O salvamento demonstrou a eficácia do resgate aéreo nos Alpes e seis anos depois era formalmente criado o Resgate Aéreo Suíço (Rega), uma subdivisão da Associação Suíça de Resgate, sob a liderança de Rudolf Bucher.
Em seus primeiros anos, o serviço não só salvava pessoas em terrenos acidentados dos Alpes suíços, mas também participava de operações internacionais. Paraquedistas treinados pela Royal Air Force foram largados na Holanda para ajudar as pessoas presas em uma enchente em 1953. No ano seguinte, os socorristas suíços entraram em ação em um resgate de uma avalanche na Áustria.
Cooperação internacional
Em 1956, Rega participou na busca dos corpos das vítimas de uma colisão entre dois aviões de linha sobre o Grand Canyon, nos EUA. Outras operações foram realizadas nos anos seguintes na Turquia, Itália e Romênia. “Estamos orgulhosos de ver o nome do serviço Rega respeitado em todo o mundo.
Os serviços de resgate aéreo do mundo estão agora mais equipados, mas continuamos cooperando com outras organizações na formação e na transmissão do conhecimento em áreas como a voos noturnos”, disse à swissinfo.ch o diretor-geral Ernst Kohler.
Os turistas suíços podem ser resgatados em qualquer lugar do mundo em caso de doença ou acidente. Por exemplo, durante o tsunami na Ásia, no final de 2004, 60 turistas suíços foram repatriados pelo serviço.
Mas as operações no exterior estão diminuindo nos últimos anos. Em 2011, o serviço Rega agiu em 2114 emergências médicas no exterior, ou 19% a menos que no ano passado. “Em vinte anos, os serviços médicos de muitos países melhoraram, de modo que o repatriamento é cada vez menos necessário. Mas há sempre pessoas que preferem voltar para serem tratadas na Suíça”, diz Ernst Kohler.
Um socorro para o erário
A importância do serviço Rega pode ser medida pelos seus 2,4 milhões de doadores que contribuíram com 86,5 milhões de francos suíços no ano passado.
As contribuições também ajudam a evitar que os contribuintes paguem pelo serviço. Por outro lado, o Tribunal Federal (última instância) confirmou em novembro passado a decisão da Receita Federal suíça de que há de fato uma troca de serviços sujeitos ao IVA entre doadores e Rega. Números impressionantes para um país de 8 milhões de habitantes. Especialmente porque todos têm direito à assistência gratuita do serviço Rega, mesmo quem não é membro ou não paga uma cotização.
Consequentemente, este último teve que pagar 5,5 milhões de francos em impostos, o equivalente ao pagamento de 185.000 anuidades. “Não é justo arrecadar dinheiro de uma organização sem fins lucrativos”, protestou Ernst Kohler. “Este dinheiro deve ser usado para os aviões em vez de terminar nos cofres do Estado”, disse.
O debate agora está nas mãos dos políticos suíços, mas Ernst Kohler não espera que o problema seja resolvido tão cedo: “uma decisão política seria um bom presente de aniversário, mas é preciso tempo para mudar a lei”.
Frota
A Rega opera uma frota de 17 helicópteros e três aviões. A frota de helicóptero compreende em seis Eurocopter EC145, baseados em quatro bases nas cidade de Basel, Zurich, Berne e Lausanne, e 11 AgustaWestland AW109, baseados em oito bases localizadas em Erstfeld, Locarno, Samedan, St. Gallen, Mollis, Untervaz, Zweisimmen and Wilderswil. Assim, cinco dos helicópteros estão sempre na reserva, podendo estar sendo submetido a manutenção ou sendo usado para treinamento. A frota de aviões compreende em três aeronaves Challenger CL-604.
Adaptação: Fernando Hirschy / Fonte: Matthew Allen (swissinfo.ch), via Desastres Aéreos News.
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