Helicóptero cedido a Policia Militar de Minas Gerais está parado há um ano e meio

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Minas Gerais – Uma das primeira medidas do atual governador ao assumir o governo de Minas Gerais, em 2019, foi de doar a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) o helicóptero AS 365 Dauphin N2, prefixo PP-EPO, em abril do mesmo ano. Porém, a aeronave só foi usada pela PMMG por quatro meses.

Saiba mais: COMAVE/PMMG irá começar a operar helicóptero AS 365N2 Dauphin

Em agosto daquele ano, após apresentar uma falha mecânica na caixa de transmissão principal, o helicóptero, batizado de Pegasus 18, foi encaminhado para a manutenção no representante nacional do fabricante.

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E está lá até hoje. Segundo nota conjunta do governo de Minas e da Polícia Militar, a pandemia da Covid-19 atrasou a conclusão da análise do caso, já que tanto o fabricante do helicóptero quanto o representante dele no Brasil tiveram as atividades interrompidas pelo coronavírus.

Onze meses depois, ou seja, somente em julho de 2020, após a análise ter sido concluída, foi constatado que não houve falha de operação, e sim um problema mecânico na caixa de transmissão. Assim, de acordo com o governo, todo o reparo e manutenção para que o Dauphin N2 volte a voar ficaram por conta da fabricante, sem qualquer custo para os cofres públicos estaduais.

“Cabe ressaltar que o processo de importação de uma nova caixa de transmissão principal já foi iniciado pelo fabricante para que a aeronave em questão seja devidamente atendida e retorne às operações”, afirma o governo de Minas em nota.

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Moderno

O Pegasus 18 tem mais capacidade de transporte na comparação com outros helicópteros da Polícia Militar, além de possuir navegação por instrumentos, o que permite viagens noturnas, fazer voos mais longos e ser mais rápido.

A aeronave é mencionada no site do governo estadual como uma das utilizadas no transporte de órgãos para transplante, atividade em que o fator tempo é essencial. Minas Gerais recebeu um prêmio em 2019 por ter sido o Estado com maior taxa de crescimento de captação de órgãos no Brasil naquele ano.

Outra atividade que o Pegasus 18 pode realizar é o apoio às operações da Polícia Militar. Segundo as redes sociais do Comando de Aviação do Estado (Comave), o Dauphin N2 transportou a tropa do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para uma ocorrência em Coronel Fabriciano no dia 22 de junho de 2019.

Na ocasião, 23 pessoas foram presas em um ação com 120 policiais contra uma quadrilha suspeita de homicídios, tráfico de drogas e armas. Foi o último registro nas redes do Comave da utilização do Pegasus 18.

O helicóptero também pode ser usado em operações de salvamento. Na época da cessão por parte do Estado, em abril de 2019, o tenente-coronel Carlos Gonçalves Jr. afirmou à imprensa que a chegada da nova aeronave seria importante, citando a necessidade de monitoramento das barragens de rejeitos de minério de ferro após o rompimento da estrutura da Vale em Brumadinho.

Ele enfatizou que a corporação passaria a contar com uma aeronave mais veloz com maior capacidade de carga para a remoção de moradores em locais de difícil acesso, transporte de mantimentos, água e medicamentos, por exemplo.

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Irregular na Anac e mais caro

O helicóptero cedido à Polícia Militar não poderia voar hoje mesmo que o problema fosse imediatamente resolvido. É que a aeronave está irregular na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com a Anac, o Certificado de Verificação e Aeronavegabilidade (CAV) está vencido desde fevereiro de 2020. Para voltar a voar, será necessário regularizar o documento.

Há ainda dúvidas quanto ao custo de operação. Quando o Dauphin N2 foi repassado pelo governo à PM, um especialista em aviação disse à RecordTV Minas que ele poderia não ser tão vantajoso economicamente porque a hora de voo do helicóptero custa US$ 1.550, enquanto os “Esquilos”, normalmente usados pela PM, têm custo de US$ 620 por hora de voo.

Como resposta, o Comave argumentou que, com o helicóptero, poderia atender todo o Estado a qualquer hora do dia e com mais militares, já que pode transportar até oito passageiros.

“Não teríamos mais a restrição de atender a tempo e a hora as necessidades sociais do interior do Estado. A gente consegue chegar lá com uma tropa especializada do Bope e proteger a sociedade”, disse o tenente-coronel Didier Ribeiro à emissora de TV na ocasião.

Questionados por nesta semana, PM e governo não responderam sobre o custo operacional citado pelo especialista.

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