Perigosos, a cada 8 horas um balão é registrado pela FAB no país

Foram 553 avistamentos de balões que afetam diversos voos. Neste final de semana ao menos 3 incêndios podem ter sido causados por balões em SP.

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Em média, a cada 8 horas um balão foi flagrado por pilotos de aviões ou controladores de voo no país nos primeiros 6 meses deste ano. Foram 553 balões avistados e informados ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da FAB (Força Aérea Brasileira), o equivalente a 56% dos 971 casos registrados em 2018. Só no Estado de São Paulo, foram 303 ocorrências neste período, sendo que 48% dos casos foram registrados na área do aeroporto internacional de Guarulhos.

Grupo tenta resgar balão que caiu próximo a posto de gasolina em SP Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo
Grupo tenta resgar balão que caiu próximo a posto de gasolina em SP
Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo

A prática de soltar balões é considerada crime, pelo risco de causar incêndios e também prejudicar o tráfego aéreo, colocando em risco aviões e helicópteros.

Pela lei ambiental, a prática pode resultar em pena de um a três anos de prisão e pagamento de multa. Já por oferecer risco ao espaço aéreo, a pena pode chegar a até 12 anos de prisão.

Em 11 de julho, por exemplo, um piloto da Gol chegou a informar em relatório enviado ao Cenipa a presença de 10 balões nas proximidades do aeroporto de Congonhas, forçando-o a fazer uma manobra de desvio. Os balões teriam afetado, ainda, outras três aeronaves na mesma rota.

Balão é registrado próximo de um avião no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos Dario Oliveira/Estadão Conteúdo
Balão é registrado próximo de um avião no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos
Dario Oliveira/Estadão Conteúdo

Além deste caso, neste último final de semana ao menos três incêndios foram registrados na cidade de São Paulo. A suspeita é de que foram provocados por balões que caíram e pegaram fogo.

Em um dos casos, um balão solto em uma das casas vizinhas chegou a destruir um galpão comercial. Um dos homens que soltaram o balão foi preso pela polícia neste domingo (30).

Na sexta-feira (28/07), a Polícia Militar Ambiental chegou a fechar uma fábrica de balões na região da represa do Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. Ninguém foi preso, mas o local foi periciado e dezenas de balões e materiais para fabricação foram apreendidos.7i2yk0lm43_4vaad1km84_fileHistórico de acidentes pelo país

No ano passado, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Força Aérea Brasileira registrou 782 ocorrências de balões no espaço aéreo brasileiro.

Segundo especialistas, o impacto de um balão com uma aeronave pode danificar sua fuselagem, turbinas, hélices e atrapalhar o funcionamento dos equipamentos de orientação.

Em 2011, um Airbus-319 com cerca de 200 passageiros colidiu com um balão após decolar do aeroporto do Galeão, no Rio. O balão provocou o entupimento das sondas “pitots”, que medem a velocidade do ar. Sem o registro, os computadores sofreram panes e perderam leitura de velocidade e altitude, semelhantes às sofridas pelo A330 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009. O piloto teve que fazer pouso visual no aeroporto da Pampulha (MG) com auxílio da torre de controle.

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