativo, outro resultado importante dessas tragédias (Andraus e Joelma), foi o avanço gradativo da conscientização, por parte do poder público, na elaboração de decretos e leis estaduais que criaram uma legislação coerente sobre Segurança contra Incêndios.

No caso de São Paulo, o município criou o Decreto nº 10.787 de 07 de fevereiro de 1974, que foi o primeiro regulamento oficial sobre segurança contra incêndio de edificações no Brasil. Detalhe, este decreto foi sancionado uma semana após o incêndio no edifício Joelma.

Desde então, os decretos sofreram várias atualizações que culminaram com o atual Regulamento Estadual de Segurança contra Incêndios, aprovado por meio do Decreto Estadual 46.076 de 31 de agosto de 2001. Este é o terceiro regulamento oficial de segurança contra incêndio em edificações, elaborado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, aprovado 29 anos depois do incêndio do Edifico Andraus.

Muitas coisas ainda ficarão sem respostas, mas uma coisa é certa, o helicóptero se consolidou como um instrumento eficiente e eficaz, não só no transporte de pessoas, mas no salvamento, na observação do trânsito, no resgate, no trabalho da imprensa, no policiamento, etc.

Importante, agora, que o Poder Público, da mesma forma como ocorreu com regras sobre segurança contra incêndio em edificações, aprove regulamento sobre a Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil. Quantas tragédias precisarão acontecer para que essa atividade seja devidamente reconhecida pelos legisladores.

Hoje, Comandante Piccoli, seu sonho e desejo é uma realidade.

Obrigado aos heróis que escreveram essa história e fizeram acontecer.


Leia também o artigo: O incêndio do Edifício Andraus pelo Comandante Sayão.


Confira o vídeo de Produções Cinematográficas Souza Lima:

Confira o vídeo especial Andraus e Joelma do “Jornal da Record” em 2008:


REFERÊNCIAS

– Jornal Folha de São Paulo, Caderno 2, pg. 14, de 05 de março de 1972, pelos repórteres: Isabel Dias de Aguiar, Julio Moreno, Luís Carlos Ventura e Renato Russo, “A história completa do incêndio Andraus.”;

– Revista Pirelli, Ano XXIII, N 118, de dezembro de 1978, pg 24, 10 anos no Ar;

– O Estado de São Paulo, de 12 de outubro de 1972, Jornal da Tarde, pg. 21, “Um prêmio para onze pilotos, heróis do edifício Andraus.”;

– Folha de São Paulo, 1o Caderno, pg. 12, de 05 de março de 1972 – “Como evitar que isto se repita.”;

–  O Estado de São Paulo, pg. 14, de 26 de fevereiro de 1972, “Doze helicópteros, 7 fatos e uma façanha.”;

– Folha de São Paulo, 2o Caderno, pg.15, de 05 de março de 1972, “O que os outros fazem contra o fogo.”;

– O Estado de São Paulo, de 11 de janeiro de 1973, Jornal da Tarde, pg. 3, “Os heróis não vão a Las Vegas receber seu prêmio.”;

–  Revista O Cruzeiro, de 3 março de 1972, no 10, pg.22, “O Inferno”;

– Fotos da Agência Estado, dos Jornais e do acervo pessoal do Comandante Finatti;

– Entrevista com o Cap Ref PM Newton Ferreira da Silva.


O Autor: Eduardo Alexandre Beni é Coronel da reserva Polícia Militar de São Paulo trabalhou 22 anos no Grupamento de Radiopatrulha Aérea. É piloto comercial de helicóptero e instrutor de voo.


Nota do autor: As pessoas que possuírem mais informações, fotos, ou que sugiram alterações, correções no texto, favor enviar mensagem no e-mail: [email protected].

Obrigado!


52 COMENTÁRIOS

  1. Beni,

    Mais uma vez, parabéns pela brilhante matéria.
    Meu pai, Prof.Dr. Waldomiro de Paula, na época Diretor do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas FMUSP, participou efetivamente no atendimento aos feridos desta grande tragédia, e ainda comentou que como médico, nunca havia visto nada tão doloroso, como o ocorrido na referida data.
    Aos nossos heróis, não há o que dizer apenas agradecer!

    Teresa Cristina
    Gerente de TI – Divisão de Laboratório Central
    Hospital das Clínica FMUSP

  2. Excelente artigo, parabéns pela iniciativa! O episódio serviu de alerta na época, houve muito avanço no que se refere á prevenção desses sinistros. O artigo nos leva a refletir de que muito ainda precisa ser feito. Ainda não é possível prever essas tragédias, más podemos reduzir os riscos.

  3. Prezado Major Beni,

    Muito bonita a sua reportagem. Agradeco o destaque ao nome de meu pai. Todos os presentes neste evento foram herois. Medicos, Bombeiros, Enfermeiros, etc…. Serviu como uma grande licao para todos.

    Abs
    Ricardo

  4. Prezado Beni,

    Parabéns pela materia, pela riqueza de detalhes,por reconhecer os feitos de todas as pessoas que trabalharam direta ou inderetamente neste evento.
    É sabido que nós militares fazemos juramento de defender a sociedade mesmo colocando em risco a propria vida, mais nem de longe podemos deixar de enaltecer o desempenho, força, coragem e profissionalismo que estes herois, militares e civis tiveram ao arriscar a vida para salvar outras.

  5. Realmente, muito emocionante o relato acima!
    Realmente, fico feliz em saber que o país possuiu heróis de verdade. pois a palavra herói já ficou muito banalizada por toda essa mídia sem conhecimento histórico de muitas coisas.
    Mais impressionante foi saber que esses bravos guerreiros colocaram suas vidas para que os pudessem viver, o lema dos grupamentos SAR do mundo!!
    E, já está na hora de o Brasil possuir um serviço aéreo de combate a inc~endios florestais. No Norte e Centro-Oeste do país, no período de agosto a outubro, os incêndios clandestinos e aqueles espontâneos toma conta dessas regiões. precisamos de aviões e helicópteros para fazer frente a isso. Ah, e de heróis para se aventurarem nisso!!!
    Parabéns pela excelente matéria.
    Compartilhei no Facebook. Muitos mais precisam conhecer a história. A memória JAMAIS deve ser esqueçida!!

  6. Realmente, muito emocionante o relato acima!
    Realmente, fico feliz em saber que o país possuiu heróis de verdade Pois a palavra herói já ficou muito banalizada por toda essa mídia sem conhecimento histórico de muitas coisas.!!
    Mais impressionante foi saber que esses bravos guerreiros colocaram suas vidas para que outros pudessem viver, o lema dos grupamentos SAR do mundo!!
    E, aproveitando esse tema, digo aqui, que já está na hora de o Brasil possuir um serviço aéreo de combate a incêndios florestais. No Norte e Centro-Oeste do país, no período de agosto a outubro, os incêndios clandestinos e aqueles espontâneos tomam conta dessas regiões. Precisamos de aviões e helicópteros para fazer frente a isso. Ah, e de heróis para se aventurarem nisso!!!
    Parabéns pela excelente matéria.
    Compartilhei no Facebook. Muitos mais precisam conhecer a história. A memória JAMAIS deve ser esqueçida!!

  7. Prezado Maj Beni,

    O relato acima é tão fascinante quanto o artigo “Heliópolis – O voo a beira dos limites”, publicado em 24nov2009. São esses relatos que nos fazem viajar na história da aviação de segurança pública e, como bem disse o Cap PMPE Romildo ao comentar aquele artigo, “SÃO FATOS COMO ESSE QUE ACABEI DE LER, QUE NOS MOTIVAM A PROSSEGUIR EM NOSSA MISSÃO”. Parabéns pela matéria e forte abraço de toda Esquadrilha Arcanjo de Minas Gerais.

    Farley Rocha Soares, Cap BM
    BOA/CBMMG – Voando para Salvar!

  8. Parabéns a todos que participaram da ocorrência e principalmente para aqueles que hoje se preocupam com a segurança das edificações e a segurança aérea. Todo cuidado é pouco nas operações. Já participei de várias ocorrências envolvendo helicópteros e aviões e sei o quanto é importante o treinamento bem feito pelos pilotos e tripulação.

    Marcello Tadeu de Souza Brito, Ten Cel BM
    Sub Cmt Oeracional de Bombeiros – CBMMG

  9. Parabéns pela matéria! Excepcional! Eu voei com o Comandante Bhering no IBAMA, em uma missão onde ele me passou como seriam as missoes como comandante de aeronave e pude perceber o grande aviador que ele é. Só não sabia que ele era também um grande HERÓI!!!!!!!!
    PARABÉNS COMANDANTE BHERING, pela pessoa, pelo aviador e pelo herói que o senhor é!!!!
    Seu amigo Capitão Machado

  10. Prezado Maj. Beni:

    Essa é a aviação de verdade! Homens utilizando máquinas voadoras em prol de pessoas anônimas, que necessitam de uma ajuda.

    Parabéns aos pilotos que fizeram esse trabalho na tragédia do Ed. Andraus, e que hoje continuam salvando vidas por esse Brasil a fora.

    Não posso deixar de saudar e parabenizar o Maj. Beni, autor deste belíssimo artigo. Parabéns pelo minucioso trabalho de pesquisa.

    Um abraço

    Fábio Luís Fonseca
    http://www.AeroEntusiasta.com.br
    Porto Alegre – RS

  11. Parabéns Beni, pela matéria. Excelente pesquisa e exposição sincera. Agradeço a todos os colegas, cuja participação serve de incentivo para cada vez mais nos orgulharmos de nossa profissão.
    Em especial deixo aqui registrada minha admiração ao Cmte Claudio Finatti que por diversas oportunidades, dividiu comigo o mesmo ambiente de trabalho e comprovei ser ele o ser humano maravilhoso que é.
    É meu ídolo e exemplo de vida.
    Obrigado meu amigo Claudio, por você existir.

  12. Quero também parabenizar esta excelente e emocionante matéria e dizer que tive o privilégio de voar com um destes heróis que é o meu amigo e Comandante SERGIO BHERING!
    Aprendi muito com esse profissional que detém uma experiência incomensurável
    e elevado caráter. Parabéns Comandante!!!!

  13. Parabens pela reportagem.. emocionante!! se eu já amava a aviação, helicopteros, respeitava a profissão de comandante, se tinha um enorme respeito por todos eles, a partir de agora, minha admiração e respeito só aumentaram….

  14. Parabéns, pela reportagem ! Excelete! Eu lembro bem desse incêndio, assisti na tv quando criança, e nem podia imaginar que entre os helicóteros que lá estavam, um deles era o meu pai, Cmte. Portugal Motta que aparece nessa reportagem, entre outros pilotos que conheci. Sempre tive orgulho dele por ter participado no salvamento de tantas vidas, nesse incêndio. Tenho também dois irmãos que atualmente são pilotos de helicóptero e que seguem a mesma carreira de meu pai. Comandantes Fernando e Sérgio Portugal Motta.
    Um dia eu escrevi: O verdadeiro herói não é quem procura uma oportunidade, mas aquele que sua alma está pronta, que não se esquiva ou ignora quando se depara com quem precisa…, que segue seu impulso solidário, latente em seu ser, não distingui, não vacila, não se contém, não exita em ajudar, antes de saber a quem.

  15. Matéria extraordinária.

    Um mergulho no passado que garantiu diversas mudanças importantes não só na cidade de São Pauo, mas em várias outras metrópoles.

    Tive a honra de conhecer alguns dos personagens citados e honra maior ainda em poder conviver com o cmte Cláudio Finatti.

    Este artigo deve ficar registrado na história para que as gerações que venham nos substituir conheçam parte da trajetória dos helicópteros no Brasil.

    Certamente as polícias civil e militar tem os arquivos que mencionam os heróis que estão hoje no cotidiano de São Paulo.

    Beni, parabéns pelo excelente artigo!

    Ruy Flemming
    Ex-piloto SAR da FAB

  16. Uma Materia de extrema importancia que retrata muito bem o uso dos Helicopteros no dia-a-dia de qualquer lugar no planeta. Vejam os exemplos de diversas localidades pelo mundo, invadidos não pelo fogo, mas pelas enchentes e que tiveram crucial importancia dos Helicopteros nestas situações. As tragedias mostradas aqui nesta materia mostram bem claramente essas aeronaves em ação e numa época em que eles estavam no inicio de suas operações, mostrando as capacidades que possuem.
    Deixo aqui as minhas sinceras homenagens aos Herois que Pilotaram aqueles Helicopteros, naquelas situações que principalmente os profissionais sabem que são extremas e que mesmo assim, não pensaram neles e sim nos salvamento dos aflitos.
    Deixo aqui as minhas sinceras homenagens tambem, aos que auxiliram estes Pilotos em suas tentativas de salvarem as vidas que naqueles momentos estavam necessitadas de auxilio.
    Deixo aqui, mais uma vez, minhas sinceras homenagens aqueles que fizeram esta materia, para que estes fatos nunca caiam no esquecimentos de nossas fraquezas humanas.

    Parabens Herois.

    Comandante Cesar Miranda
    Piloto de Helicopteros – PLAH

  17. Caro Beni,

    Parabéns mais uma vez pela excepcional matéria, quando voce se dedica a fazer algo o resultado só pode ser esse. Tornar público um fato tão marcante que registra a importância da utilização do helicóptero nos salvamentos, homenageando os pilotos e todos aqueles que auxiliaram de alguma forma no resgate das vítimas trará benefícios a atividade aérea,abrindo cada vez mais as mentes de nossos governantes.
    Não posso deixar de mencionar o nome do Cmte. Sérgio Behring a quem chamo carinhosamente de mestre, pois minhas asas começaram a tomar forma sob seu comando nas muitas missões do Ibama em que voamos. Parabéns aos Heróis !

    Cmte Sergio Dolghi
    Nuopa / Detran-DF

  18. Sem surpresas! Um texto muito bem articulado do ponto de vista do seu conteúdo, da estilística, do poder de engajamento, aliás, como é de costume. O enredo, por si só, nos ajuda a revelar e a entender as nossas origens, a robustecer a nossa história e a homenagear os nossos verdadeiros heróis, de forma dignificante. Os recursos de metalinguagem conferem ao artigo, acima de tudo, certeza e credibilidade, no lugar de mais dúvida e desinformação.

    Como bem o texto nos leva a concluir, os heróis existem sim. Mas esse não é o único ensinamento ou a única revelação que nos presenteia. De forma elegante, ele embute, nas suas entrelinhas, uma enriquecedora reflexão sobe as ações e respectivos agentes que interagem com o sistema de aviação a serviço da sociedade.

    Como os heróis do texto, as ações desenvolvidas pela Aviação de Segurança Pública têm um cunho social, um interesse público indissociável e, por vezes, a última esperança do cidadão. A ausência dessa ajuda, a sua deturpação ou a sua interrupção irresponsável causam prejuízo, que, muitas das vezes, os números não aferem, mas que as imagens e os relatos revelam.

    Para exercer essa atividade de risco é preciso inteligência e, muitas das vezes, capacidade de superação. Superar e realizar contornos, de forma responsável, que o cidadão e a sociedade precisam e esperam desse grande condomínio chamado Estado. Embora o raciocínio seja lógico, óbvio e relevante, alguns, infelizmente, insistem em não entender e, o que é pior, tentam inviabilizar.

    Parabéns ao Major Beni, por mais esse presente aos leitores deste valioso relicário de informação. É a credibilidade de instrumentos como esse que, no conjunto de suas matérias e de suas pautas, conduzem o leitor à melhor versão dos fatos, uma versão, consistentemente, construída a cada linha, conquistada a cada idéia e conceito apresentados. Essa é uma estratégia valiosa, e não se constitui em embuste ou uma tentativa cansativa de servidão intelectual, mas, sim, em alinhamento voluntário a idéias consistentes.

    Meu amigo, a sua vasta experiência nos assuntos de aviação de Estado e a sua capacidade de agregar esforços alavancam, dentre outras, a atividade aérea a serviço do Poder Público, além de nos encantar com o seu entusiasmo, não resta dúvida. A Aviação de Segurança Pública é um cérebro dividido em dois hemisférios: um formatado depois do site Piloto Policial e outro que o precede.

    ¡Suerte!

    Hérlon Lima – Cap PM
    Grupamento Aéreo da Bahia

  19. Emocionante reportagem, parabéns!1
    Tive o privilégio de conhecer alguns desses heróis, Cmte Portugal Motta, Cmte Finatti e o Grande Cmte Souzão (grande nos dois sentidos, como pessoa e de altura), eu era criança na época e morava na vila dos oficiais da aeronáutica em São Paulo, na Av Bras Leme e da área de serviço era possível ver a fumaça e a movimentação dos helicópteros, passei o dia vendo aquela tragédia e torcendo que todos fossem resgatados.
    Nessa época nem pensava em ser piloto e muito menos tinha a noção exata do que era aquela operação tão perigosa efetuada por esses heróis, hoje sou piloto com algumas milhares de horas de vôo em offshore e em 2001 tive a oportunidade de participar no resgate da P-36, meu equipamento era um S76A e fiquei preocupada com as explosões que ainda poderiam estar acontecendo, com a fumaça e fogo, o que isso poderia afetar na performance da minha aeronave e por isso fico de boca aberta com esses heróis que utilizaram Hughes, Estron, Jet e o 204, aeronaves com performance muito abaixo que a minha, realmente são pessoas de um alto poder altruísta, sem limites em pensar no próximo.
    Para mim o resgate aéreo de helicóptero é a atividade fim desse equipamento, gostaria muito de fazer esse tipo de serviço e afirmo que o dia de maior realização pessoal e profissional que tive foi no resgate das 8 pessoas na P-36.
    PARABÉNS pela reportagem e PARABÉNS aos heróis em especial aos Cmtes Souzão e Portugal Motta que hoje estão alçando vôos bem mais altos!!

    Simone Simões Vaz
    Cmte de AW139/S76
    Senior Táxi Aéreo Executivo

  20. Muito bom o seu artigo falando sobre heróis de verdade ! … abaixo o Pedro Bial com o mau emprego do termo no BBB…
    A decisão de pousar em um local tomado pelas chamas é a mais desafiadora das decisões de um aviador. Navio em mar revolto é fichinha perto disso.
    Ainda mais com hilleer e enstron, com motores aspirados.
    Cmtes Portugal Mota, Finatti e Sérgio Behring, que tive o prazer de conhecer pessoalmente sempre foram (e são) marcantes pela grandiosidade e generosidade de seus atos na vida cotidiana, e devem ser reverenciados, juntamente com os outros da lista citada por você, à qual me permito adicionar os pilotos que voaram no resgate do Joelma, dois anos depois.
    Pilotos de helicóptero – creio que a maioria, tem em seu currículo pessoal alguma participação em operações de salvamento – mas raramente das dimensoes do incêndio nestes edifícios. Mas preferimos a ausência de grandes tragédias.
    Gostaria de obter sua permissão para linkar este seu artigo em meu blog http://www.anacsgso.blogspot.com e também reproduzir parte dele na “chamada”.
    Forte abraço e mais uma vez, meus parabéns pelo brilhante artigo.

  21. Quando o comantante Claudio Finatti,estava salvando vidas eu nem imaginava ser mecanico de Helicopteros,em 1972 eu tinha 17 anos.
    Passados 17 anos em 1989 conheci o cmte Finatti na Pirelli não sabendo que estava diante de um Verdadeiro Herói Só fiquei sabendo de seu heroismo 22anos depois.

  22. Caro Beni,

    Mais uma vez, parabéns. Excepcional matéria relatando fatos de excepcionais seres humanos. Você deixou registrado de forma ampla uma parte de nossa História que certamente cairia no esquecimento das gerações futuras nos detalhes que você trouxe à luz.
    Um feito de notável respeito aos que nos antecederam e que terá o condão de passar o bastão aos que continuarão a História da Aviação de Salvamento e Segurança Pública.
    Que todos nós possamos continuar a construir uma Aviação de Segurança Pública digna da herança deixada por esses heróis. Que a humildade e dignidade desses seres humanos seja o modelo que desejamos, sobrepujando todos os outros interesses, buscando no auxílio ao próximo nosso ideal e objetivo, a despeito do risco inerente que ousamos afrontar.
    Novamente, parabéns pelo maravilhoso Resgate, desta vez da História.

    RICARDO GAMBARONI
    Ten Cel PM – GRPAe

  23. Prezado Major Beni,

    Conforme ja lhe disse pessoalmente, sua ideia foi brilhante ao escrever o texto. Sempre precisamos de valores e de bons exemplos e aquela operacao trouxe muitos ensinamentos praticos que contribuiram para o aprimoramento desse tipo de missao.

    Os nossos herois (Finnatti, Portugal Motta, Sergio Behring, e tantos outros) refletem o espirito de abnegacao dos pilotos de resgate.

    Conforme citado pela Cmte Simone Vaz, a experiencia adquirida no resgate dos sobreviventes da plataforma P-36 na Bacia de Campos. Talvez possamos contar essa historia tambem, com o sentido de se ter o registro de como foi feita aquela missão (4 S76A, operacao noturna, 101 NM de Macae, decolagem cerca de 03hs da madrugada, pousos noturnos na P-36 ja inclinando lentamente). Creio que pode-se aprender muito com aquela missao nao preparada.

    CMTE AYRES – PLAH 0552.

  24. Parabens pelo maravilhosa homenagem a todas as pessoas que na época estivem envolvidas neste acontecimento marcante e que sem medir esforços e desafiando os limites conseguiram concluir seus objetivos ( SALVAR VIDAS ). Em particular ao comandante Claudio Finatti que tenho uma admiração muito grande pelo seu profissionalismo e como pessoa tambem.

    Edilson Milani
    Mec. Helicóp. Banco Safra

  25. Boa Noite.
    Poxa tudo que tinha digitar ja digitaram, parabens pela
    materia, e para esses seres humanos de verdade mesmo que salvaram aqulas pessoas e tentaram salvar as outras, so Deus para reconpensalos.
    grato Valclei

  26. Obrigado por essa materia!
    Meu pai foi um dos resgatados pelos helicopteros no Andraus, minha mae acompanhou tudo gravida, na rua olhando por horas para o Andraus acompanhada por meu avo que era um bombeiro da forca publica de SP, rezando para reencontrar meu pai, eles naquele dia percorreram varios hospitais em busca de noticias, eu nasci em maio de 72, e devido a esses herois pude ter meu pai em minha vida ate alguns anos atras, quando ele perdeu a batalha contra o cancer. Ele se recordava que estava na escadaria do predio com alguns colegas de trabalho da seguradora Novo Mundo, ja sem esperancas, quando do nada apareceu um bombeiro, para mim um anjo, que obrigou a todos atraves de gritos e muita energia a subir para o heliporto ao encontro do resgate, outra memoria que ele tinha era de que o helicoptero ao deixar o predio parecia que totalmente sem sustentacao caia ate que com o ar fresco o piloto se dirigia a praca onde ele desembarcou e recebeu varios sacos de leite para desintoxicacao.
    Hoje quando vejo um helicoptero pousando nos helipontos da paulista ou mesmo um aguia da policia militar na tv fazendo algum resgate so posso ter orgulho e gratidao por herois como esses existirem!

    Mais uma vez, obrigado.
    Nelson

  27. ESSA BRILHANTE MATÉRIA MERECE RESPEITO E A CONSIDERAÇÃO DE TODA A SOCIEDADE E AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS DO BRASIL E DO MUNDO.

    REALMENTE OS FEITOS REALIZADOS NA MAGNITUDE DESTE INGRATO ACONTECIMENTO SÃO DIGNOS DE GLÓRIA E RECONHECIMENTO POR PARTE DE TODOS NÓS, SEM QUE DE MANEIRA ALGUMA CAIA NO ESQUECIMENTO MESMO QUE DAS MENTES MAIS AGUÇADAS.

    TIVE O GRANDE PRAZER EM CONHECER E SER COMANDADO EM MUITAS OCOORRÊNCIAS QUE TRABALHEI AO LADO DO ENTÃO 2º TEN PM BOLD, ONDE À ÉPOCA SERVIAMOS NO 2º GBS (GRUPAMENTO DE BUSCA E SALVAMENTO; ONDE O REFERIDO OFICIAL E HERÓI DOS ESPETACULARES FEITOS DE SALVAMENTO SE DESENROLARAM NO ANDRAUS E JOELMA, SERVIU NA DÉCADA DE 90 QUANDO EU CHEGUEI PARA SERVIR NO COPRO DE BOMBEIROS, NO GLORIOSO POSTO DE GURAPIRANGA, E DIGNAMENTE APRENDI A VALORIZAR OS SERVIÇOS DE SALVAMENTO, FATO ESTE QUE JAMAIS ATÉ HOJE DEIXEI DE VALORIZAR E ZELAR COM MUITO GOSTO E DEDICAÇÃO COMO VIA NOS “HOMENS DE SALVAMENTO” DAQUELAS ÉPOCAS QUE “DAVAM O SANGUE” PARA SALVAR, E AINDA MAIS NO GLORIOSO NOME DO “PAI DO SALVAMENTO” O “IN MEMORIAN” CORONEL HÉLIO BARBOSA CALDAS.

    NOMES E PESSOAS QUE ATÉ HOJE DEVERIAM SER REFERÊNCIAS E ESPELHOS BEM COMO TANTOS OUTROS, E TANTOS OUTROS ESPETACULARES FEITOS DE SALVAMENTO, E QUE ATUALMENTE O NOSSO CORPO DE BOMBEIROS E TANTAS OUTRAS INSTITUIÇÕES LIGADAS A ESSAS ÁREAS NÃO TEM COMO BALIZA PARA PROSSEGUIR PELOS PÉS E MÃO DOS QUE HOJE ESTÃO “A POSTOS QUANDO SOAR O ALARME”.

    MAS CERTO DE QUE “O FUTURO QUEM CONSTRÓI SOMOS NÓS, VIVENDO E APRENDENDO COM O PASSADO”, HAVEREMOS DE ALCANÇAR AQUILO QUE MUITOS DE NÓS LUTAMOS E OUTROS SONHARAM E ATUALMENTE DAQUELAS SEMENTES LANÇADAS AO SINISTRO GERMINARAM E HOJE SÃO “ÁRVORES COM SEUS BELOS FRUTOS”.

    “”AQUELE QUE SALVA UMA VIDA, SALVA A HUMANIDADE””

    “SEM CORAGEM, NÃO HÁ GLÓRIA”.

    “SANUS ET SALVUS”

    PARABÉNS A TODOS!

  28. Major Beni,

    Foi com imensa satisfação que li sua matéria. Sou filha do Tenente Milton Serafim, na época sargento, que além de policial militar do COE, também era piloto civil, como bem mencionado no texto. Papai participou não só do salvamento do Andraus, mas também do Joelma. Vi tudo pela televisão. Na época eu era uma criança ainda e já tinha um grande orgulho do meu pai e dos amigos dele, o que só fez aumentar depois de tais ocorrências. Ainda lembro os momentos de aflição que passamos… As vezes, ainda encontro alguns dos companheiros de meu pai e até hoje os chamo carinhosamente de “tios” (Newton e Cassaniga), pois passaram a fazer parte de nossa família.
    Também temos algumas fotos e reportagens da época para quem tiver interesse em conhecer um pouco mais do episódio.
    Forte abraço e obrigada por manter acessa em nossa memória o papel de tão bravos heróis.

    Déborah Gomes
    Assistente Jurídico do TJSP

  29. Sr. Major Beni,

    Como o senhor me emocionou trazendo as lembranças daquele acontecimento, que não só nos abalou mas também a todos da cidade e outras que oraram pedindo o nosso êxito no momento, além de sorte para o salvamento daqueles que corriam perigo por causa do fogo.

    Por ser piloto, eu estabeleci o sinal Terra-Ar (fixando um “T”)entre o cruzamento da Av. São João com a Timbiras, quando então pousou, com o seu helicóptero, o grande herói Comandante Walmir Sayão. Logo perguntei-lhe se poderíamos usar os restos das cordas, utilizadas para o isolamento do local, para tentarmos retirar algumas pessoas amarradas a mesma, quando ele me deu o OK e me convidou para entrar no helicóptero. Entrei junto com um rapaz sem farda e apenas com um cinto de bombeiros, posteriormente fiquei sabendo que se tratava do Tenente Duxferri.

    Quando chegamos no topo do edifício, joguei as cordas e com a aproximação ao heliponto,ao máximo possível, saltamos. O Comandante Walmir se afastou do heliponto e ali, naquele momento, eu me vi sozinho, por ser o único fardado e percebi que todos vinham em minha direção em busca de ajuda. Comecei a lhes dizer que o incêndio já havia terminado, para acalma-los, e quando me questionaram sobre as labaredas atras de mim, respondi que eram as últimas cortinas que estavam se queimando. Nesse momento me vi como um deles, ilhado no topo do edifício, confesso que senti minhas pernas enfraquecerem e tive que respirar fundo. Não avistei nenhum helicóptero sobrevoando a área e fiquei sabendo posteriormente, que um oficial superior do PASP solicitou que os mesmos fossem para o campo de Marte para organizarem uma nova aproximação do local, portanto 11 helicópteros sobrevoavam o local para a retirada das vítimas, de acordo com o que me foi passado.

    O primeiro helicóptero que se aproximou novamente trazia os Sgt. Cassaniga e Djalma, meus colegas do COE, e o Sgt. Boldi do Corpo de Bombeiros. Em seguida chegaram alguns soldados da aeronáutica junto com o, até então, Cap. Caldas.

    Assim organizamos a retirada dos ilhados no heliponto até o último, por volta das 22 horas. Permaneci no topo do Andraus, orientando o pouso e o arremesso dos helicópteros, desde, aproximadamente 16 horas até o final.

    Já no edifício Joelma tomei parte no socorro das poucas vítimas que conseguimos retirar, permanecendo no helicóptero do Comandante Cap. Av. Taquetani, que pilotava uma aeronave do efetivo do ENRA-FAB. Nesse acontecimento morreram muitas pessoas, pois os helicópteros não conseguiam pousar no alto do prédio impedidos por duas caixas d’águas e o telhado, mesmo assim o Sgt. Cassaniga saltou em cima do telhado e nos passava algumas poucas pessoas pelo parapeito do mesmo até que ele começou a se sentir mal e foi retirado do local, por nós, e levado até o pátio do Batalhão de ROTA Tobias de Aguiar, onde foi socorrido e levado até o nosso HPM.

    Naquela época não possuíamos muitos recursos para salvamento através de helicópteros, felizmente os pilotos civis agiram dentro do possível. Hoje a nossa Polícia já possui tais recursos e policiais militares altamente treinados para operar em tais circunstâncias.

    Sinto que meus familiares me vêem com imenso orgulho e honra, por todos os meus feitos dentro do COE – Comando de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, graças aos ensinamentos obtidos pelos meus instrutores, os quais procurei por em prática até o dia 12 de Junho de 1976 ás 9 horas da manha, onde fatalmente perdi parte da minha mão direita por causa da explosão antecipada de uma bomba de efeito moral com defeito, ao participar de um treinamento na serra do mar, sendo forçado a ir para a inatividade e perdendo também o meu brevet de piloto.

    Gostaria de agradecer ao senhor, Major Beni, por ter trazido a tona todos esses acontecimentos marcantes e por não ter permitido com que isso ficasse no esquecimento.

    Tenente PM Milton Serafim da Silva, da reserva.

  30. Através destes fatos (Incêndio dos Edifícios Andraus – 1972 e Joelma – 1974) gostaria de agradecer à todos os valorosos pilotos/comandantes que trabalham com suas aeronaves nas grandes cidades do Brasil em atendimentos emergenciais, são autênticos anjos do céu enviados por Deus.

  31. Parabéns Beni!!
    Excelente matéria e um fantástico trabalho de pesquisa. Trouxe nomes e fatos que os anos foram apagando da memória, da história… Vejo no texto um registro importante dos nomes de todos aqueles que se arriscaram para salvar vidas, executando manobras adversas de suas rotinas. Foram muitos os heróis e eu tive a grata satisfação de conhecer pelo menos um deles – Cmte Cláudio Finatti. Em 2002, quando da homenagem do GRPAe a esse grande profissional, marquei aquele momento em uma foto onde ao meu lado, além do Cmte Finatti, estou ao lado do Cmte Carlos Alberto, nosso pioneiro nos voos de asas rotativas e nosso irmão de farda, Augusto Cazzaniga. Tenho essa foto mantida em meu acervo até hoje.
    Enalteço sua pesquisa, seu texto e sua iniciativa em demonstrar que temos nossos heróis. Não são poucos, mas são apartados das gerações seguintes, culpa de uma cultura sem memória.
    Parabéns meu irmão.

    Sílvio Frank

  32. Parabens a todos que lutaram para salvar vidas

    Esperamos que ninguem se esqueca da utilidade do helicoptero e desses bravos pilotos que ajudaram a salvar muitas vidas.

    Um abraco especial ao cmte. Claudio Finati, que é o unico que eu conheco e que continua na lida.

  33. Parabéns pela matéria que, com riqueza de detalhes, consegue nos transportar no tempo e remeter todas as dificuldades dos primórdios do salvamento com asas rotativas nas grandes cidades. Hoje, operamos helicópteros Esquilo AS 350 e o cenário é um pouco diferente, mas o ideal é o mesmo: voar para salvar.Parabéns a todos os tripulantes e mecânicos deste país que todos os dias realizam esse trabalho.

    CB BM Rodrigo Wasner —Mecânico de Helicópteros— CBMERJ

  34. Emocionante trabalho. Sou filho de uma das vítimas do incêndio no Ed. Andraus e somente a família e os entes próximos podem avaliar o real valor destes pilotos – profissionais – heróis.

  35. Eu estava la ,trabalhava na av. ipiranga como desenhista ,fasia-mos cartazes pedindo para não se atirarem ,foi terrivel ,fique com trauma por muito tempo,meu amigo comandante PICCOLI foi um dos herois daquele acontecimentose possivel gostaria de ter contato com o Judimar Carlos Piccoli,infelismente as grandes cidades brasileiras ainda não tem uma prevenção melhor porque a maioria dos prédios são antidos e anteriores as leis atuais ,não quero prever como o Judimar outro grande incendio {Joelma} mas …vamos torcer para que não ocorra se isto acontecer que haja ainda herois como oes que vimos naquelas grandes tragédias,parabes pela matéria

  36. Major Beni,

    Meus parabens pelo artigo/reportagem a qual o sr. redigiu brilhantemente. Como os outros colegas ja se expressaram, a história deve sempre ser lembrada para que nunca seja esquecida, e as situações ruins nunca devem ser repetidas.
    Acabei de ler o artigo da revista de aviação AEROMAGAZINE (FEV. 2012/N.213), e fiquei curioso com o artigo e procurei mais informações sobre os caso. Fiquei muito feliz e satisfeito com sua matéria pois como sou aluno/piloto de helicoptero e gosto muito de histórias bem sucedidas na aviação de asas rotativas fui agraciado com elas.
    Gostaria de fazer um agradecimento ao Ten. PM. Milton Serafim, e com este também agradecer a todos os heróis descritos e anonimos, “ – Ao Sr. meus parabéns, por sua coragem, despreendimento e humanismo acima de tudo. Que nosso querido PAI CELESTIAL lhe proteja, e se o senhor teve o infortúnio relatado em seu depoimento, o sr. pode ter certeza de uma coisa, o seu merecimento junto ao nosso querido PAI CELESTIAL lhe protegeu de má sorte muito pior.

    Para finalizar faço minhas as palavras do Sr, André Vieira.

    ”AQUELE QUE SALVA UMA VIDA, SALVA A HUMANIDADE””

    Agradeço a todos . . .

    Att…

    Cdmte L.Medeiros

  37. SOU CABO DO CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO , DA NOSSA GLORIOSA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO…..SERVINDO A NOSSA POPULAÇÃO PAULISTANA COM OS MEUS 24 ANOS DE SERVIÇO.FILHO DE UM GRANDE HEROI QUE PARTICIPOU NO INCENDIO DO ANDRAUS QUE NA EPOCA ERA 2 SARGENTO SETTI . SEM MEDIR ESFORÇOS CONSEGUIU RETIRAR VARIAS VITIMAS , UTILIZANDO UMA ESCADA DE UM PREDIO AO OUTRO( CONHECIDO COMO TIROLEZA )… ONDE O 1 GRUPAMENTO DE BUSCA E SALVAMENTO , LOCALIZADO NO BAIRRO DO CAMBUCI,DEMOSTRAVA ALTO CONFIANÇA DOS SEUS HOMENS DE SALVAMENTO …..HEROI QUE COM A SUA BRAVURA , FOI CONDECORADO COM A 1( PRIMEIRA )PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO , PARA A GRADUAÇÃO DE 1 SARGENTO….. HOJE 1 TENENTE DA RESERVA ,COM A MISSÃO CUMPRIDA COM SEUS 30 ANOS DE SERVIÇO… PEÇO A VOSSA PERMISSÃO DE PODER PRESTAR ESSA PEQUENA HOMENAGEM AO MEU PAI( TENENTE SETTI ) , AQUI ESCREVENDO PARA QUE TODOS POSSAM SABER QUE AINDA EXISTE UM HEROI DA TRAGEDIA DO EDIFICIO ANDRAUS….. ([email protected]) OBRIGADO

  38. Não sou da área da aviação e tampouco relacionado à área de segurança pública mas tal trabalho me chamou bastante atenção pela narrativa, material fotográfico e de apoio. Uma história dessa não pode ser esquecida… quantos heróis não conhecia….. apesar de não ser nascido quando ocorreu a tragédia, já havia ouvido alguns comentários, porém, não retrataram a dimensão salvamento, a riqueza de detalhes…. Parabéns pelo autor do artigo e a nossos heróis…. Que Deus abençoe todos vocês,

    Sérgio da Silva Costa – Analista de Sistemas e Prof. do Ensino Técnico Estadual
    Orlândia – SP

  39. Por uma necessidade de procurar trazer a verdade do que aconteceu com a divulgação do incêndio do Andraus e para que a história não registre fatos desencontrados, e também, para dar apoio ao Site do Piloto Policial, que se esmera em publicar o que realmente aconteceu e para que sirva de lição e orientação para casos semelhantes, que possam ocorrer no futuro. Sei que a história é mutável, mecânica, pois pode ser a verdade hoje, porém fica modificada com o aparecimento de uma foto, carta ou através de alguém que presenciou os fatos, Assim para que a história do Incêndio do Andraus, ocorrido há 41 anos, não se torne uma história semelhante aos dos sete sábios cegos., urge que se explique.
    ” (Estória do folclore Hindu) – Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas os consultavam.
    Embora fossem amigos, havia certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre o qual seria o mais sábio.
    Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:
    Somos cegos para que possamos ouvir e compreender melhor do que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí brigando como se quisessem ganhar uma competição. Não aguento mais! Vou-me embora.
    No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num elefante imenso. Os cegos jamais haviam tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.
    O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:
    Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar os músculos e eles não se movem; parecem paredes….
    – Que bobagem! – disse o segundo sábio, tocando a presa do elefante – Este animal é pontudo como uma lança, uma arma de guerra….
    – Ambos se enganam- retrucou o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante – Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia…
    – Vocês estão totalmente alucinados! – gritou o quinto sábio, que mexia as orelhas do elefante –Este animal não se parece com nenhum outro. Seus movimentos são ondeantes, como seu corpo uma enorme cortina ambulante….
    -Vejam só!- Todos vocês, mas todos mesmos estão completamente errados!- irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante – Este animal é como uma rocha com uma cordinha presa no corpo. Posso me pendurar nele.
    E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.
    Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:
    – Assim os homens se comportam diante da verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!”
    Posto isto para afirmar que o Site do Piloto policial é a fonte de informação mais verídica sobre o incêndio e que servirá futuramente para ensinar como se deve proceder em caso de incêndios futuros, pois a semelhança do que aconteceu recentemente na Boate Quizz, em Santa Maria – Rio Grande do Sul, onde 240 pessoas morreram, nem todas queimadas, mas sim pisoteadas e envenenadas por cianeto e monóxido de carbono, quando foram impedidas de saírem por várias causas, principalmente, por ter a abertura de saída somente 80 centímetros de largura, a semelhança da grade que isolava 300 pessoas no incêndio do Andraus do andar inferior para o heliporto, embora não terem dado grande destaque ao fato dos bombeiros terem retirado a grade, o portão que se encontrava fechado e que era impossível às pessoas enclausuradas abrirem, não fosse à ação dos bombeiros, isto seria impossível. Assim, a grande tacada no combate ao incêndio se deve aos bombeiros, pois, mais de 300 pessoas poderiam ter morrido a semelhança do que ocorreu no incêndio de Santa Maria.
    Em um artigo publicado no Site do Piloto policial em um trecho eu digo:
    “O aqui exposto não tem a finalidade de tirar méritos ou discutir atos heroicos, mas sim o de se esclarecer o que eu realmente vi e vivi com referência ao incêndio do Andraus, a primazia de ter feito o primeiro ou segundo pouso, acredito que não tenha importância nenhuma, nem fará deste piloto mais importante do que os outros, da mesma forma quanto ao número de pessoas retiradas, salva por estes pilotos, o que importa nesse caso é que todos que participaram sejam lembrados por aqueles que têm acesso a mídia, que todos arriscaram suas vidas, uns mais que os outros, porém trabalhando em equipe, pois só assim foi possível o resgate das vitimas do ANDRAUS com sucesso”
    No ano de 1971, um dos helicópteros da Ribeirânea Táxi Aéreo, foi acidentado, porém sem gravidade, somente uma peça se quebrou em voo, e isso, poderia acarretar sério acidente, assim, pilotando avião e tendo a meu lado o Coronel Amorim, que na época era o comandante do SIPAER – SERVIÇO DE INVESTIGAÇÃO PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS – nos dirigimos a São José dos Campos, levando a peça acidentada para ser examinada nos laboratórios lá existentes para esse fim, e para qual fosse estudada nos informando o tipo de material que a peça teria sido fabricada, o desgaste sofrido e o porquê da quebra. O coronal Amorim estava fardado e pilotava o avião, após o pouso o controlador orientou no sentido da aeronave seguir para o estacionamento das aeronaves civis, particulares, foi quando o Coronel afirmou: “Esta aeronave embora particular tem em seu comando um oficial da Aeronáutica, fardado, assim sendo ela é considerada aeronave militar, vou estacioná-la na área destinada às aeronaves militares”. E assim foi feito com a autorização do oficial de serviço que reconheceu a assertiva do Coronel Amorim.
    O exposto acima é para se corrigir uma desinformação, que até hoje ninguém procurou defender, quando muitos do povo alegaram que não existiam aeronaves militares no socorro aos sobreviventes do Andraus, pois o SAR – SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO – da Aeronáutica, havia se mudado há duas semanas, antes do incêndio, da Base Aérea de Cumbica para a Base Aérea de Santos, por motivos estratégicos, e ficaram impossibilitados de virem para São Paulo devido ao forte nevoeiro que se fazia na Serra do Mar (Serra de Santos). Pois o dia se encontrava chuvoso. E todos são sabedores que vários oficiais da Aeronáutica na reserva e trabalhando nas aeronaves civis participaram do resgate. Porém, pelo acima exposto, a aeronave Bell 204 do Governo do Estado estava sobre o Comando do Coronel da Aeronáutica Gilson Rosenburgo, fardado e ao seu lado o Comandante Olendino Souza. O helicóptero Bell 204 ou o BELL 205- SAPÃO são operados tendo a bordo sempre um mecânico, que muitos consideravam mecânicos de voo, que na época estavam pleiteando serem reconhecidos como tal, pois a função deles é de abrir as portas desses helicópteros que são pesadas e abrem e fecham se deslocando para trás e para e frente para o embarque e desembarque de passageiros, o que obriga o mecânico a voar. Pois o piloto não pode abandonar os comandos, quando em operação, por motivos de segurança. Assim o Helicóptero do Estado por estar no seu Comando um oficial das Forças Armadas, fardado, era considerado helicóptero militar, e partia dele as orientações aos outros pilotos transmitidas pelo Coronel Gilson. O nome do mecânico que atuou no incêndio é para mim desconhecido.
    Outro fato que merece atenção é o fato do número de pessoas resgatadas durante o incêndio, pois quando do início pude observar que somente cinquenta ou sessenta pessoas se encontravam sobre o prédio, após a chegada dos bombeiros e eu ter ido reabastecer, mais trezentas pessoas subiram para o heliporto, número fornecido pelos bombeiros que estavam lá em cima. Assim, pode-se concluir que os números de pessoas salvas pelos helicópteros estão desencontrados, pois eu durante os voos não me preocupei em contar quantos pousos eu fiz ou o número de pessoas que salvei. O fato é que esses números foram fornecidos, aleatoriamente, com a ótica de cada um dos observadores e jornalistas, pois uns dizem que eu fiz 32 pousos e retirei 120 pessoas, enquanto outro diz que eu fiz oitenta pousos e retirei oitenta pessoas e por aí em diante.
    Vamos combinar o seguinte: O número de pessoas retiradas pelos helicópteros fica sendo de 360 (Trezentos e sessenta pessoas). Considerando ser este número verídico e o número de pessoas retiradas por pilotos serem aleatórios, sugiro que os Historiadores passem a considerar este número como sendo o de pessoas salvas pelos helicópteros, e também não nomear nem quantificar, assim colocando todos os pilotos no mesmo degrau do pódio. A história poderia registrar o Incêndio do Andraus, assim: O número de pessoas salvas pelos helicópteros no Incêndio do Edifício Andraus foi de 360 (Trezentos e sessenta pessoas), que foram salvas pelos pilotos, que trabalham em São Paulo, e que operaram em equipe ordenada entre as partes de um todo.
    Walmyr Fonseca Sayão.

  40. Parabéns pela matéria
    Fui voluntário do 1º GBS Cambuci, 1971/72.
    Na epôca estava no comando o capitão Ilmo: Elio Caldas.
    Senti vontade de fazer uma pesquisa a respeito do 1º GBS; acabei encontrando estas matérias muito importante, para que
    nunca caia no esquecimento.
    Grande Abraço.

  41. PREZADO SENHOR BENI PARABENS EM NOME DE TODOS QUE COLABORARAM, ESCREVO ESTA CHORANDO PORQUE ASSISTI DESDE 15 MIN DO INICIO DO FOGO E AJUDA AS VITIMAS ATÉ O OUTRO NO DIA, AGRADEÇO MUI UMA SENHORA (QUE NAO SEI PORQUE ATÉ HOJE NUNCA MAIS VI) DE UM SOBRADO NO QUARTEIRÃO DA PRAÇA DA REPUBLICA, ME EMPRESTOU A LINHA TELEFONICA PARA A TRANSMISSÃO VIA RADIO PANAMERICANA E TAMBEM UM SOLDADO PM FECHAMOS O QUARTEIRÃO PARA ENTRADA ALI SOMENTE DAS AMBULANCIAS E FOMOS ATRAZ DE LEITE E AJUDA AS VITIMAS, NÃO CONSIGO O JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO DO DIA SEGUINTE NA CAPA FALA O MEU NOME E DO SOLDADO. GOSTARIA MUITO DE ENCONTRAR AQUELA SENHORA O SOLDADO A REPORTER QUE TRABALHOU ALI COMIGO OS CINEGRAFISTAS DA TV PANAMERICANA.
    CHORANDO MUITO. NÃO EM NOME DE TODOS PILOTOS E BOMBEIROS QUE ALI QUE ALI TRABALHARAM REPRESENTANDO A TODOS MEDICOS ENFERMEIROS MOTORISTAS E DEMAIS PESSOAS QUE CONTRIBUIRÃO PARA O BEM DAS VITIIMAS E FAMILIAS QUE ALI CHEGAVAM MEU MUITO OBBRIGADO.E AINDA CHORANDO AGRADEÇO MUITO A DEUS E ATÉ HOJE UM POUCOO MAIS DE 42 ANOS QUANNDO LEMBRO ASLAGRIMASSÃO IINEVITAVEIS.

  42. Hoje, dia 23/04, seria o aniversário do meu amado pai, Com Judimar C Piccoli, anualmente meu pai era homenageado nos EUA pelo salvamento no Andraus e no Joelma, onde foi o único piloto civil que participou do salvamento, quero deixar nossa homenagem,aos outros pilotos, aos socorristas e aos bombeiros que participaram corajosamente dos 2 eventos!

  43. Parabéns a esses bons homens.tive a honra de ter conhecido o sr milton serafim da silva . Foi meu ex sogro gente muito boa excelente pessoa , não o vejo a muitos anos . Mas deixo aqui minha gratidão . Força e honra

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