Só que não!

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NÁDIA TEBICHERANE

Essa expressão é muito conhecida de quem tem filhos entre os dez e os vinte e cinco anos. Confesso que demorei um tempo para entender como a tal expressão se aplicava. Vou dar um exemplo.

Se a filha não gostou do visual da mãe, ela diz: “Mãe, seu visual está incrível, só que não.”

Aproveitando esse achado linguístico, pensei em desabafar:

A saúde e a educação são prioridades das autoridades brasileiras, “só que não”.

A relação entre filhos e pais voltou a ser de respeito, admiração e amor, “só que não”.

As pessoas vão parar de dizimar a natureza porque sem ela não há futuro, “só que não”.

O consumismo inconsciente diminuiu, “só que não”.

A criminalidade caiu em todas as cidades brasileiras, “só que não”.

Passagens aéreas para o exterior estão com preços baixos, “só que não”.

Descobriram a pílula que acaba com a gordura localizada e a celulite, “só que não”.

Todos os adolescentes estão lendo dois livros por mês, “só que não”.

As filas para transplantes acabaram porque todos os pacientes foram atendidos, “só que não”.

Os políticos estão preocupados com o povo, “só que não”.

Os homens vão deixar de guerrear e parar de nos envergonhar diante do universo, “só que não”.

A inflação não vai mais roubar o prato principal da nossa mesa, “só que não”.

A água será usada com responsabilidade, “só que não”.

A lista acabou, “só que não”.

 

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