“Sécurité Civile”: Os “Dragões” nas primeiras horas da epidemia Covid-19 na França

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França – Muito discreto na grande mídia nacional francesa, as aeronaves da Sécurité Civile francesa foram as primeiras a intervirem em missões reais para transferir pacientes com COVID-19.

A Direction générale de la sécurité civile et de la gestion des crises (Direção Geral de Defesa Civil e Gerenciamento de Crises) é uma agência de defesa civil subordinada ao Ministério do Interior do governo francês.

O grupo de helicópteros Sécurité Civile possui um total de 23 bases de helicópteros na França continental e em seus territórios no exterior. Possui uma frota de 35 helicópteros EC145 e conta com mais de 230 pilotos.  As aeronaves da unidade usam o indicativo “DRAGON”, seguido pelo número do departamento em que sua base está localizada.

No final de fevereiro, a unidade dos helicópteros Dragon 75 realizou a primeira evacuação médica de um paciente infectado em Oise, na França, que infelizmente morreu alguns dias depois. Essa missão foi realizada antes mesmo da OMS ter qualificado o COVID-19 como uma pandemia. “As informações à época ainda eram muito escassas sobre os riscos relacionados à epidemia. Portanto, no final da primeira missão, o comando ordenou uma quarentena da tripulação, cuja triagem felizmente se mostrou negativa ”, disse o porta-voz do Sécurité Civile.

© Dicom
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Eles acabaram sendo a primeira unidade de helicópteros a ser chamada devido à sua experiência diária e à sua capacidade de realizar tais missões, como o porta-voz enfatiza mais uma vez:

Ao contrário dos helicópteros do exército, que exigem uma adaptação do layout da cabine para transporte médico, os helicópteros EC145 do Sécurité Civile já são planejados para receber uma configuração com equipamento aeromédico específico, em particular para a transferência de pacientes que sofrem de patologias graves. Além disso, a cabine traseira é perfeitamente autônoma e não há interação eletrônica entre a cabine e o cockpit dos pilots. Nossas aeronaves foram projetadas desde o início para realizar várias missões, incluindo a missão vital de evacuação aeromédica”.

Além de sua primeira intervenção em Oise, no início da epidemia e antes da crise se desenvolver pela Europa, o Sécurité Civile também já havia sido acionado para intervir na Guiana Francesa na comunidade de Saint-Laurent du Maroni, a fim de levar transferências para Cayennes, capital da Guiana Francesa.

© Dicom
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Distrito francês de Grand Est

Desde o início do confinamento, as base operacionais dos Dragões de Grand Est, com sede em Estrasburgo e Besançon, foram particularmente solicitadas. Eles tiveram que responder muito rapidamente aos primeiros pedidos de missões de transferência entre hospitais, a fim de aliviar os hospitais congestionados na região.

Estas foram missões de primeira linha, que não escaparam, contudo, de certos conflitos entre os vários órgãos públicos envolvidos. Paradoxalmente, a solidariedade e o trabalho em equipe nem sempre parecem adequados em um contexto de emergência.

Apesar dessas poucas armadilhas, as missões se mostraram particularmente intensas nessa região para os dois helicópteros da base, que precisaram do apoio de uma terceira aeronave da base de Haute-Savoie, como enfatizou o comando do Sécurité Civile: “Após o confinamento, a demanda por resgates nas regiões de esqui foram quase nulas, o que nos permitiu remanejar o helicóptero de Haute-Savoie para a apoiar a região de Grand Est. Hoje, a frota da região possui três helicópteros e a possibilidade de apoio de um quarto helicóptero, se necessário “.

Segunda onda

Extremamente empenhados nas missões do setor oriental da França, o Sécurité Civile também teve que lidar com as primeiras intervenções na região metropolitana de Paris. Essas transferências, que começaram em 29 de março, ajudaram a aliviar o congestionamento em alguns hospitais parisienses, para aqueles nas regiões de Tourangelle e Indre-et-Loire.

Como nas missões COVID anteriores, os procedimentos permanecem rigorosos durante os voos, incluindo equipamentos adequados para as tripulações (roupas impermeáveis, máscaras, etc) mesmo quando retornam das missões.

© Dicom
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Algumas unidades reforçaram suas medidas, como a base operacional Dragon 20, de Ajaccio, que instalou proteção plástica para isolar o cockpit da cabine médica, ajudando assim a limitar os riscos de contaminação durante as transferências do COVID-19 . O protocolo de desinfecção para equipes e máquinas é particularmente rigoroso e pode levar vários minutos.

O gerenciamento do acionamento e demanda dos helicópteros está sendo realizado pelo SAMU, de acordo com as necessidades e regiões, mas também com base na disponibilidade das aeronaves, seja operada pelo Sécurité Civile, SAMU, Exército ou Força Aérea.

Para planejar os voos, a equipe do Sécurité Civile e as diferentes unidades de helicópteros, cdevem avaliar e determinar as diferentes hipóteses sobre a distribuição de helicópteros, juntamente com os possíveis reforços necessários, de acordo com a disseminação do vírus.

Os Dragões atingiram sua 100ª missão em 29 de março, provando sua eficácia. E, o número de operações desse tipo, em todo o território, não diminuiu. Segundo o porta-voz do Sécurité Civile, atualmente são realizados em média de oito a doze voos por dia para pacientes que sofrem de COVID-19 em todo o território francês.

No total, mais de 180 horas de voo foram registradas nos últimos 15 dias apenas para esta missão. E o ritmo das equipes não está diminuindo. De fato, segundo a equipe, eles precisaram “reajustar a carga de trabalho das equipes e mecânicos de manutenção de acordo com a demanda de missões, com o objetivo de durar o período todo em condição de manter nossas equipes aptas; não podemos esquecer da saúde dos nossos profissionais anônimos após os aplausos de agradecimento por realizarem suas missões”, declarou o porta-voz da entidade“.

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